Muitos são os colegas trabalhadores da educação no Estado do Amazonas que estão passando por dificuldades econômicas e psicológicas. Por isso, pensar no retorno às aulas presenciais nesse momento é no mínimo irresponsabilidade do governador e do prefeito de Manaus.
Ainda não temos dados oficiais, mas já são mais de 300 colegas mortos por causa desse maldito vírus. Muitos também são os pais dos alunos, parentes e amigos. Uma verdadeira tragédia humana.
Como falar em retorno as aulas presenciais nesse momento se ainda temos muitas internações e mortes por causa desse vírus? A sociedade precisa entender que a categoria de professores não reúne, nesse momento, as mínimas condições de retorno às aulas presenciais.
Embora muitos digam que “Os professores não gostam de trabalhar”, como disse recentemente o presidente da República, é preciso um pouco mais de sensibilidade com esses profissionais. É preciso muito cuidado, amor e um ambiente favorável para o professor(a) desenvolver o seu trabalho. Não pode ser de qualquer jeito. Pressionado. A educação não funciona assim.
Se o governador e o prefeito querem a volta das aulas presenciais, que eles garantam vacina para todos os professores. “Sem vacina, sem retorno!”. Isso mesmo. “Sem vacina, sem retorno”. Os professores não podem voltar a sala de aula sem antes serem vacinados.
A título de esclarecimento, “Sem vacina, sem retorno” é o tema de uma campanha que está sendo vinculada nas redes sociais pelo Sindicado dos Professores do Estado do Amazonas. Mas eu pergunto: qual a chance de os professores obterem sucesso nessa campanha?
Infelizmente os governos, estadual e municipal, quase nunca ouvem os professores. A categoria nunca é levada à sério. Sendo assim, o fracasso é eminente. Não que eu seja pessimista, já disse isso aqui mais de uma vez. O problema é que quem “manda” na educação não são os professores e sim os políticos, que preferem que o povo permaneça na ignorância.
É preciso resistir, lutar. Os direitos de uma categoria ou de qualquer cidadão só se conquistam pela luta. Não se conquista ficando em casa, de braços e pernas cruzadas. Os nossos direitos não chegam pelos correios, pelas redes sociais.
Uma coisa é certa, todos os países do mundo que estão vencendo o coronavírus adotaram ou estão adotando medidas sérias de circulação de pessoas, uso obrigatório de máscara, álcool em gel, proibindo aglomerações e vacinação em massa.
E por aqui, em terras tupiniquins, o que temos? Um presidente que nega à ciência, desautoriza a população a não usar máscara, promove aglomerações, faz piada preconceituosa e machista contra nortista, maranhense, mulher, negro, indígena e vive espalhando fake news.
Apesar de tudo isso, não podemos perder a esperança. E por já termos mais de 260 mil mortos por Covid-19 no Brasil, por não termos vacina para todos, é que eu também me junto a campanha do Sindicado dos Professores do Amazonas e digo: “Sem vacina, sem retorno.”