Os brasileiros que chegaram à maioridade nos últimos 15 anos desconhecem quem é o personagem da vida pública Roberto Jefferson, que ressurgiu no atual momento político e tem tido algum acesso à mídia. Trata-se de mais um caso em que a versão colide com os fatos, fruto de uma máquina elitista e ideológica, que procura desmerecer homens públicos que não transigem com as esquerdas.
Conheço Roberto Jefferson desde sua primeira eleição, em 1982, quando chegou à Câmara dos Deputados, para seis mandatos. Com respaldo em meio século de reportagem política, posso afirmar que sua presença parlamentar, como liderança e atuação destemida, infelizmente não tem paralelo na atual representação do Rio no Congresso Nacional. Quem procurar na Internet suas recentes entrevistas verificará o tribuno de excelência que é.
Não estivéssemos no Brasil, ele não seria acusado de envolvimento em esquemas de corrupção, quando o ciclo de limpeza no país começou com o Mensalão, sem o qual não teria acontecido o “Petrolão” e a Lava-Jato, que nasceu de bem fundamentada denúncia sua em entrevista à Folha de São Paulo, à jornalista Renata Lo Prete.
A acusação se comprovou, assim como o fato de que o veterano político nunca tirou proveito pessoal do recebido para seu partido, que preside até hoje. Caso raro, já que também não mora em casa em nome de amigos, nem casa de férias, nem em casa vizinha à sua. Reside no pequeno município fluminense de Levy Gasparian, às margens da BR-040.
Jefferson nunca apareceu envolvido em negociatas. E teve relevância na agenda do Parlamento, apesar de citado apenas nas reportagens mais específicas. Nunca gastou muito em suas campanhas e sempre teve significativas votações. O pai e o avô eram políticos na Cidade Imperial, mas sem meios para custearem suas campanhas senão com o exemplo de lealdade e espírito público.
Costuma ser referido como “líder do centrão”, sem que se explique à sociedade que foi este grupo, na Constituinte de 88, que evitou o pior para o Brasil. Foi, sim, um dos comandantes da resistência democrática à tentativa de implantar um sistema socialista no Brasil. Foram seus companheiros os grandes e saudosos brasileiros como Milton Reis, Roberto Cardoso Alves, Ricardo Fiuza, Prisco Vianna, José Lourenço e outros mais que souberam beber na sabedoria de Roberto Campos, então senador por Mato Grosso, a orientação na área econômica.
Roberto Jefferson deu ao Brasil, no processo de impedimento do presidente Fernando Collor, um exemplo de caráter e dignidade, coerência e bravura cívica e moral. Tem qualidades, tem talento, autoridade e história. Por isso estará na próxima Legislatura certamente.
A César o que é de César!