A hora H do dia D chegou e não foram capazes de prover de oxigênio medicinal a nossos filhos doentes.
Não me parece ter havido falta de dinheiro. Faltou, a todos, RESPONSABILIDADE.
A cidade de Manaus foi a primeira que colapsou, as covas coletivas sinalizavam que a guerra era implacável e não seria para amadores.
Mas, para nos defender da doença, retiramos médicos da linha de frente e contratamos um general da ativa e o parente de uma deputada estadual.
E daí?
Faltou logística, e, por “maus caminhos”, não conseguimos respirar…
Interessados na perpetuação no poder, construindo moralidades de troca, o “silêncio dos inocentes”, poderes constituídos e sociedade civil caminharam ao prazer do mercado das chamadas “mãos invisíveis”.
Se o dólar está conveniente, melhor exportar do que prover nossos supermercados. Com poucos produtos, o mercado aumenta os preços, e o dragão da inflação consome nossos salários mínimos…
Alguns, cada vez menos, aumentam seus lucros. A grande maioria se empobrece na miséria da incapacidade de respostas dos poderes constituídos.
Os que poderiam auditar e corrigir os “maus caminhos”, mais uma vez, na história, lavam as mãos como o personagem Pilatos… melhor, talvez, seja ter um governador amigo do rei, do que intervir e responder à “pobre rica sociedade amazonense” com o mínimo de governança: comando e controle.
Não conseguimos respirar… e, perplexos, vimos faltar oxigênio nas respostas do tratamento, na hora H, no dia D.
O rei acha que fez a sua parte ao comandar… Está mais preocupado, agora, em vacinar antes do dia 25, pois o Estado mais rico, um “Brasil”, dentro do Brasil, reproduz o discurso político e marqueteiro da força econômica, das “mãos invisíveis”…
Se olharmos o mapa-múndi de quem, hoje, está sendo vacinado, veremos as cores dos ricos e o branco dos pobres e/ou irresponsáveis, um vazio real e letal.
Quem pagará a conta do avião “blue”, adesivado, que não voou para Índia, e, voltou para Campinas, para levar alguns galões de oxigênio à Manaus?
O “capitão”, o “general”, o governador amigo do rei… todos preocupados em oferecer “panis et circenses” ao invés de respostas…
Manaus, cidade que acolheu e acolhe milhares de venezuelanos, hoje, recebe um pouco de oxigênio daquela nação de irmãos latino-americanos que falam castelhano.
Artistas respondem ao pedido de socorro do público que os acolhe em seus espetáculos.
As fabricas da Zona Franca de Manaus param suas operações em resposta ao caos instalado na cidade.
São retratos da caridade daqueles que têm mais e podem comungar com os refugiados da guerra pandêmica, sobreviventes, ainda, não se sabe até quando, graças ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O retrato da guerra não nos parece justo ao povo da floresta, que, conservando-a, tão bem faz à humanidade.
Os mais abastados podem recorrer ao sistema de tratamento “Varig, Vasp e Transbrasil”… e os que ficam, precisam de caridade?
Respondo, que não.
O hospital universitário de um dos mais pobres estados federativos, o Piauí, acolheu os primeiros nove pacientes do Amazonas com o mesmo zelo e responsabilidade de uma nação, o Brasil, que sempre abraçou seus filhos e irmãos de outras nações.
Este é o conceito pleno de SOLIDARIEDADE, que conclamo tenhamos diante do caos da guerra pandêmica, por Manaus, e por todas as cidades do Brasil e do Mundo.
O Piauí compartilhou sua maior riqueza, o abraço da SOLIDARIEDADE da sua população, da terapia que cura, o AMOR consciente, de uma MORALIDADE DE CONSCIÊNCIA, apartidária, apolítica, capaz de identificar como próximo, todo o ser humano a quem devemos RESPONDER.
Os que NÃO RESPONDEM, são IRRESPONSÁVEIS.
Para estes, as palavras de Confúcio (551-479 a.C.): “paga-se a Bondade com a Bondade, e o Mal com a Justiça”.
Que bom que a Ciência vem respondendo, e já temos, no Planeta, vacinas disponíveis à prevenção da Covid-19.
Que ótimo que nossos técnicos, pesquisadores, cientistas, funcionários públicos da Agência de Vigilância em Saúde (ANVISA), da FIOCRUZ e do Instituto Butantã conseguiram RESPONDER nossos apelos emergenciais pelo acesso à vacina no Brasil.
Em tempo, considerando os mais de dois milhões de Seres Humanos vítimas da pandemia, quero dedicar ao Espírito Eterno do meu Irmão, Celso Góes, e à sua Família que acolheu minha Família em seu Coração Amazonense, nosso Amor, Preces e Gratidão eternas.