Tradicionalmente, o Brasil é considerado um país pacífico. Lego engano. Os brasileiros convivem diariamente com muita violência em toda a sua plenitude – não só a violência física, mas também a psicológica, no trânsito, enfim, tudo que leva a agressões motivadas pelos mais diversos fatores.
Ontem, Manaus foi sacudida com uma quase réplica do ataque que aconteceu em uma creche de Blumenau, em Santa Catarina, quando um homem (possivelmente em surto) invadiu a unidade, matando quatro crianças e ferindo outras cinco.
Da mesma forma, um adolescente de uma escola da rede de ensino particular feriu colegas em Manaus. Com uma machadinha nas mãos, investiu contra os colegas, espalhando o terror. A tragédia só não foi maior porque professores e outros funcionários da unidade conseguiram imobilizar o menor.
O caso aconteceu em uma unidade escolar na zona sul da capital. Uma estudante foi ferida gravemente, mas já está fora de perigo, informou o Samu, que prestou socorro à estudante. Segundo colegas, o aluno é adepto do neonazismo, violento e bastante extremista. E chegou a ressaltar o ataque de um estudante a uma escola no interior de São Paulo, que deixou uma professora morta e outros feridos.
Infelizmente, o mal está sendo replicado, tanto no Brasil, como em outros países, algo que antes era só restrito aos Estados Unidos, onde existe mais facilidade para a compra de armas. E também por ser tradicionalmente ligado a uma cultura extremamente reativa.
As crianças brasileiras não têm mais segurança nas escolas. Estão diariamente vulneráveis a ataques extremistas. Nos últimos dez anos, foram registrados pelo menos 22 atentados a unidades do ensino, algo que agora motiva o governo brasileiro, políticos e a sociedade civil a priorizar uma política mais protetora.
Já estão em curso medidas para reforçar o policiamento nas escolas, frear a difusão do ódio nas redes sociais e acompanhar de perto internautas que induzem menores (a maioria adolescentes) a perpetrar os ataques.
Não demora para quase ninguém desistir de deixar seus filhos nas escolas. O governo do Amazonas e a própria prefeitura de Manaus já reforçaram a proteção das unidades públicas. E a rede privada deverá adotar as mesmas ações após o ataque que aconteceu na zona sul de Manaus.
Enfim, chegamos à triste constatação de que a sociedade está doente. A desagregação familiar conspira para tornar o jovem mais violento. Já não se tem os mesmos valores que formam o bom cidadão, importante para dar o suporte às gerações do futuro.
Não há mais o mesmo comprometimento com a preservação da vida humana. Hoje, conta-se nos dedos os que, realmente, abraçam essa bandeira. A morte foi banalizada. O poder público mostra-se incapaz de conter tanta violência.
Nem os mais modernos aparatos policiais são suficientes para proteger as pessoas. O crime está em todos os lugares. Age na surdina, espera a melhor hora para dar o bote. Realmente, somos reféns. Perdemos a guerra contra a criminalidade, infelizmente.
Balanço empreendedor
Já são 100 dias da nova gestão do governador Wilson Lima (UB), que agora ataca em várias frentes. A atual equipe avança nas áreas de saúde, educação, na infraestrutura urbana, na habitação, só para citar alguns novos empreendimentos. O interior ganha maior prioridade. O produtor rural tem melhores condições para o cultivo. Estradas vicinais são recuperadas, permitindo maior rapidez no escoamento da produção para o grande mercado consumidor de Manaus. Todas essas ações foram enumeradas nos poucos mais de três meses do segundo mandato de Lima.
O governador ressalta que é apenas o começo de um megaprojeto focado no futuro – revolucionar a economia regional, espraiando o desenvolvimento para os municípios ribeirinhos, descentralizando a riqueza gerada pelo modelo ZFM na capital. Ontem, Lima lançou o programa ‘Amazonas Meu Lar’, reunindo pelo menos 22 mil soluções de moradia, com 22 mil apartamentos, frutos de um investimento superior a R$ 3 bilhões. Até 2026, os recursos vão gerar aproximadamente 50 mil empregos diretos e indiretos.
