19 de setembro de 2024

Mais frustração pelas taxas de juros

O setor produtivo não esconde a sua frustração. Ontem, o mercado recebeu com ressalvas a manutenção da taxa Selic (juros básicos da economia) em 13,25% ao ano. Para entidades, os juros altos inibem a recuperação da economia, apesar de serem necessários neste momento para segurar a inflação.

Em comunicado, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) informou que “considera compreensível” a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central em não alterar a Selic. Segundo a entidade, expectativas de inflação estão acima do centro das metas, tanto para 2023 como para 2024. Apesar da necessidade de juros altos agora, a confederação pede que processo de redução comece logo.

“Há mais de um ano que a Selic se encontra em patamar alto o suficiente para inibir a atividade econômica e contribuir para a desaceleração da inflação. E a manutenção da taxa de juros vai intensificar essa desaceleração. Por isso, esperamos que o Copom inicie logo o processo de redução da Selic, para evitar custos adicionais à atividade econômica”, destacou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, no comunicado.

A confederação destacou que o nível atual da Selic inibe a recuperação da economia. Segundo o comunicado, a taxa real, juros menos a inflação, está em torno de 7,5% ao ano, um dos maiores níveis do planeta. Isso significa 3,5 pontos percentuais acima da taxa de juros neutra da economia, que é aquela que não estimula nem desestimula a atividade econômica. A CNI defende cautela na condução dos gastos públicos para evitar que a Selic permaneça em alto patamar.

Já a Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) considerou acertada, diante do aumento das expectativas inflacionárias, a decisão do Banco Central de manter a taxa básica de juros da economia (Selic) em 13,75%.

A entidade avalia “no entanto, que o elevado patamar da taxa de juros tem imposto enormes sacrifícios à atividade econômica. Os sinais de exaustão de importantes setores da economia brasileira estão cada vez mais fortes e com consequências diretas sobre a confiança dos empresários”.

A Firjan destaca que, em momento de grande volatilidade e incerteza global, a redução da taxa Selic depende de uma política fiscal crível e responsável. A federação reitera a necessidade urgente de concretização da agenda de reformas estruturais e de criação de um novo arcabouço fiscal que conduza o país para o equilíbrio das contas públicas. “Esse é o caminho para que a indústria nacional tenha competitividade suficiente para gerar emprego e renda, tornando o Brasil um país mais forte e competitivo”, informou a Firjan, em nota.

Em suma, decisões de tanta importância envolvendo o setor produtivo dividem as opiniões, seguindo os interesses de empresários de cada segmento produtivo. E, dificilmente, haverá um senso comum sobre o que, realmente, é mais vantajoso para o mercado brasileiro.

Nota abre Perfil

Sintonia entre poderes

Reeleito para a presidência da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Roberto Cidade (UB) ratificou o seu empenho na aprovação de matérias do governo do Amazonas que priorizem interesse da população. Ontem, ele foi aclamado praticamente para exercer o cargo por mais dois anos. E assumiu o segundo mandato como parlamentar após a votação recorde nas últimas eleições, em outubro de 2022. O governador Wilson Lima prestigiou o seu grande aliado, ressaltando que conta com o apoio do legislativo para dar continuidade a programas, gerando mais empregos e renda à população da região.

“Esta Casa deve continuar coesa com o Estado para reforçarmos metas que só trazem mais benefícios aos amazonenses”, disse o governador. Aliás, Cidade é o homem de frente do Executivo para fortalecer a bancada governista. E tem se revelado como uma das lideranças da nova geração de políticos amazonenses, que se diferenciam pela forma de atuar – estão mais presentes junto ao público, acompanhando de perto o andamento de obras. São novas apostas.

Homenagem

Hoje, o governador Wilson Lima, que é natural do Pará, receberá o título de Cidadão do Amazonas, durante sessão de abertura dos trabalhos na Assembleia. A homenagem é uma proposta da deputada Alessandra Campêlo (PSC) e vai ocorrer após realização da leitura da Mensagem Anual, às 11h, no plenário Ruy Araújo do legislativo. Lima, que nasceu em Santarém (PA), é jornalista e veio para o Amazonas trabalhar em uma emissora de televisão. Em 2018, foi eleito governador. E cumpre o segundo mandato.

