10 de dezembro de 2024

Elas continuam ainda muito salgadas

O governo central quer mais gente voando. Portanto, as várias iniciativas lançadas para fomentar os negócios no setor refletem essa tendência, que a partir deste mês terá ainda mais incentivo.

Devemos reconhecer, porém, que as passagens aéreas continuam ainda muito salgadas no Brasil, principalmente em regiões como o Amazonas, um Estado continental que reúne áreas de difícil acesso.

Uma viagem de Manaus a Tabatinga, no interior do Amazonas, não sai por menos de R$ 1.200, isso só de ida, valor que daria para custear trechos a outros países, como para os Estados Unidos (ida e volta).

Agora, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, anunciou que o programa Voa Brasil, que vai oferecer passagens a R$ 200, poderá chegar a 1,5 milhão de bilhetes aéreos  por mês. O projeto está previsto para começar em agosto, disse França, em aula magna do Instituto de Geografia, no campus Maracanã da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), durante a semana.

O objetivo é beneficiar pessoas que não voaram nos últimos 12 meses. Cada trecho de passagem é fixado em R$ 200 e cada pessoa só poderá comprar quatro trechos.

“Vamos iniciar com aposentados, pensionistas e, eventualmente, servidores públicos”, disse o ministro. “O programa inicialmente tem capacidade de [atender] 1,5 milhão de passagens por mês. Mas vamos começar gradualmente. Esse programa não tem recursos públicos. Estamos usando apenas os assentos vazios das empresas”, explicou.

Segundo o ministro, as companhias Latam, Gol e Azul aderiram ao projeto. “É bem possível que tenhamos uma grande procura de passagens, o que vai permitir que os voos saiam lotados. Ao permitir que os voos saiam lotados, você tem condição de ter mais voos e aí você preenche com os aeroportos regionais”, afirmou França.

De acordo com o ministro, a intenção é vender esses bilhetes mais baratos fora da alta temporada, em dois períodos, de fevereiro a junho e de agosto a novembro, quando tradicionalmente ocorre uma ociosidade média de 21% nos voos domésticos.

As passagens serão vendidas para assentos que hoje ficam ociosos nos voos. Nos meses de março a novembro, estima-se que aproximadamente 21% dos assentos não são ocupados, informou o ministro.

“Nós voamos um terço do que os colombianos e chilenos voam, precisamos alcançá-los. Para isso, o voo a R$ 200 vai proporcionar a você e sua família a se programar para viajar uma vez por ano”, afirmou o ministro.

De acordo com França, está em negociação a vinda de empresas áereas low cost para operar no Brasil. Essas companhias têm tarifas mais baixas por não oferecerem alguns serviços em comparação a outras do setor.

Nota abre Perfil

A hora é de renegociar

O Brasil tem alto número de inadimplentes, principalmente reunindo a população de baixa renda, que nem sempre tem condições de manter as contas em dia. Porém, chegou a hora de renegociar dívidas. Começa nesta segunda-feira (17), o Programa Emergencial de Renegociação de Dívidas de Pessoas Físicas da Faixa 2, mais conhecido como Desenrola Brasil, voltado para pessoas com renda mensal de dois salários mínimos, segundo portaria Ministério da Fazenda publicada no Diário Oficial da União.

As medidas vão beneficiar pelo menos 70 milhões de brasileiros que possuem débitos, de acordo com o governo central. Lula comemorou o início do projeto. “Ninguém gosta de ficar com o nome sujo. Vamos ajudar o povo a reconquistar a dignidade”, ressaltou o presidente. Atualmente em operação, o sistema de controle é extremamente severo, impossibilitando que clientes devedores possam conseguir créditos. E ainda existe o referencial do escore – até mesmo comprovante de renda alta não garante liberação de aportes, em alguns casos. É a vez de os caloteiros regularizarem a vida financeira.

