Hoje, grande contingente populacional de brasileiros continua sem usufruir de energia elétrica, segundo dados oficiais. São pelo menos 99 mil que não contam com o serviço. Porém, agora surge uma esperança no fim do túnel para essas pessoas saírem da total escuridão, como nos tempos remanescentes.
Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que o País receberá até o próximo ano investimentos de R$ 56 bilhões para a transmissão de energia elétrica. O comunicado foi feito durante o encontro sobre energias renováveis do Consórcio dos Governadores do Nordeste. Os investimentos na expansão das linhas de transmissão serão feitos a partir de novos contratos de concessão, com leilões realizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A ampliação das linhas de transmissão faz parte do Plano Nacional de Investimento em Transmissão de Energia e é uma pauta prioritária para os governadores do Nordeste. Os empreendimentos serão usados para escoar a geração de energia renovável, especialmente as de energia eólica e solar, dos estados da região.
“Os leiloes, tão fundamentais e imprescindíveis para que isso aconteça, vão acontecer e trarão mais de R$ 56 bilhões de investimentos para a transmissão de energia no Nordeste. Neste primeiro semestre, serão leiloados R$ 16 bilhões, e mais R$ 20 bilhões até o final de 2023, e outros R$ 20 bilhões já estão programados para o ano que vem”, disse ele.
Marcado para 30 de junho, o primeiro leilão de transmissão oferecerá nove lotes nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe, envolvendo um total de 6.184 km de novas linhas de transmissão. O segundo certame está previsto para outubro e vai oferecer três lotes.
O ministro disse que o plano vai ajudar também na ampliação da geração renovável de energia no Nordeste, que deve contribuir para o desenvolvimento da região.
“Estamos focados integralmente nessa tarefa, trabalhamos para viabilizar a instalação desse potencial incrível de 30 gigawatts de geração renovável e isso deverá destravar mais de R$ 120 bilhões de investimentos privados na área de geração renovável. É inegável a vocação dessa região para a transição energética e o protagonismo do Nordeste será garantido com ações concretas”, afirmou Silveira.
“Vamos transformar o Nordeste em um celeiro de energia limpa e renovável do Brasil. Isso vai destravar o potencial de industrialização da região com energia limpa e barata e todo esse avanço manterá o foco e atenção no desenvolvimento social, econômico e ambiental do Nordeste”, completou.
O ministro disse ainda que a ampliação das linhas de transmissão de energia vai contribuir para maior segurança energética e também para a modicidade tarifária.
“Os investimentos em transmissão vão possibilitar o ingresso de energia renovável no nosso sistema nacional e diminuir os custos para os nossos consumidores. Vamos avançar na pauta da transição energética, todos conhecemos as nossas potencialidades, vamos potencializar novas usinas renováveis, com tarifa justa, segurança energética, responsabilidade ambiental e geração de emprego decente e renda”, acrescentou o ministro.
Perfil
Incentivo ao crime
Uma ação recorrente em Manaus e que abre precedente para incentivar o crime. Faz tempo que o Centro da capital serve de palco para propaganda sobre a compra de ouro. Nas principais esquinas, onde diariamente circulam milhares de pessoas, as placas para a comercialização do metal se misturam à multidão, com apelos de marketing, prometendo bom negócio. Comercializa-se de tudo – desde joias quebradas, outras preservadas, e até prata, que posteriormente são derretidas e revendidas no mercado para a fabricação de novas peças.
Ali, batendo na trave das operações policiais, o comércio frutifica, com iminente perigo à população. Frequentemente, descuidista surrupiam itens de transeuntes. São tão habilidosos que, às vezes, a vítima nem se dá conta de que foi furtada. Tanta facilidade em furtar é um convite para aumentar o contingente de ladrões e de receptadores que se alimentam dessas práticas – lesar o consumidor em plena luz do dia, sem que haja uma contrapartida imediata para combater o infrator.
