“São Jorge, guerreiro vencedor do dragão, rogai por nós.
Ó São Jorge, meu guerreiro, invencível na Fé em Deus, que trazeis em vosso rosto a esperança e confiança, abra os meus caminhos.
Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.
Armas de fogo, o meu corpo, não alcançarão; facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar; cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar. ”
Nas minhas lembranças de menino moleque, meus 4, ou 5 anos, todo o dia 23 de abril amanhecia em festa. Acordava às 4 horas e 30 minutos com uma queima de fogos que podia se ver pela pequena janela da cozinha que dava para o Campo de Santana e ao prédio de torres vermelhas do Corpo de Bombeiros.
Sou carioca e morei até meus 24 anos na rua Vinte de Abril, no Centro da cidade, bem próximo à Praça da República (Campo de Santana). Há um Jardim de Infância lá onde comecei minha formação educacional com a tia Denise.
Não éramos uma família de tradição católica, mas, neste dia, minha mãe me vestia mais cedo com a farda quadriculada azul e saíamos para assistir à missa das cinco horas, na pequena e acolhedora igreja de São Jorge, localizada na entrada do Saara, importante centro comercial do Rio de Janeiro.
O cheiro das velas misturava com as lágrimas e fé das pessoas, devotas à Deus e à São Jorge, santo que abria caminhos para momentos difíceis, trazendo força e proteção. Lembro que após a oração com que comecei o nosso artigo, rezava-se um Pai Nosso, uma Ave Maria e uma Glória ao Pai. Até hoje, cultivo em casa o hábito de ter uma planta conhecida como ‘espada de São Jorge’ para afastar mau olhado.
A tradição cultural e histórica demostra que George da Capadócia defendeu com sua vida o movimento político do cristianismo nascente, o Caminho, no século III. Militar do império romano, habilidoso em armas, reconhecido na corte romana como conde da Capadócia, se insurgiu contra o plano de eliminação dos cristãos proposto pelo imperador Diocleciano. Torturado, jamais recuou de sua fé cristã perante o imperador, morreu degolado em 23 de abril de 303 d.C.
Passados 1717 anos, nossas preces ao Santo Guerreiro, padroeiro dos escoteiros, da Cavalaria do Exército brasileiro e do Corinthians paulista, dos meus amigos Roque Reis e Saymon Erickson, parecem ter sido ouvidas.
Se é para vencer a guerra da pandemia, que seja com a verdade. Não àquela professada por marqueteiros politiqueiros presidencialistas, mas, àquela que a democracia exigiu nas eleições de 2018.
Uma verdade ancorada na realidade brasileira de grandes fortunas não tributadas, de lucros abusivos de bancos financistas em detrimento ao aumento da pobreza e desigualdades sociais, das ‘cortes e impérios’ corruptos nos três poderes republicanos, vivendo numa moralidade de troca, comprovada nas falas e fatos da sexta-feira (24) santa e inquisitória, colocando fogo no pobre ‘parquinho’ Brasil, que não merece tanto descaso com a coisa pública…
Ainda bem, que Deus é brasileiro, e a intercessão de São Jorge ao Grande Arquiteto do Universo mostrará, nos próximos capítulos, verdades e respostas de réus tucanos livres a voar, de apodrecidos partidos, de bispos, de Marielle, francamente presentes, que não podem e nunca poderão se calarem.
Ou aproveitamos agora para lavar a lama e tirarmos lírios do lodo, ou sucumbiremos ao mais letal vírus atuante no Brasil: o poder da reeleição.
“Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete, meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós.
Ajudai-me a superar todo o desanimo e alcançar a graça que tanto preciso: ” cura o nosso Brasil e liberta o mundo da pandemia do Covid-19!
“Dai-me coragem e esperança, fortalecei minha fé e auxiliai-me nesta necessidade.
Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.
Amém”.
SALVE, JORGE!
*Daniel Borges Nava é geólogo, analista ambiental e professor doutor em Ciências Ambientais e Sustentabilidade na Amazônia
Fonte: Daniel Nava