Perdão

Tudo está muito bem especificado para prevenir eventuais problemas. As dívidas poderão ser quitadas nos canais indicados pelos agentes financeiros, com possibilidade de serem parceladas em, no mínimo, 12 prestações. Também é necessário ter sido incluído no cadastro de inadimplente até 31 de dezembro de 2022. Nesta etapa, serão perdoadas as dívidas bancárias de até R$ 100. Nesse caso, o nome da pessoa será retirado dos cadastros de devedores automaticamente, beneficiando aproximadamente 1,5 milhão de pessoas.

Reforma

Relator da reforma tributária no Senado, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) admite que o projeto a ser votado em outubro na Casa deverá sofrer alterações. Ele disse que poderá excluir do texto a criação do imposto estadual sobre as atividades de agropecuária, mineração e petróleo. O parlamentar deu as declarações durante encontro com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quando tratou sobre o tema. A matéria foi aprovada em dois turnos na Câmara dos Deputados, recentemente.

Potencialidades

O governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), não escondeu o entusiasmo ao fiscalizar as obras de revitalização da AM-010, rodovia que liga Manaus ao município de Itacoatiara. Para ele, o projeto de reforma e modernização da estrada permitirá alavancar o setor primário nas adjacências da via, onde centenas de agricultores cultivam uma diversidade de produtos, abastecendo o grande mercado consumidor da capital. “Com melhor infraestrutura, temos chances de alavancar a economia”, disse.

Atuando

Mesmo em recesso, alguns vereadores de Manaus e deputados estaduais postam nas redes sociais e portais mais conhecidos da região visitas a suas comunidades eleitorais. Consultados, alguns ressaltaram que mantêm as atividades como demonstração de empenho constante na resolução das demandas da população regional. Louvável a iniciativa. Mas não esqueçamos que a mídia, principalmente a veiculada pela internet, é oportuna para aumentar os cacifes de políticos. Nada sai de graça para o povo.

Médicos

O governo reeditou o programa Mais Médicos. Segundo Lula, a expectativa é ampliar em 15 mil o número de profissionais na atenção básica do SUS ainda em 2023 por meio da Estratégia Nacional de Formação de Especialistas para a Saúde. Ao regulamentar a nova edição do projeto, o presidente da República refutou críticas. “Entidades representativas disseram que não precisa formar mais médico porque tem muitos médicos no Brasil. É verdade, mas a maior parte não está nas periferias”, contestou.

Médicos 2

Desta vez, a estimativa é que médicos não se recusem a trabalhar em regiões mais distantes, praticamente isoladas dos grandes centros urbanos. Serão oferecidos benefícios para os profissionais que atuarem em locais de difícil provimento. Há também a possibilidade de incentivos como liquidação de dívidas e reembolso de pagamentos feitos para o Fies. São estratégias para prevenir possível evasão de recrutados pelo programa da saúde. Precisa estar entre os mais necessitados.

Adesão

O feedback supera expectativas. De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a adesão ao Mais Médicos foi “maciça”. Segundo ela, o “clamor” pela retomada do projeto vinha não apenas da população, mas de prefeitos de todas as regiões do País, “independentemente de partidos, porque o Mais Médicos é uma visão de mais saúde no Brasil e de acesso à saúde.”  Em nota, o Planalto informa que o primeiro edital desta edição criará 5.968 vagas – mil delas, inéditas, para a Amazônia Legal.

Absurdo

Manter veículos em operação está cada vez mais difícil, principalmente em Manaus, que aparece como a segunda capital com o preço médio da gasolina mais caro, R$ 6,29, e Tefé, no interior, como a cidade com o maior preço do País. Os dados constam em levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, publicado na sexta-feira. Desde o fim da política de preço de paridade internacional, o valor do litro da gasolina e diesel vem reduzindo. O problema acontece mais no varejo.

FRASES

“É decisiva para o desenvolvimento”.

Wilson Lima (UB), governador, ao visitar as obras de recuperação da estrada AM-010.

“Dinheiro que se coloca na saúde não pode ser visto como gasto”.

Lula (PT), presidente, ao reeditar o programa Mais Médicos.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.

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