Preservação
Hoje, a comunidade internacional vê a Amazonia com outros olhos. Presente para participar da coroação do rei Charles III, em Londres, Lula recebeu a garantia de que o Reino Unido destinará 80 milhões de libras para o Fundo Amazônia, o equivalente a pelo menos R$ 500 milhões, na cotação atual. Aos poucos, o Brasil retoma o protagonismo de sua importância para a preservação da rica biodiversidade amazônica, que esconde tesouros incomensuráveis, capazes de manter a economia mundial.
Preservação 2
A importância econômica vai mais além. De acordo com a Presidência da República, o Brasil é o quarto país que mais recebe recursos do ICF (International Climate Finance), principal programa britânico para financiamento de projetos na área ambiental, com recursos de 260 milhões de libras, cerca de R$ 1,4 bilhão. Em publicação nas redes sociais, Lula escreveu que foi “uma boa conversa” sobre as relações comerciais entre dois países, a proteção do meio ambiente e a paz no mundo.
Comércio
A relação está mais estreita. No ano passado, o comércio bilateral movimentou US$ 6,5 bilhões, alta de 15% em comparação com 2021. As exportações brasileiras para os britânicos somaram US$ 3,7 bilhões, porém representam menos de 2% do total das vendas externas do País, segundo os últimos dados oficiais. As importações foram US$ 2,8 bilhões. O saldo é favorável ao Brasil. As áreas com mais investimento do Reino Unido são extração, financeira e transporte.
Potássio
Aos poucos, a exploração sustentável do potássio de Autazes, no Amazonas, ganha mais adesão. O reitor da Ufam (Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Sylvio Puga, defendeu a extração do minério no município. Cortando terras indígenas, a jazida do mineral daria para cobrir as necessidades do Brasil por 200 anos consecutivos, segundo expertises. Porém, o empreendimento continua judicializado desde 2016 por estar sobreposto a uma área habitada por indígenas do povo Mura.
Fertilizantes
O potássio é a principal matéria-prima para a produção de fertilizantes, hoje usados em alta escala pelo setor de agronegócios, que responde por mais de 50% de todo o PIB brasileiro. A exploração da jazida de Autazes é defendida, inclusive, pelo governo do Amazonas, pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e por parlamentares do Estado. A extração é considerada como um empreendimento estratégico e importante para alavancar o desenvolvimento econômico de todo o País, não só da região.
Mobilização
Lideranças industriais se mobilizam em defesa da ZFM. Na sexta-feira (5), a Fieam e o Cieam lançaram a Agenda Legislativa da Indústria Amazonense 2023, documento que destaca projetos de lei e PECs de interesse do segmento e da economia local em tramitação no Congresso. Entre as pautas prioritárias, está a proposta em tramitação para a reforma tributária, que altera o sistema tributário nacional e dá outras providências, com posição divergente em relação aos interesses da indústria.
Impactos
Segundo a Fieam e o Cieam, a criação de novo tributo cumulativo eleva ainda mais os custos de transação e de intermediação financeira, distorce os preços relativos e denota pouca transparência, uma vez que é praticamente impossível calcular a parcela do imposto no preço final de um produto, além de ser prejudicial à competitividade do setor produtivo brasileiro, mostrando-se contraproducente diante da necessidade de se elevar o potencial de crescimento da economia brasileira. Este é o argumento.
Prevenção
A Organização Mundial de Saúde disse que a Covid-19 deixou de ser uma emergência mundial. Porém, o Brasil segue orientações diferentes, pedindo que a população deve continuar tomando todas as doses de vacina contra a doença. Uma nova cepa, originária da Índia, já foi registrada em São Paulo. É uma variante da ômicron, com maior contágio, mas menos letal. Melhor apostar na prevenção, aderindo à vacinação. O cenário angustiante das duas ondas da pandemia ainda está em nossa memória.
FRASES
“Presença da Ufam é total garantia”.
Sylvio Puga, reitor, sobre respeito a etnia na área de jazida de potássio.
“Os países mais pobres precisam efetivamente receber ajuda”.
Lula (PT), presidente, comentando liberação de recursos para o Fundo Amazônia.