O Amazonas começa a valorizar a pitaya, a fruta colombiana que já é conhecida no mundo todo. No Brasil ela é produzida em muitos estados. Os benefícios dela são inúmeros. Desde auxiliar na dieta para perder peso até o controle do diabetes. Seu preço um tanto elevado se deve muito a alta procura e a produção ainda pequena. Contudo, como veremos a seguir a planta exige muitos cuidados o que nunca a deixará entre as frutas de preço vulgar.
A planta é uma variedade de cacto que tem muitas. Não podemos esquecer que a tequila, popular bebida mexicana, é extraída de uma dessas variedades. Contudo, seu plantio é relativamente separado, devendo ser plantada a uma distância de 2,5 por três metros, alcançando até 1.200 plantas por hectare. O que permite, neste espaço, uma colheita de dez toneladas depois que planta se tornar adulta. Sua colheita pode iniciar-se em um ano, com uma produção pequena, atingindo a fase adulta em três após o plantio e continua produzindo por mais outros quinze.
Devido à distância entre as plantas, há necessidade de se plantar uma cobertura rasteira, para evitar o surgimento de ervas que podem sugar os nutrientes do solo. A ausência total de cobertura viva estimularia a erosão. Além do adubo, no Amazonas, há necessidade de muito calcário para corrigir a acidez do solo, uma vez que, na maioria dos lugares o PH está abaixo de cinco.
Além disso, como acontece com a uva, há necessidade de escorar a planta, pois ela tem um formato de um guarda chuva rústico e seus ramos produtivos situam-se no alto. Sua altura, em torno de 1,60 metros, facilita a colheita. Diferente da uva, sua poda, ou seja a retirada de brotos improdutivos, deve ser feita diariamente. Os brotos dos troncos da planta podem servir com novas plantas. Além disso, a polinização é feita num trabalho manual, muito esmerado, numa dedicação carinhosa. Claro está que quanto melhor o trato que se dá à terra e à planta, mais ela agradece com seus frutos.
A colheita no Amazonas deve dar-se a cada sete meses, pois o clima estimula a produção. Isso é algo fantástico, porque além de permitir duas colheitas ao ano, a época de colheita mudaria todos os anos. Como ocorre com o abacaxi, o solo amazonense seria o mais adequado para o plantio. Uma grande rede de supermercados já se interessou para distribuir a fruta a nível nacional. A maneira como a planta é colhida ajuda na conservação dela que mantém as qualidades originais por três a quatro semanas em temperatura ambiente. Menos perecível que muitas frutas. Contudo, pode ser conservada em geladeira ou congelada e utilizada o ano inteiro. Sobremesas, doces, sucos e sorvetes são apenas algumas das sugestões para uso dessa fruta.
Enfim, algo novo está surgindo. A Prefeitura de Manaus, em sua administração atual, aposta na novidade e comemora o sucesso dos primeiros resultados. A fruta tem nutrientes nada comuns. O consumo de frutas, in natura, ou em forma de sucos, sempre é aconselhável. No entanto, a pitaya, além de gostosa tem nutrientes suficientes para ser recomendada por nutricionistas e gastrônomos. O mercado está agindo com avidez a esse sabor diferente. Muitas coisas a terra já nos deu: a borracha, o açaí, o cacau, cupuaçu, o guaraná e outras. Esta, por não tratar-se de uma cultura permanente, deverá contar até com o apoio de ecologistas. (Luiz Lauschner)