Dignidade
Principal representante de Wilson Lima na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Roberto Cidade (UB), presidente da Casa, classificou como “resgate da dignidade” a entrega de moradias para famílias que vivem em áreas de risco no Parque Residencial General Rodrigo Octávio, no Japiim, zona sul de Manaus. Ontem, o governador esteve no local para inaugurar o novo conjunto habitacional. “Hoje, estamos vivendo um momento histórico, um marco para o Estado do Amazonas”, ressaltou Cidade.
Democratizando
Ontem, o vereador Caio André (PSC), presidente da Câmara Municipal de Manaus, destacou a maior proximidade do legislativo com a população manauara. Ao fazer o balanço dos seus 100 primeiros dias no cargo, o parlamentar disse que as sessões itinerantes da Casa já atenderam aproximadamente 8 mil pessoas na capital. Para ele, a Casa cumpre o seu papel social de democratizar espaços, possibilitando que os parlamentares conheçam as principais demandas ouvindo diretamente o povo.
Avanços
Lula também fez um balanço dos seus primeiros 100 dias no governo. Reuniu toda a sua equipe ministerial para prestar contas de ações e definir novas estratégias. “Nosso planejamento será traduzido em um grande programa que traz de volta o papel do setor público como indutor dos investimentos estratégicos em infraestrutura”, disse o presidente, ontem. E acrescentou. “Vamos aproveitar a experiência que já tivemos com o PAC e os programas de concessão para aprimorar esses mecanismos”.
Avanços 2
Segundo Lula, o novo plano de investimento em infraestrutura do governo federal, em substituição ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), terá seis eixos estratégicos: transportes, infraestrutura social, inclusão digital e conectividade; infraestrutura urbana, água para todos e transição energética. Portanto, não é à atoa o restabelecimento de medidas adotadas em seus governos anteriores, como o resgate do ‘Minha Casa, Minha Vida’, contemplando a população de baixa renda.
Suframa
Parece que desta vez haverá um desfecho sobre tantas especulações em torno do novo superintendente da Suframa. O ex-deputado federal Bosco Saraiva disse que só está esperando a publicação oficial de seu nome para ocupar o cargo. E que, posteriormente, escolherá a sua equipe de superintendentes adjuntos, como também as funções de segundo escalão na autarquia. “Em breve, minha indicação será regulamentada”, garantiu. Por ora, Marcelo Pereira continua à frente do órgão.
Pregão
O TCE-AM capricha na fiscalização. Ontem, o tribunal informou que o ex-prefeito do município de Humaitá, Herivâneo Vieira de Oliveira, foi multado em R$ 494 mil por irregularidades em uma licitação realizada em 2017. Segunda a Corte de Contas, a condenação é fruto de uma representação que apurava irregularidades no Pregão Presencial 14/2017 realizado pela prefeitura da cidade ribeirinha. Sindicância apurou divergência entre os valores cedidos às empresas vencedoras do certame.
Legitimidade
Mais uma ação favorável a indígenas. A Justiça Federal do Amazonas, por meio da 3ª Vara Cível, reconheceu a legitimidade dos territórios Murutinga e Tracajá, do povo mura. O processo estava sendo questionado judicialmente pelo Sindicato Rural de Autazes, que representa figuras do agronegócio da região e foi condenado, na ação, a pagar as custas e os honorários. A demarcação foi realizada pela então Funai (Fundação Nacional do Índio), em 2012. Com certeza, vai gerar mais polêmica.
Resgate
Bolada chegou em boa hora. Em pouco mais de um mês após a reabertura do Sistema de Valores a Receber, quase 4,8 milhões de pessoas pediram o resgate de R$ 342,2 milhões, disse o BC. O balanço abrange os pedidos realizados desde 7 de março, primeiro dia dos saques, até domingo (9). O maior valor resgatado por uma pessoa física desde o início do programa correspondeu a R$ 749,5 mil. E a maior quantia resgatada individualmente foi de R$ 3,3 milhões. O saque foi feito por uma empresa.
FRASES
“São muitas ações”.
Wilson Lima (UB), governador, ao divulgar balanço dos 100 primeiros dias de governo.
“Retomamos a capacidade de planejamento de longo prazo”.
Lula (PT), presidente, falando das prioridades neste início da gestão.