Toda homenagem ao Professor é pouca frente ao gigantismo de sua missão. E para lembrar da importância dos profissionais da educação do Brasil, em especial da minha querida cidade de Manaus, iniciamos aqui, nesse espaço, a série “Vozes da Educação de Manaus”. Toda semana, durante o mês de outubro, um(a) professor(a) convidado(a) contará sua história de vida, suas vivências pedagógicas e suas expectativas profissionais. E no primeiro artigo da série trazemos uma entrevista, feita pelo sistema de troca de mensagens (pelo Whatzapp), com a professora Rosa Maria Marques Medeiros, como segue.
“Nasci em 24 de junho de 1970, sou natural de Manaus/Amazonas. Meus pais se chamam Abdias Valcácio Medeiros e Esmeraldina Marques Medeiros. Sou casada com Michel Vagner dos Santos Silva.Minha formação acadêmica é em Ciências da Religião. Estudei em Recife/Pernambuco, lugar que morei por sete anos. Minhas outras formações são: em letras Língua Inglesa e letras Língua Portuguesa, e pós-graduação em letras Língua Inglesa e Literatura Americana. Sou amante da literatura e da arte.
Comecei na educação no ano de 2002, depois de ter voltado do Recife e retornado a minha cidade de origem Manaus. Sem dúvidas a chegada da tecnologia e o avanço nas informações de forma muito veloz é a principal mudança que percebo neste século. A educação tem tido muito mais caminhos na forma de aprender, diferentes mecanismos de aprendizagem. A tecnologia proporcionou a conexão entre, culturas, pessoas e diversos grupos.
Me considero uma profissional realizada, porque eu escolhi ser educadora, ensinar está em mim, na minha essência, creio que é muito importante o autoconhecimento da sua essência, quem eu sou, o que quero, para poder definir papeis sociais. Lembro-me um certo dia que estava a caminho do trabalho e vieram dois jovens na minha direção com algumas plantas na mão – pensei: “Vou ser assaltada”, eles se aproximaram e um deles me olhou e disse: “Tudo bem professora Rosa, a senhora lembra de nós? Fomos seus alunos, hoje estamos vendendo plantas para ajudar no sustento dos nossos estudos na faculdade. -Nossa! É impossível não ficar com coração realizado.
Pretendo retornar no mestrado. Infelizmente por questões familiares tive que parar. Quanto a publicação de livros, já tenho vários ensaios de literatura infantil na língua inglesa, creio eu que logo isso será concretizado. Para mim, o maior modelo de educação foi e sempre será o de Jesus Cristo, mestre por excelência que não só falou mais viveu tudo que ensinou, revolucionou seu tempo fez uma educação libertadora.
Como tenho uma visão de educação na tendência libertadora Paulo Freire também me influenciou na minha formação acadêmica pois deixou um legado de conscientização de educação política e cultural para o povo, Freire teve uma extrema preocupação com os excluídos, além disso amo trabalhar com projetos em educação e Paulo Freire tem essa metodologia em seu conceito de educação. Como educadora me vejo nesse cenário de fazer educação com o objetivo de tornar meu educando crítico, consciente dos desafios que o mundo que propõe.
É impossível ser educador e não gostar ler, sempre digo que a leitura amplia meu olhar para novas perspectivas. Atualmente estou lendo dois livros de Marcus Nakagawa: “101 dias com ações mais sustentáveis para mudar o mundo” e o livro de Ceres Silva intitulado: “A tola destrói a sabia constrói”.
Tenho um projeto de montar uma escola de línguas somente para crianças em comunidades carentes, tudo organizado de forma lúdica, meu pensamento é que esses alunos saiam de lá como verdadeiros falantes da língua e sei que isso ainda vai prover o próprio sustendo deles. Meus mais sinceros parabéns aos colegas de profissão por tão nobre missão que é ensinar, entretanto se você não se encontrou na educação, não gostou, mude de profissão e não estrague a vida de ninguém”.