Cerca de 5 mil militares de diversas unidades do Comando Militar da Amazônia (CMA) participam de um grande exercício de adestramento na regiões de fronteira com países vizinhos ao Brasil. A Operação Amazônia 2023, que começou nos primeiros dias de outubro e vai até o dia 2 de novembro, tem como finalidade treinar as tropas para atuar em operações militares na região amazônica, bem como fortalecer a presença do Estado brasileiro na fronteira.
Os militares contam com o apoio de viaturas operacionais, embarcações, helicópteros, peças de artilharia, equipamentos logísticos e de comunicações. Durante o exercício, unidades especializadas em Guerra na Selva realizam diversas atividades de simulação de combate, como defesa de área, patrulhamento e ataque. Em alguns locais, são realizados disparos de arma de fogo em áreas controladas, sem, portanto, oferecer risco à população.
A operação é planejada com base em cenários hipotéticos que levam em conta ameaças reais que existem na região. Devido às grandes distâncias da Amazônia e as enormes frentes a serem defendidas, as ações ocorrem de forma descentralizada, nas localidades de Guajará-Mirim/ RO, Nova Mamoré/ RO, São Gabriel da Cachoeira/ AM, Tefé/AM e Tabatinga/AM, Boa Vista/RR, Passarão/ RR e Cantá/RR.
Todas essas localidades além de possuírem localização geográfica e estratégica privilegiada, têm em suas proximidades um batalhão de infantaria de selva, unidades operacionais do Exército Brasileiro especializadas em operações em ambiente de selva, que necessitam estar sempre muito bem preparadas e equipadas. Vale destacar o apoio da população nas cidades-sede do exercício que têm acolhido muito bem as tropas, entendendo a importância da presença dos militares nas localidades.
O processo de preparação iniciou-se com a revisão de instruções teóricas e práticas, abrangendo técnicas de patrulhas, postos de bloqueio e controle de vias urbanas e fluviais, comunicações, aprestamento logístico, técnicas de tiro, além da integração de todos os sistemas de forma sincronizada. Após essa fase inicial, as unidades envolvidas realizaram em marchas através selva de 8, 12, 16, 24 e 32 quilômetros.
A Operação Amazônia 2023 conta com a participação de militares oriundos das cidades de Boa Vista, Humaitá, Rio Branco, Porto Velho, Tefé, Tabatinga, São Gabriel da Cachoeira, Rondonópolis, Rio de Janeiro e Manaus. Além disso, o exercício é precedido por intensificação das instruções sobre técnicas, táticas e procedimentos em guerra na selva, conduzidos pela 1ª, 2ª e 16ª e 17ª Brigadas de Infantaria de Selva. O treinamento antecipado não só aprimora a doutrina militar, como também aumenta a capacidade das tropas do CMA em mobilizar rapidamente seus efetivos e responder a situações de crise em qualquer parte do ambiente operacional amazônico.