15 de setembro de 2024

Universo Olímpico – Parte 1

Os Jogos Olímpicos têm uma importância ímpar, sob os pontos de vista histórico, social, cultural e mitológico. O Evento é considerado, até hoje, o maior do Planeta no segmento esportivo e, ao remontarmos sua origem, podemos afirmar que é um acontecimento milenar. A mitologia grega fala que as Olimpíadas foram criadas por volta do ano 2.500 a.C., por Hércules, na Grécia antiga, para homenagear o pai, Zeus. Todavia, foi somente a partir de 776 a.C. que os atletas vencedores começaram a ter os seus nomes registrados. No santuário de Olímpia, no templo de Hera, teria sido selada a parceria (também chamada de ‘trégua santa’) do rei de Ilia (chamado Iftos) com o rei Licurgo, de Esparta, e com Clístenes, monarca de Pissa

Daí se originou o termo “Olimpíadas”. No período moderno, porém, a primeira olimpíada a ser realizada foi em Atenas, capital grega; ocasião em que 14 países tiveram representantes na Competição, no total de nove modalidades e 241 atletas no geral. O objetivo central do acontecimento olímpico quadrienal é fomentar a competição sadia entre os povos dos cinco continentes.

Tanto, que é possível contemplar nas Olimpíadas alguns fatos inéditos e improváveis acontecerem, como por exemplo, o contato e a interação entre desportistas de nações de difícil relação diplomática, mas que em virtude dos jogos, acabam tendo que se integrar e interagir através dos seus atletas, em virtude de fazerem parte desta saudável disputa.

No âmbito geral, além das Olimpíadas, vemos a questão da relevância que a prática desportiva tem na vida das pessoas, em todas as áreas. Este é um tema consensual, conhecido e reconhecido pelos profissionais da saúde e por boa parte da sociedade. E o esporte, nas suas mais diversas modalidades, traz benefícios para o corpo, para a mente, para a socialização e para a educação. Ele cumpre várias funções, como por exemplo: a prática individual exclusivamente para o bem-estar físico, a recreação/lazer, a educação e o alto rendimento.

A Constituição Federal Brasileira de 1988, em seu Artigo 217, versa como sendo um dever do Estado o fomento a práticas desportivas, tanto as formais quanto as não-formais, sendo este um direito do cidadão, com a necessária observância de algumas questões como: – a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento (Inciso I); a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento (Inciso II); o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não profissional (Inciso III); a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional. (Inciso IV). No Parágrafo 3 º ainda está escrito que: “O poder público incentivará o lazer, como forma de promoção social”.

Portanto, a própria legislação ampara e defende o esporte como política pública séria a ser executada. E as Olimpíadas são eventos que consagram o imenso esforço realizado por atletas que, além de terem grandes talentos, se dedicam muito para chegarem a esta competição, especialmente em virtude da magnitude e relevância que esta significa e em poderem também defender/representar a bandeira de sua nação. Independente de ocupar ou não um lugar no pódio (que é o objetivo de todos os competidores, lógico), não é ‘clichê’ e nem ‘frase de consolação’ dizermos que todos os que chegam lá já são vitoriosos, independente dos resultados alcançados; seja pela dedicação pessoal, pelos desafios superados ou pelas renúncias feitas. Da mesma forma sabemos que existem vários outros, como vemos em nosso País, que têm capacidade e potencial para galgar grandes posições no mundo do esporte, mas que por diversos fatores (como ausência de políticas públicas, falta de condições financeiras, entre outros) não conseguem lograr êxito.

Esta é uma temática muito rica e importante, e não seria possível esgotá-la em um único artigo. Desta forma, vamos continuar dentro deste assunto nas próximas semanas, continuando a abordar a situação de maneira dinâmica, sob diversos aspectos. No Artigo da semana que vem trataremos sobre a ‘atípica’ Olimpíada de 2020/2021 no Japão, assim como os seus desdobramentos dentro e fora dos estádios.

Lisandro Mamud

Lisandro Mamud é administrador, pesquisador em Inovação, Tecnologia e Educação do Núcleo Educotec (Ufam)

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