O Regimento de Cavalaria Mecanizado (RC Mec) é uma unidade tática que emprega veículos blindados para missões de combate, com prioridade para as de reconhecimento e segurança. No Exército Brasileiro (EB), essas unidades operam com viaturas blindadas sobre rodas, cada uma com características específicas.
As missões de reconhecimento envolvem a coleta de informações no ambiente operacional. Isso pode envolver a observação direta do inimigo, a coleta de informes por meio de sensores ou mesmo a vigilância de compartimentos do terreno. As informações coletadas durante as missões de reconhecimento são essenciais para o planejamento e a execução de operações militares de maior vulto.
Por outro lado, as missões de segurança envolvem a proteção de forças amigas. Isso pode envolver a defesa de uma posição fixa, a escolta de um comboio ou a proteção de uma área. Durante as missões de segurança, a Cavalaria Mecanizada usa sua mobilidade e poder de fogo para deter, atrasar, desgastar ou destruir forças inimigas que ameaçam a soberania do país.
Para executar tais tarefas, o RC Mec atualmente dispõe de uma considerável quantidade de meios de emprego militar, onde as viaturas blindadas são fundamentais. Elas fornecem mobilidade, proteção e poder de fogo, permitindo a execução das missões de forma eficaz.
Em um RC Mec, as 23 viaturas blindadas de reconhecimento CASCAVEL, por exemplo, permitem o engajamento de alvos a uma distância superior a 2 quilômetros. As 23 viaturas GUARANI, por outro lado, além do transporte de pessoal, são anfíbias e aumentam ainda mais o poder de fogo dos RC Mec, graças ao seu moderno sistema de controle de tiro REMAX, totalmente automático, o qual possibilita a plena visualização e cobertura do campo de batalha. Somam-se a essas, as 52 viaturas multitarefa GUAICURU, dotadas de sensores de vigilância terrestre e módulos de comando e controle que permitem a rápida tomada de decisão e engajamento preciso dos alvos.
Por tudo isso, percebe-se que as unidades de Cavalaria Mecanizada empregam a mais ampla e mais avançada variedade de tecnologias militares disponíveis no Exército Brasileiro. Isso inclui radares de vigilância terrestre, drones, telêmetros a laser, sistemas de visão termal, navegação inercial, controle automático de tiro, dentre outras funcionalidades que permitam vencer o combate terrestre.
Com o objetivo de aproveitar ao máximo essas capacidades tecnológicas avançadas e ao mesmo tempo ampliar o poder de combate na Amazônia Ocidental, o Exército Brasileiro decidiu multiplicar por três a capacidade operacional da Cavalaria Mecanizada do Comando Militar da Amazônia (CMA), por meio da ativação do 18º Regimento de Cavalaria Mecanizado (18º RC Mec), em Boa Vista (RR), integrado à 1ª Brigada de Infantaria de Selva (1ª Bda Inf Sl). Esta unidade substituiu o 12º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado (12º Esqd C Mec), e passará a ter três esquadrões de Cavalaria e um efetivo de cerca de 600 militares.
Num grande esforço logístico, o EB, por meio do Comando Logístico, vem coordenando o transporte de diversos materiais de emprego militar pelos modais terrestre, fluvial e aéreo, desde o sul do Brasil, passando pelo Centro-Oeste até a área de responsabilidade do CMA. A distância percorrida nesta concentração estratégica, no contexto da Operação Roraima, destaca não apenas a capacidade da logística militar terrestre em um país continental como o Brasil, mas também a determinação do Exército Brasileiro em manter uma presença robusta e eficiente na região amazônica.
Você sabia…
…que a origem da Cavalaria remonta à antiguidade?
O papel da cavalaria no campo de batalha era desempenhado pelas plataformas de combate e carros puxados a cavalo, de forma a se obter uma vantagem no combate. Ao longo da história, vários líderes militares se destacaram no uso eficaz da cavalaria, valendo-se da maior mobilidade e rapidez de suas tropas.
No Brasil, a Cavalaria teve grande importância durante a Guerra da Tríplice Aliança (1865-1870), sob o comando do Duque de Caxias. Nesse conflito, destacou-se a liderança do General Manuel Luís Osorio, patrono da arma no Exército Brasileiro.
Com o tempo, a Cavalaria evoluiu e se adaptou às mudanças tecnológicas. Hoje, muitas unidades que eram originalmente hipomóveis (a cavalo) se tornaram mecanizadas ou blindadas, mas ainda desempenham missões semelhantes, devido à sua maior flexibilidade, rapidez e poder de fogo e o emprego de meios de combate modernos.