10 de dezembro de 2024

Verba para educação é grande desafio

Tudo pela educação. É o que promete o novo governo central. A recomposição orçamentária da educação e a garantia da execução de estratégias consideradas fundamentais como o PNLD (Programa Nacional do Livro Didático) que distribui a escolas públicas livros didáticos e literários, estão entre os principais desafios do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que toma posse no próximo domingo, dia 1º de janeiro.

A educação é considerada uma das principais pastas do novo governo e será comandada pelo ex-governador do Ceará e senador eleito Camilo Santana (PT).

De acordo com o relatório elaborado pela equipe de transição, o setor sofreu diversos cortes no orçamento e congelamento de verbas ao longo dos últimos anos. Além disso, diversas medidas institucionais prejudicaram o andamento de políticas públicas que vão desde a educação infantil até o ensino superior.

A intenção é restabelecer espaços de diálogo recriando comitês e comissões e garantir a execução de programas federais considerados fundamentais para a oferta de uma educação de qualidade. 

Segundo o relatório da equipe de transição, o MEC e as autarquias sofreram, entre 2019 e 2022, retrocessos institucionais, orçamentários e normativos, observando-se falta de planejamento; descontinuidade de políticas relevantes; desarticulação com os sistemas de ensino estaduais e municipais e da rede federal de ensino; incapacidade de execução orçamentária; e omissões perante os desafios educacionais. 

A recomposição dos investimentos e dos recursos para custeio das universidades e institutos federais, assim como a garantia das bolsas de estudo para estudantes e pesquisadores, é fundamental para a garantia de uma educação de qualidade, segundo a equipe de transição.

“O descaso com a educação atingiu diversos programas, como os de alimentação escolar, construção de creches e escolas, organização curricular, ampliação do tempo integral, iniciação à docência, entre outros. As poucas iniciativas adotadas foram tardias, beneficiaram um limitado número de estudantes e estiveram desconectadas das necessidades reais, como no caso da estratégia de formação de professores por meio de plataformas de educação a distância, sem coordenação nacional, incentivo e valorização dos educadores”, diz o texto. 

Uma das prioridades, seguindo a bandeira de combater a fome no país, é a garantia de merenda escolar de qualidade. No Brasil, a educação básica deve ser ofertada em regime de colaboração com os estados e municípios. A gestão das escolas públicas cabe aos governos estaduais e municipais, mas o governo federal deve oferecer apoio. Para a merenda, o governo federal repassa o equivalente a R$ 0,36 por aluno, chegando a R$ 1,07 para alunos do ensino integral, valores que não são reajustados desde 2017. 

Para a equipe de transição, o reajuste do valor da merenda é uma das questões emergenciais na educação. Além disso, deve ser priorizada a garantia de que cerca de um terço dos alimentos seja proveniente da agricultura familiar, como está previsto na Lei 11.947/2009. 

Outra prioridade elencada pela equipe de transição é o apoio à educação infantil. Pelo PNE (Plano Nacional de Educação0, Lei 13.005/2014, até 2024, 50% das crianças com até 3 anos devem estar matriculadas em creches. Atualmente, conforme dados de 2019, essa porcentagem é de cerca de 38%. 

A educação integral também deverá ser fortalecida. Segundo o PNE, pelo menos 50% das escolas públicas devem oferecer jornadas de sete horas diárias ou mais até 2024. Atualmente, de acordo com dados de 2020, essa oferta chega a 29,5% das escolas. Além disso, 25% dos alunos devem ser atendidos pela jornada integral. Esse índice é 12,9%. 

Nota abre Perfil

Desta vez, a situação se inverte

O governador Wilson Lima (UB) anunciou, ontem, que apoiará a campanha pela reeleição do prefeito David Almeida (Avante) em 2024, quando serão realizadas as eleições municipais. Este ano, Almeida indicou o vice de Lima na chapa que saiu vitoriosa no pleito, polarizado com o senador Eduardo Braga (MDB-AM), o segundo colocado na disputa pelo Palácio Rio Negro.

Lima e Almeida representam a nova geração de políticos que se opõem aos velhos oligarcas, remanescentes do grupo do então governador Gilberto Mestrinho, já falecido, entre eles Amazonino Mendes (Cidadania) e o próprio Braga. Tanto o governador como o prefeito dizem estar fazendo o que grande parte dos velhos políticos não fizeram em mais de 40 anos no poder. E esse discurso deve movimentar a próxima briga pelo município.

