10 de setembro de 2024

Uma poética Manaus – Parte 3

A razão de desejar uma Manaus melhor para se viver é que acreditamos na força e na coragem da população dessa cidade. Um povo sabidamente guerreiro. Capaz de superar as piores crises de sua história, como foi com o fim da exportação da borracha para a Europa.

Naquela época, Manaus precisou se reinventar, e se reinventou. É verdade que à cidade foi esquecida por várias décadas, deixou de ser a “Paris dos Trópicos”, perdeu o seu glamour, mas ela deu à volta por cima. Com a implantação da Zona Franca em 1967, Manaus ressurgiu novamente para o mundo.

Infelizmente nem só de coisas boas vive o progresso. Com o processo de industrialização de Manaus, vieram também os problemas. Os principais deles foram: crescimento populacional e irregular da cidade, e com eles os graves problemas sociais, o tráfico de drogas e a degradação ambiental.

Com o crescimento econômico de Manaus, principalmente nas últimas três décadas, para cá vieram gente de todas as Unidades da Federação. Manaus se transformou rapidamente numa cidade rica e próspera. Mas essa riqueza não foi distribuída por igual entre a população.

Em Manaus, como em toda grande cidade, temos bairros extremamente ricos, como, por exemplo, os bairros Ponta Negra, Centro, Adrianópolis, Parque Dez, e bairros extremamente pobres, sem infraestrutura, água encanada e esgoto à céu aberto.

Nesses bairros, geralmente construídos em lotes irregulares, existem os maiores e os piores problemas de Manaus: degradação ambiental, tráfico de drogas, assaltos, roubo, furto e todo tipo de violência urbana.

Talvez você esteja aí pensando com os seus botões: o que os administradores públicos, do passado e do presente, fizeram ou fazem para resolver esses problemas?

Qualquer amazonense consciente sabe que os gestores, de ontem e de hoje, sempre foram coniventes com esses problemas e os grandes beneficiários, rendendo-lhes votos e mais votos, uma forma de se perpetuar no poder.

O que o povo manauara precisa é de um gestor capaz de construir uma cidade moderna, atender os anseios da população e de harmonizar passado e presente, principalmente no centro de Manaus, onde antigos casarões estão sendo transformados em centros comerciais, perdendo assim à memória histórica da cidade.

Precisamos, enfim, que o novo prefeito de Manaus seja capaz de arborizar as principais ruas da cidade, construir majestosas praças públicas, escolas de tempo integral, bibliotecas comunitárias nos bairros, com espaços amplos para leitura e cursos de arte e educação para à juventude.

Seria pedir demais para o novo prefeito? Pensamos que não! Assim como JK construiu Brasília e a Rodovia Belém/Brasília em 5 anos, acreditamos que 4 anos é tempo suficiente para o novo prefeito consertar essa cidade. Tenho certeza de que se JK fosse o prefeito dessa cidade ele construiria em 4 anos, no mínimo, duas novas Manaus.

Luís Lemos

É filósofo, professor universitário e escritor, autor, entre outras obras, de "Filhos da Quarentena: A esperança de viver novamente", Editora Viseu, 2021.

Veja também

Pesquisar