2 de novembro de 2024

Pobres poderes

Quando se fala em DEMOCRACIA parece, a princípio, que facilmente se está falando de algo simples de definir. No entanto com o passar dos tempos, as definições foram sofrendo adaptações, desde aquela de que é um “regime onde TODO o cidadão tem direito de eleger seus representantes, exercendo, portanto, poder igualitário. Passou a girar em torno da igualdade e independência dos poderes (legislativo, executivo e judiciário), até chegar a esta miscelânea de conceitos que temos atualmente, onde os direitos são definidos de acordo com interesses pontuais.

Quando falamos dos poderes que compõem o sistema democrático, temos no caso brasileiro, uma utopia completamente deturpada por conta de um movimento ideológico que impôs direitos fora do contexto. Um deles é o direito de voto e de elegibilidade do analfabeto, que deixa de ser um direito para se tornar uma deturpação do sistema e da confiabilidade deste. Como um analfabeto pode votar se seu voto deve ser pessoal, sem que o mesmo não saiba ler nem escrever? Pior ainda, é um analfabeto poder exercer um mandato, seja lá do que for, sem ter condições de ler, escrever e pior ainda, entender o que está sob sua responsabilidade, ou irresponsabilidade.

Quando se tentou quebrar o período de domínio ideológico de esquerda que infelizmente durou duas décadas e quebrou o Brasil como acontece de forma recorrente com todos os países que adotam o sistema, a resistência veio de maneira forte e cruel, utilizando a ferramenta mais covarde que este regime utiliza para dominar qualquer sociedade: a DESEDUCAÇÃO. Durante as duas décadas em que esteve no poder, o sistema de educação de nosso país foi ESFACELADO, além de sofrer um processo de ideologização constante, criando uma geração completamente alienada. 

Os direitos individuais foram trocados por uma cartilha intitulada de “politicamente correto”, onde uma suposta luta por direitos individuais acabou por esfacelar o conceito de convivência, polarizando as relações entre Homem X mulher, Preto X Branco, Homo X Hétero, e por aí vai. A judicialização das relações entre as pessoas em nosso país, quebrou a beleza e encanto do povo brasileiro. Aquele brasileiro amigo, alegre e brincalhão, foi trocado por uma pessoa chata que reclama de tudo, não aceita um apelido, vê qualquer brincadeira como xingamento ou racismo. Preto passou a ser obrigatoriamente chamado de Afro-brasileiro, pelo menos é o que a lei manda, esta lei tão absurda que obriga chamar o anão de “ser verticalmente prejudicado”. 

Enquanto isso tudo destruía a sociedade como um todo, a nível político o sistema ia sendo destruído por mudanças como o aumento no número de partidos, transformando nosso parlamento em um IMENSO FEIRÃO PARLAMENTAR, onde as trocas de favores se tornaram imensuráveis e a confiança no Congresso, que já não era das melhores, simplesmente deixou de existir. As duas décadas de poder esquerdista, acabou gerando uma Constituição que chamaram de democrática e popular, mas que na verdade destruiu completamente a estrutura democrática de nosso país. 

O maior exemplo da POBREZA DOS PODERES GERADOS, está no infame Superior Tribunal Federal – STF, que por ter ministros indicados pelos presidentes, sem o menor critério técnico ou de competência, passaram a ser pura e simplesmente um extremado e caríssimo escritório de defesa executivos e parlamentares, defendendo de sobra alguns meliantes desde que possuam bastante dinheiro. O Judiciário passou a fazer exatamente aquilo que deveria combater, que seria a INTROMISSÃO NOS OUTROS PODERES. Não dá mais para saber até onde vai a competência do poder judiciário brasileiro, pois o mesmo legisla e executa, desde que seja do seu interesse ou de seus apaniguados.

Orígenes Martins

É professor, economista, mestre em engenharia da produção, consultor econômico da empresa Sinérgio

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