Marketing

O prefeito David Almeida já deu mostras que é bom de marketing. Vive com o olho no futuro. Qualquer ação de sua gestão é motivo de muita publicidade.  Fato que tem servido de ponto alto nas críticas de seu desafeto. Mesmo não admitindo publicamente que tem pretensões em disputar a prefeitura em 2024, o vereador e agora deputado federal eleito Amom Mandel (Cidadania) pode ser uma pedra no sapato de Almeida. Foi recordista de voto nas últimas eleições e tem boa base política.

Projetos

Wilson Lima e David Almeida mantêm uma parceria que foi preponderante para a vitória do aliado nas eleições. Eles já selaram investimentos de pelo menos R$ 1 bilhão, isso só para a modernização da infraestrutura urbana de Manaus, além de reformas em escolas e feiras e mercados. Tanta proximidade repercute positivamente na população amazonense. Os dois são considerados líderes com uma forma diferente de governar, saindo do conforto do gabinete e acompanhando as obras pessoalmente.

Suframa

A briga para comandar a Suframa se acirra. Bosco Saraiva, José Ricardo Wendling (deputados federais pelo Amazonas) e até o deputado estadual Serafim Corrêa estão cotado para assumir o cargo. Mas parece que a preferência está recaindo pelo petista José Ricardo, também economista de formação, como Serafim. Como sempre, pesam na disputa o cacife e o bom trânsito junto à equipe de transição formada pelo presidente eleito Lula, que assumirá o Planalto no próximo domingo, dia 1º

  de janeiro.

Suframa 2

Porém, José Ricardo tem um trunfo nas mãos – apoio de entidades de diversos setores para ser o próximo superintendente da Suframa durante o governo Lula, pelo menos incialmente, segundo analistas políticos e empresariais. Tal como Serafim Corrêa, o deputado federal conhece a fundo os liames das demandas da autarquia. E ainda sabe muito bem sobre as peculiaridades do Amazonas, que tem hoje pelo menos 90% de sua receita tributária das atividades oriundas das empresas instaladas em Manaus.

Cargo

Ontem, o general Algacir Polsin, nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), anunciou que deixará o cargo de superintendente da Suframa antes mesmo da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele pediu a exoneração ao ministro da Economia, Paulo Guedes, a quem é subordinado, e o ato deverá ser publicado nesta quinta-feira (29). Polsin é um homem que pensa no futuro. Pôs em execução projetos que buscam o espraiamento da riqueza gerada pela ZFM para municípios do interior.

Posse

Pelo menos mil policiais federais foram mobilizados para dar segurança à posse de Lula no próximo domingo, em Brasília. Homens da Força Nacional também vão reforçar a vigilância. A mobilização acontece após a descoberta de bombas em protesto ainda ao resultado das urnas. O petista foi orientado a usar carro blindado, mas até ontem não havia informado se aceitaria a recomendação. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, restringiu o porte de armas no DF para dar mais garantias à cerimônia.  

Aviação

Mais intercâmbio com a Colômbia. A partir de março de 2023, o Amazonas terá uma nova rota ligando Manaus a Bogotá, capital colombiana. Serão quatro voos semanais, operados pela companhia aérea Avianca em aviões com capacidade para 180 passageiros. A informação foi confirmada pelo governador Wilson Lima, na terça-feira (27). Segundo ele, o objetivo é tornar Manaus uma rota de voos para a Copa do Mundo de Futebol de 2026, que terá como sede Estados Unidos, México e Canadá.

Censo

Cresceu a população do Brasil. Uma prévia do censo do IBGE aponta que já somos quase 207 milhões de habitantes. O Amazonas tem uma população de 3.952.262 pessoas. E Manaus, 2.054.731. A lista sobre os trabalhos demográficos pode ser acessada no site do instituto. Os recenseadores continuam em campo. Esses dados divulgados podem mudar posteriormente. O programa começou em 1º de agosto deste ano e continuará por todo o mês de janeiro de 2023.

FRASES

“Estamos conversando com a TAP Linhas Aéreas”.

Wilson Lima (UB), governador, sobre a retomada de vos internacionais.

“Vamos antecipar medidas de segurança para posse”.

Flávio Dino, futuro ministro da Justiça, sobre cerimônia em Brasília.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.

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