O Amazonas perdeu uma de suas maiores lideranças políticas. Sem dúvida, o ex-governador Amazonino Mendes deixou um grande legado para o Estado. Sua morte, ocorrida no domingo (12) em São Paulo, repercutiu no cenário nacional e até internacional. E todos reconhecendo a importância de um político que transformou a região nos mais diversos aspectos da vida em sociedade.
Amazonino era um homem de visão. A ele são atribuídos vários projetos que melhoraram o sistema de saúde, a economia, fomentando empregos e mais renda à população. E também não se descuidou da educação, criando a Universidade do Estado do Amazonas, hoje responsável pela formação de profissionais das mais diversas expertises para o mercado de trabalho.
Em toda a sua trajetória na vida pública, Amazonino contribuiu para formar outras lideranças políticas regionais, principalmente os atuais senadores Eduardo Braga e Omar Aziz, levando também na esteira dessas atividades Alfredo Nascimento, que foi ministro e também prefeito de Manaus.
A política local vê em Omar Aziz, reeleito para um mandato de mais oito anos, com maior potencial para dar continuidade ao legado do ex-governador.
De Eirunepé onde nasceu, Amazonino veio para Manaus, onde formou-se em direito pela Universidade Federal do Amazonas, abrindo caminhos para o descortinamento da vida política que se consolidaria mais tarde.
Vereadores de Manaus, do interior e os deputados estaduais reconhecem a importância de Amazonino para o Amazonas. E tal reconhecimento aconteceu durante as sessões plenárias de ontem na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa.
O prefeito de Manaus, David Almeida, anunciou estar preparando uma grande homenagem ao ex-governador, algo que ainda está sendo elaborado com a família do político. Afinal, foram mais de 40 anos de vivência política, reforçando o protagonismo do Amazonas no Brasil e ainda no mundo.
Ele mostrou que só se pode transformar uma região melhorando a qualidade de vida de sua população, com gestões eficientes, assertivas e responsáveis. Além de proporcionar uma boa educação, Amazonino conseguiu gerar mais empregos e renda. O caboclo ribeirinho também reconhece o seu grande legado. A interiorização do polo de Manaus foi uma de suas metas significativas.
Em seus governos (foram quatro mandatos comandando o governo do Amazonas) e por três vezes a prefeitura de Manaus, o ex-governador foi pioneiro em três eixos básicos da administração pública – saúde, educação e assistência social. Reconhecidamente, a ascensão só vem com a igualdade de oportunidades, fato que incrustou a vida de Amazonino como homem público.
E todo esse legado administrativo abriu caminho para lideranças que o sucederam ampliar mais ainda os benefícios ao Amazonas. O exterior destaca a sua larga atuação. E o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reconheceu publicamente a importância do líder político para turbinar a economia do Estado, privilegiando a rica biodiversidade, impulsionando as atividades da ZFM (Zona Franca de Manaus) e criando ainda condições para os ribeirinhos com projetos sustentáveis, agregando valor aos insumos regionais da rica biodiversidade.
Os bumbás Caprichoso e Garantido homenagearam o velho cacique. Com ele, foi possível materializar o Bumbódromo de Parintins que exporta alegrias e muita criatividade para todo o mundo.
Tanto na Câmara Municipal de Manaus como na Assembleia Legislativa há intensas mobilizações para a criação de medalhas em homenagem ao ex-governador. Todos nós devemos tributo a um político amazonense que marcou um ciclo positivo de governança, marcando a história do Amazonas, tal como fez o então governador Gilberto Mestrinho, outra liderança lendária que também deixou o seu legado.
Nota abre Perfil
Não basta só reprimir….
Compreensíveis as ações do governo federal em extirpar por completo o garimpo ilegal na Amazônia. Tantas atrocidades culminaram com o cenário de guerra envolvendo os povos Yanomami, acossados pelo abandono e pela fome. Indubitavelmente, precisamos preservar esse rico bioma, porém faz-se também necessário dar condições de sobrevivência a uma população que não tem outra opção senão recorrer às riquezas da biodiversidade. O caboclo amazônico convive com muitas adversidades. Em geral, hoje é entregue à própria sorte. O poder público não traz soluções. E atende ao clamor mundial de que devemos proteger o meio ambiente.
E como fica esse grande contingente populacional, praticamente sem qualificação, para conseguir tirar o seu sustento e alimentar suas famílias? Percebemos que há soluções. Os financiadores dessas atividades ilegais investem bilhões para amealhar cada vez mais lucro, sangrando a biodiversidade. Portanto, falta boa vontade para direcionar tantos recursos para ações que, realmente, beneficiem a Amazônia e o homem em que nela habita. O problema é que os detentores do capital são imediatistas. A usura está sempre em primeiro plano.
