10 de dezembro de 2024

ESG na Amazônia: CIEAM e Suframa movimentam a nova ordem socioambiental

“São robustos os recursos socioambientais repassados pela indústria e deploráveis os IDHs da Amazônia. Por isso é essencial, tanto para as iniciativas ESG, como para enfrentar os novos desafios globais relacionados às questões socioambientais e climáticas, a redução da pobreza e a gestão pública transparente dos recursos destinados para este fim.

Por Alfredo Lopes e Régia Moreira – Coluna Follow Up 

O evento mobilizou as empresas que compõem a Comissão ESG do CIEAM, uma das mais agitadas, entre as comissões criadas pelo novo Conselho da entidade, fortemente ampliado pela presença das mulheres. Este grupo é o embrião que mobilizou o setor empresarial da Ação Social Integrada das entidades do PIM. Durante quase três anos, o movimento focou em duas prioridades: respaldar a linha de frente que atuou no combate à pandemia, produzindo EPIs para profissionais de saúde e recolhendo alimentos para os segmentos sociais mais vulneráveis. A Solidariedade nos tornou pessoas melhores, este foi o maior legado. 

Foi neste clima que o empresário Sergio Capela, da Visteon Amazonas, um dos líderes do movimento , enfatizou a importância do ESG para a sociedade. O “Programa Visteon Amazonas Gestão Humanizada e Resultados” é resultado de uma cultura ESG na empresa. Representantes da Electrolux e da Tutiplast também apresentaram casos de sucesso em suas respectivas empresas, enfatizando a inclusão social, a redução do impacto ambiental e a gestão transparente e ética. Hamzah Ahmad, da Eletrolux, destacou que 50% da governança da empresa é formada por mulheres em Manaus. Na Tutiplast, segundo Dahlson Bisker, o ESG passou a ser o centro das estratégias na empresa. “O cliente não é obrigado a entender de plástico, mas a gente é”.

O presidente do Cieam, Luiz Augusto Barreto Rocha, que liderou a movimentação voluntária na pandemia, eventos como esse são privilégios que contribuem para a construção de relacionamentos próximos entre a Suframa e o Cieam, visando a modernização da prestação de serviços e a adoção de práticas de gestão modernas, inclusiva, que pressupõe preocupação com a diversidade, o protagonismo feminino e o debate sobre da agenda ESG.

ESG

Em nome do superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, seu adjunto Executivo, Luiz Frederico Aguiar, enfatizou o objetivo da autarquia em ser uma indutora de programas ESG nas indústrias da Zona Franca de Manaus. A empresa Visteon, foi a primeira empresa na ZFM e receber o Selo ESG pelo Burreau Veritas, e a Suframa busca manter-se sintonizada com o movimento, incentivando todas as empresas a seguirem a tendência. Trata-se de mais uma demonstração de que a Zona Franca de Manaus desempenha um papel importante não apenas na preservação da floresta, mas também na promoção de uma gestão sustentável e socioambientalmente por parte das empresas.

Do ponto de vista de seu planejamento e prioridades, a Comissão ESG compartilhar e recomenda às outras regiões do país, a começar pela Amazônia, e que também adotem iniciativas ESG, buscando implantar práticas sustentáveis e inclusivas para um desenvolvimento socioeconômico responsável, destacando a importância socioambiental e climática de mantermos a floresta em pé e a da cultura do reflorestamento de áreas degradadas.

O mesmo se aplica a governos e entidades de classe que devem priorizar a modernização e a diversidade, promovendo o protagonismo feminino e a igualdade de oportunidades dentro das organizações. Nesse grupo também serão considerados os investidores que devem considerar critérios ESG em suas decisões, direcionando recursos para parcerias que adotam práticas responsáveis em relação ao meio ambiente e à sociedade.

Estamos convencidos que a sociedade como um todo deve engajar-se na busca por soluções sustentáveis, cobrando ações concretas das empresas e governos em prol do desenvolvimento sustentável e da preservação do meio ambiente, isso implica em pugnar pela acolhimento às leis que gerenciam os recursos dos fundos e contribuições da indústria para a sociedade. 

Isso supõe o diálogo transparente entre os setores público e privado, com a participação da sociedade civil. São robustos os recursos socioambientais repassados pela indústria e deploráveis os IDHs da Amazônia. Por isso é essencial, tanto para as iniciativas ESG como para enfrentar os novos desafios globais relacionados às questões socioambientais e climáticas, a redução da pobreza e a gestão pública transparente dos recursos destinados para este fim.  

Régia Moreira é economista, empresária, conselheira do CIEAM e dirige a Comissão ESG

Alfredo Lopes é filósofo, escritor e consultor do CIEAM 

Alfredo Lopes

Escritor, consultor do CIEAM e editor-geral do portal BrasilAmazoniaAgora

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