11 de dezembro de 2024

Bioespuma de planta amazônica pode substituir isopor em revestimento, aponta pesquisa

Na construção civil, são utilizados painéis estruturais de isolamento térmico, principalmente em telhados e revestimentos. Isso ocorre devido ao baixo custo e pela praticidade de se montar. Mas, a construção desses painéis é feita tendo como base espumas sintéticas (isopor). Foi nesse ponto que a pesquisadora Alessandra Silva Batista (foto), bacharel em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e mestra em Ciências pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – Universidade de São Paulo  (ESALQ/USP), com ênfase em Tecnologia de Produtos Florestais, pensando na sustentabilidade ambiental, desenvolveu em 2017, no seu projeto de Conclusão de Curso (TCC), um estudo sobre as potencialidades do miriti em substituição ao isopor.

À época, a pesquisa visava avaliar o potencial tecnológico do item amazônico na composição de painéis de isolamento. No ano seguinte, ao ingressar na ESALQ/USP, como descreve a pesquisadora, as análises sobre as potencialidades do miriti continuaram.

“Após cursar um semestre do mestrado, tive a oportunidade de participar de um evento do Núcleo de Referência em Tecnologia da Madeira, sobre Madeira Engenheirada e na ocasião tive contato com os Painéis Estruturais de Isolamento (SIP, em português, Painéis Isolantes Estruturais). Com os recentes conhecimentos sobre painéis SIP, tive a ideia de continuar trabalhando com os pecíolos da folha do buriti para criar uma versão sustentável dos painéis estruturais de isolamento. Recebi o apoio do programa de Pós-Graduação e do meu orientador para realizar esta mudança”, recorda.

De acordo com a pesquisadora, no percorrer dos estudos a bioespuma à base de miriti mostrou-se um substituto acessível às atuais espumas sintéticas – feitas de isopor ou poliuretano – usadas em painéis SIP, comumente utilizadas no revestimento de casas ou prédios.

Como descreve Alessandra, em um dos testes conduzidos, o miriti se mostrou superior no aspecto de durabilidade, no comparativo com as outras duas composições sintéticas. “O miriti se apresentou superior ao isopor e ao poliuretano em temperaturas acima de 90°C, em que o isopor chegou a derreter e o poliuretano apresentou claros sinais de degradação térmica, tornando-se escurecido e quebradiço”, afirma.

Durante o período da pesquisa, a abordagem e as avaliações seguintes visaram à adequação e à validação do miriti como núcleo dos painéis SIP, baseado em normativas técnicas internacionais. “Foram feitas análises sobre o comportamento do miriti quando exposto à água, como absorção e inchamento. Também realizamos diversos ensaios mecânicos, ponto este que foi bastante complexo, pois o miriti se comporta como espuma no sentido contrário às fibras e como uma madeira muito leve no sentido das fibras. Para isso, foram necessárias adaptações das normas técnicas tanto de espuma quanto de madeira. Também foram feitos testes para o estabelecimento da melhor pressão de colagem do miriti, e a exposição do material a temperaturas entre 80 e 190°C”, descreve.

Ao término dos testes, uma nova metodologia de confecção dos painéis foi criada. Nela, é possível a execução com baixa tecnologia, prensagem simples e, consequentemente, um processamento que reduz os desperdícios de materiais. Este processo é objeto de uma patente requerida junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Segundo a pesquisadora, fatores como a sustentabilidade e a durabilidade, identificada nos testes, enfatizam o potencial da bioespuma de miriti como um substituto às espumas sintéticas.

(FOTO)

Vida Veg, empresa de produtos ‘planted-based’, aumentou o faturamento em 70% no primeiro semestre de 2023

O segmento de laticínios planted-based cresce de vento em polpa! Tanto é que, de acordo com levantamento do Fact.MR, está previsto que o setor atinja US$ 32 bilhões até o final de 2031. Esse mercado de produtos planted-based tem sido impulsionado, principalmente, pela mudança no estilo de vida de pessoas que substituíram o consumo de proteínas de origem animal, e adotaram o veganismo. Além disso, questões ambientais também contribuem para reforçar essa mudança. E, acompanhando a tendência, a Vida Veg vem se destacando exponencialmente, registrando crescimento no faturamento na ordem de  70% no primeiro semestre deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado. 

Conforme a companhia, esse crescimento no faturamento se deu – em grande parte – pela venda da manteiga de castanha, a qual obteve um aumento de 85% nas vendas. Apesar do ótimo desempenho, a Vida Veg pretende seguir o mesmo ritmo no segundo semestre de 2023. A aposta é no lançamento recente do Vida Coffee.

Calvin Klein lança calçado feito com folhas de abacaxi

Pegando carona na onda da sustentabilidade, a famosa Calvin Klein iniciou parceria com a Ananas Anam e TENCEL para lançar o “The Sustainable Knit Trainer”, marcando a estreia da companhia no mercado de calçados sustentáveis. Para a produção do calçado, foram usadas folhas de abacaxi e, inclusive,  a parte superior, possui malha composta por uma mistura de fibras   PIÑAYARN® e TENCEL™ Lyocell. A indústria da moda é altamente poluente e buscar alternativas para substituir os sintéticos é uma forma de contribuir com a saúde do meio ambiente. E esse é o caso do PIÑAYARN®, que é derivado de folhas descartadas de abacaxi e utiliza um processo de umidade ecologicamente correto que conserva a água!

Vai um perfume funcional aí gente?!

Você já deve ter ouvido falar de comida funcional, ginástica funcional e, até mesmo, medicina funcional, né? Agora, é a vez dos perfumes funcionais. Então, não basta o perfume ter – apenas – um aroma agradável, é preciso que ele tenha relação com as emoções individuais. A bem da verdade que os cheiros e fragrâncias – remetem muitos de nós – a situações do passado em que revisitamos emoções e sentimentos é o que se chama de memória olfativa. Segundo a companhia suíça Givaudan, considerada a maior fabricante de fragrâncias e cosméticos do planeta, 75% das emoções que vivenciamos no dia a dia são desencadeadas pelo cheiro. E, para atrair os consumidores, a indústria perfumista está investindo no desenvolvimento de ‘fragrâncias funcionais’, ou seja, perfumes que ativam sensações relacionadas do bem-estar.

RÁPIDAS & BOAS

Na quinta-feira (14/9), das 10h às 11h30 (Horário de Brasília), acontecerá o webinar III Seminário de Análise Conjuntural, promovido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), e será ocasião para discutir a conjuntura econômica no Brasil e no exterior. As inscrições podem ser feitas pelo link (https://curtlink.com/NBRmrPF).

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Vai até a quinta-feira (14/9) a inscrição para participar do Meetup Invest Startup, realizado pelo Sebrae-AM, Sebrae-SC e Bossa Nova Investimentos. Uma oportunidade para as startups interagirem com líderes do programa Inova de desenvolvimento de startups. O evento é gratuito e irá acontecer no Sebrae-AM, das 15h às 16h30. A inscrição está disponível pelo link (https://curtlink.com/iYRIaJ3).

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As inscrições para o Ranking Melhores Corporações para Startups estão abertas até a sexta-feira (15/9). Criado pela The Bakery em parceria com a ABStartups e a Monking, O Ranking tem como objetivo estreitar o relacionamento entre corporações e startups. As corporações e nascentes interessadas devem se inscrever pelo link (https://curtlink.com/vXnH1LY).

Cristina Monte

Cristina Monte é articulista do caderno de economia do Jornal do Commercio. Mantém artigos sobre comportamento, tecnologia, negócios.

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