Suplência

Ontem, assumiram o mandato os suplentes Alonso Oliveira (Avante) e Roberto Sabino (Podemos) na Câmara Municipal de Manaus. Eles ocupam as vagas de Wanderley Monteiro (Avante), eleito deputado estadual, e Amom Mandel (Cidadania), que se elegeu para a Câmara Federal. Os dois prometem uma atuação tão dinâmica quanto a de seus antecessores na função, logo agora tendo o vereador Caio André (PSC) na presidência da CMM, mas corroborando para demandas da população, ressaltam.

Bancada

A bancada amazonense também assumiu o mandato em Brasília. Tanto os eleitos como os reeleitos. Os novos parlamentares, entre eles Amom Mandel (Cidadania) e Fausto Jr. (PL), fizeram questão de ressaltar que compartilham de um ponto comum – defesa inconteste pela preservação dos benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus, algo explorado constantemente em discursos de políticos por conta da votação da reforma tributária. As propostas de mudanças começam a ser votadas a partir de abril.

Fortalecimento

O governo Lula também sai fortalecido com a vitória de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na corrida pelo Senado. Ele foi reeleito para cargo com 49 votos, contra 32 de Rogério Marinho (PL-RN). O resultado a ofensiva bolsonarista no Congresso, que conta hoje com maioria de parlamentares eleitos pelo partido ao qual Bolsonaro é filiado. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foi pessoalmente apoiar a candidatura do aliado do marido, mas que acabou derrotado. Artur Lira (PP-AL) também foi reeleito na Câmara.

Reforma

Após o posicionamento de lula em defesa da ZFM, potenciais aliados seguiram a sua linha de atuação, ratificando a disposição do governo federal em ratificar as vantagens comparativas do Amazonas.  Ontem, o presidente da Câmara, Arthur Lira, anunciou que a aprovação da reforma tributária é uma das prioridades do Congresso. As mudanças devem ser votadas em aproximadamente três meses. Até lá, haverá muitas expectativas sobre se, realmente, forças que conspiram nos bastidores consolidarão suas manobras para acabar com os benefícios fiscais. É muita treta.

Reforma 2

Em resposta provavelmente endereçada ao seu vice, Lula disse que a ZFM é assunto dele. E que ninguém irá mexer nos incentivos fiscais, responsáveis hoje por pelo menos 98% da arrecadação tributária do Amazonas. As garantias dadas ao senador Omar Aziz (PSD-AM) durante encontro em Brasília reacendem o ânimo de lideranças políticas e empresarias do Estado, que manifestaram grande preocupação com a proposta de Geraldo Alckmin (PSB), também ministro da Indústria, de acabar com o IPI.

Pendenga

Mais imbróglio envolvendo o caso de acampados. A juíza federal Jaiza Fraxe deu prazo até hoje, às 15h (02), para que o CMA entregue à Justiça os materiais (barracas e outros acessórios) deixados por apoiadores de Bolsonaro que ficaram em frente à sede do quartel, em Manaus, de 2 de novembro a 9 de janeiro. A decisão atende a um pedido do MPF. Porém,  o Comando Militar informou que guardou os itens usados na ocasião por apenas dois dias. E que todos foram recolhidos em 11 de janeiro.

Laços

Brasil e EUA querem estreitar mais ainda os laços. O presidente Joe Biden terá um encontro com o colega Lula em 10 de fevereiro, em Washington. Na pauta, os dois enfocarão temas como o combate às mudanças climáticas, a segurança alimentar, a promoção do desenvolvimento econômico, o fortalecimento da paz e da segurança e o controle da migração regional. De acordo com comunicado norte-americano, divulgado ontem, Biden quer reafirmar o apoio de seu país à democracia brasileira.

FRASES

“Tenho conversado muito com o presidente da Assembleia”.

Wilson Lima (UB), governador, sobre sintonia com o legislativo estadual.

“Quero um pacto com os demais poderes”.

Arthur Lira (PP-AL), deputado federal, ao ser reeleito presidente da Câmara.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.

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