19 de setembro de 2024

Maior cobertura vacinal

O governo central dá maior prioridade a vítimas de violência. Elas passaram a ser grupo prioritário para vacinação contra o papilomavírus humano (HPV), de acordo com medida tomada pelo Ministério da Saúde no início do mês.

O objetivo é garantir proteção a pessoas de 9 a 45 anos de idade que ainda não são vacinados ou que não completaram o esquema de imunização contra o vírus. O HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo e está associado a 80% dos casos de câncer do colo do útero e a mais da metade dos casos de câncer na vulva, pênis, ânus e orofaringe. Além disso, 90% das verrugas genitais são provocadas pelo HPV. A vacina HVP quadrivalente, disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), previne contra as principais complicações.

Antes, a vacina era aplicada apenas em crianças e adolescentes, entre 9 e 14 anos, e em pessoas de nove a 45 anos em condições clínicas especiais, como as que vivem com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos, imunossuprimidos por doenças ou em tratamento com drogas imunossupressoras. A decisão de ampliar o público-alvo é uma recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) e da API (Associação Pan-Americana de Infectologia).

A baixa cobertura vacinal, mesmo no público-alvo prioritário, que é de crianças e adolescentes, vem declinando no País.  Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde em fevereiro, 87,08% das meninas entre 9 e 14 anos de idade receberam a primeira dose da vacina em 2019, e em 2022, a cobertura caiu para 75,81%.

Entre os meninos, a cobertura vacinal caiu de 61,55%, em 2019, para 52,16%, em 2022. Já em relação à violência sexual, boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, em maio deste ano, mostrou que, entre 2015 e 2021, foram notificados 202.948 casos contra crianças e adolescentes, sendo 35.196 notificações apenas em 2021, o que representa o maior número do período analisado. No estado de São Paulo, 30% das vítimas de violência sexual atendidas nos serviços especializados desenvolveram lesões por HPV.

De acordo com uma nota técnica do ministério, a oferta da vacina contra o HPV será incluída de forma imediata ao protocolo de atendimento existente e realizada nos pontos de atenção à saúde do SUS que prestam assistência às vítimas de violência sexual. No contexto de saúde indígena, caso o serviço do primeiro atendimento não possua sala de vacina, as equipes dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) deverão se organizar para ofertar o imunizante. Ainda segundo a pasta, a Lei nº 12.845/2013 assegura o atendimento obrigatório, integral, imediato e multidisciplinar a pessoas em situação de violência sexual em todos os hospitais integrantes da rede SUS, visando ao controle e ao tratamento dos agravos físicos e psíquicos decorrentes.

O esquema vacinal contra o HPV varia de acordo com a faixa etária e condição de saúde do imunizado. Pessoas de 9 a 14 anos de idade, do sexo biológico feminino e masculino, sem problemas de imunossupressão (imunocompetentes), e que foram vítimas de violência sexual, devem tomar duas doses, no intervalo de seis meses, conforme calendário nacional de vacinação de rotina.

Nota abre Perfil

São apenas retóricas…

O Terminal Pesqueiro de Manaus tem amplas possibilidades de gerar mais empregos e renda. Porém, continua à espera de iniciativas e empreendimentos que possam impulsionar um setor capaz de impulsionar a economia local. Ainda no governo anterior (não faz muito tempo), o ministro da Pesca veio à capital com a proposta de abrir o projeto para a iniciativa privada, oportunizando a atração de novos investimentos de empresas interessadas em explorar o segmento. Tudo muito organizado, com infraestrutura adequada. Mas foram apenas promessas.

A abundância de espécies de peixes é oportuna para agregar valor a uma atividade que ocupa, hoje, um grande contingente de mão de obra local. É de onde milhares de pessoas conseguem o seu sustento diário. No entanto, elas não contam com a contrapartida necessária em termos de logística para alavancar potenciais negócios. Debates de expertises que se debruçam sobre o tema se perdem no vazio, sendo relegadas a segundo plano pelas autoridades, ao longo do tempo. São apenas retóricas…E, quando muito, servem de mote de campanhas eleitoreiras.