Consenso
Considerado uma das grandes lideranças da nova geração de políticos do Amazonas, o deputado Roberto Cidade (UB), presidente da Assembleia Legislativa, compartilha do mesmo sentimento de que se deve apontar soluções imediatas para a sobrevivência da população amazônica. Segundo ele, faltam iniciativas que possam gerar mais empregos e renda a partir de projetos sustentáveis. “Devemos regularizar atividades levando em conta as peculiaridades do setor, mas preservando o ambiente”, ressalta.
Repercussão
Ontem, vereadores e deputados estaduais dedicaram as sessões para lembrar as ações do ex-governador Amazonino Mendes, que morreu no domingo (12) em São Paulo, onde esteve internado por mais de um mês para tratar da saúde, já muito debilitada. Octogenário, o politico vinha apresentando problemas respiratórios e cardíacos desde as últimas eleições, quando se candidatou ao governo do Estado. A partir daí, foram vários episódios de doenças, até o seu desfecho final no último fim de semana.
Barraco
Os vereadores Marcelo Serafim (PSB) e Sassá da Construção Civil (PT) protagonizaram, ontem, acirradas trocas de insulto na sessão plenária em tributo a Amazonino Mendes. Os dois se desentenderam durante as homenagens ao político que morreu no domingo. A treta teve como palco a CPI das Águas de Manaus. O barraco respingou no plenário, ofuscando os discursos de outros parlamentares que lembravam o legado deixado pelo velho cacique. As ofensas partiram de ambos os lados. Lamentável.
CPI
Apresentado em 2021, o requerimento para criação da CPI teve apoio de 11 vereadores. Além de Sassá, a proposta tem co-autoria de Rodrigo Guedes e foi assinada por Caio André, Carpegiane Andrade, Daniel Vasconcelos, Ivo Neto, Raiff Matos, Thaysa Lippi, William Alemão (Cidadania), Yomara Lins (PRTB) e Elan Alencar (Pros). Em maio de 2022 ganhou mais duas assinaturas – de Amom Mandel e Kennedy Marques. Porém, Amom é agora deputado federal. E o impasse se mantém.
Bancada
Reforço na ala governista. A prefeitura de Manaus, por meio da Casa Civil, entregou ao presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), Caio André, os nomes dos cinco vereadores indicados à composição da liderança do Executivo municipal. O documento foi apresentado ao parlamento, na manhã dessa segunda-feira (13), pelo chefe da Casa Civil, Rafael Bertazzo. O vereador Professor Fransuá será o líder. Raulzinho, Mitoso, Eduardo Alfaia e Gilmar Nascimento vão responder pela vice-liderança. Tudo em casa.
ICMS
Ação contundente. Por unanimidade, o plenário do Supremo Tribunal Federal julgou constitucionais regras que disciplinam a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços devido nas operações e nas prestações interestaduais destinadas a consumidor final não contribuinte do tributo. A decisão se deu, na sessão virtual finalizada em 6/2, no julgamento da ADI 7158. Aliás, o recolhimento do tributo tem sido alvo de várias ações judiciais desde o governo Jair Bolsonaro.
Inconsistência
O Instituto Nacional de Seguro Social pagou R$ 2,9 bilhões em benefícios com inconsistência de dados, segundo identificou o Tribunal de Contas da União. A auditoria foi coordenada pelo ministro Aroldo Cedraz. Os pagamentos ocorreram em junho de 2021, quando a folha foi de R$ 75,8 bilhões, e em dezembro do mesmo ano, com folha de R$ 50,8 bilhões. “Encontramos problemas cadastrais em 7,8 milhões de registros”, disse Aroldo Cedraz. Problemático. Até quando vão sangrar o INSS?
Rigoroso
A estação chuvosa continua fazendo estragos nesta época do ano. Chuvas torrenciais têm gerado grandes dificuldades a populações que insistem continuar morando em áreas de risco, apesar de alerta das autoridades da Defesa Civil. A cada temporal, o número de ocorrência cresce assustadoramente, obrigando bombeiros e outros profissionais que atuam em situações de emergências a redobrar a assistência. São adversidades que poderiam muito bem ser enfrentadas com mais planejamento.
FRASES
“Tinha gosto e vocação política”.
Lula, presidente (PT), lembrando o legado deixado por Amazonino Mendes.
“Ninguém será afastado”.
Guilherme Derrite, secretário de Segurança de SP, ao defender PMS que mataram assaltante.