Desperdícios

A abundância de peixes no Amazonas é tão abissal que, hoje, o Estado se dá ao luxo de desperdiçar milhares de pescados. Basta ir à Feira da Panair para assistir fatos que deixam visitantes estarrecidos. É tanto peixe disponível para comercialização que impacta o turista. O comércio acontece de forma aleatória, sem as mínimas condições de higiene. A fiscalização finge não constatar tantos flagrantes de irregularidades. Assim, foi antes, e permanece hoje. É hora de se voltar para essa potencialidade.

Bate-boca

Mais uma treta protagonizada pelo vereador Rodrigo Guedes (Podemos). Ontem, ele bateu boca com o colega Antônio Peixoto (Agir 36) em torno do projeto, de sua autoria, sobre o serviço de delivery em condomínios residenciais, edifícios e salas comerciais. A proposta estabelece restrição aos entregadores. A CMM se manifestou pelo arquivamento da matéria. Peixoto alega que o PL é inconstitucional por ferir direitos trabalhistas. E acusou Guedes de “prometer algo que não pode cumprir”.

Bate-boca 2

O projeto de Rodrigo Guedes estabelece que a entrega dos pedidos pelos profissionais de delivery deve ser somente até a portaria, térreo da torre, bloco do apartamento e áreas transitáveis onde mora o cliente. O produto não pode mais ser entregue na porta do consumidor.  Antônio Peixoto voltou à carga. “O parecer da PGR da CMM entende que a matéria colocada fere diversos preceitos legais e inclusive constitucionais, trazendo a esta Casa uma pressão que não cabe a nós”, acrescentou.

Driblando

Em passagem por Manaus, o ministro André Mendonça, do STF, driblou a imprensa ao ser questionado durante coletiva por ocasião do Seminário Internacional Direitos do Clima e Direitos da Natureza e Assembleias Cidadãs para o Clima, organizado pelo TCE-AM, na manhã de ontem.  Em pronunciamento em pouco mais de um minuto, ele considerou a preservação ambiental um tema “importantíssimo” e que o Amazonas é um exemplo, mesmo em meio às dificuldades. Praticamente, não disse nada.

Marco

Há uma semana, o STF decidiu que o ministro André Mendonça poderá participar do julgamento que trata da constitucionalidade do marco temporal para demarcação de terras indígenas, entendendo que o impedimento ocorre somente no julgamento do caso específico. A expectativa é que o magistrado possa liberar o processo para julgamento antes da aposentadoria da presidente da Corte, ministra Rosa Weber, em setembro. O assunto continua suscitando muita polêmica. Desfecho gera expectativas.

Segurança

Medida assertiva. As escolas públicas e particulares da educação básica podem ser obrigadas a manter pelo menos um profissional de segurança portando arma de fogo. É o que prevê o projeto de lei do senador Cleitinho (Republicanos-MG).  De acordo com a proposta, o profissional deve ser treinado e qualificado para realizar o serviço preventivo e evitar ameaças a alunos, professores e funcionários das unidades. A matéria altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. É polêmica.

Oportuno

O babaçu é oportuno para a economia do Amazonas. Ontem, uma reunião técnica foi realizada na sede da Assembleia Legislativa do Amazonas para debater a exploração econômica da espécie. O encontro foi convocado pelo deputado Sinésio Campos (PT), que defende o manejo sustentável do fruto desta palmeira como alternativa para geração de empregos e renda no interior. O item é uma palmeira típica da Região Norte do Brasil, permitindo extrair óleo que pode ser utilizado na culinária e em cosméticos.

Turismo

Mais opção em voos. O governo do Amazonas e a Latam linhas aéreas anunciaram a ampliação na malha aérea no Estado. O Executivo estadual fomenta a economia e a ampliação dos voos na região por meio da política de incentivos fiscais para as empresas de aviação, aquecendo, assim, o turismo.  Agora, a empresa vai fazer trechos diretos para Belém e São Paulo, tanto para passageiros e cargas. Só no ano passado, quase 18.500 turistas visitaram Manaus, segundo dados oficiais. O setor é oportuno.

FRASES

“Babaçu pode gerar empregos e renda”.

Sinésio Campos (PT), deputado estadual, sobre agregar valor ao produto no Amazonas.

“Chegou a um total de 126 vítimas do crime”.

Ricardo Augusto Soares Leite, juiz, ao condenar Walter Delgatti, hacker da Vaza Jato.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.

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