14 de novembro de 2024

O que fazer: Insistir ou demitir ?

Hoje quero abordar sobre um dos dilemas mais desafiadores para líderes em qualquer organização: Insistir ou Demitir. Este é um tema complexo e de grande importância, pois envolve não apenas a eficácia da equipe e os resultados da organização, mas também o bem-estar e o desenvolvimento dos indivíduos envolvidos.

A decisão de insistir em um colaborador que não está atendendo às expectativas ou optar pela demissão é uma das mais difíceis que um líder pode enfrentar dentro dos aspectos da gestão de pessoas. Diante disto, essa escolha deve ser baseada em uma análise cuidadosa de vários fatores, incluindo o desempenho atual da pessoa, seu potencial de crescimento, a cultura da empresa e o impacto da decisão na equipe como um todo.

Sem avaliar por diversos ângulo pode ser que a escolha seja precipitada. Da mesma forma, passar muito tempo em análise pode retardar uma decisão gerando ainda mais impactos negativos.

Vamos explorar algumas possibilidades de insistir de uma maneira quase que passo a passo e assim perceber um caminho prático para o processo de avaliação:

  1. Análise do Impacto na Equipe: Considerar como a permanência ou saída do colaborador afetará o moral e a produtividade da equipe. Às vezes, manter uma pessoa “problemática” pode ter um impacto negativo significativo no restante da equipe, mesmo que ela ofereça muito potencial. Muitas vezes, o desgaste foi tão intenso que mesmo com estratégias de aprimoramento será muito difícil estabelecer o clima organizacional favorável enquanto o colaborador avança nos itens que precisa melhorar.
  2. Avaliação de Potencial e de Crescimento: Considerando que é possível gerenciar o impacto no time, aprofunde na identificação do desempenho atual deste colaborador, pois ao avaliar objetivamente o cenário atual será possível identificar se os problemas são de habilidades, atitude ou alinhamento com a cultura da empresa. Alguns colaboradores podem apresentar desempenho aquém do esperado, mas possuem um alto potencial de desenvolvimento. Avaliar o histórico de aprendizado e adaptabilidade pode indicar se vale a pena investir mais tempo e recursos na pessoa em questão.
  3. Ferramentas de Desenvolvimento: Tendo o item 2 favorável, implementar programas de treinamento personalizados e oferecer mentoria podem ajudar o colaborador a superar suas dificuldades. Sobre este tópico, é importante ainda atrelar feedback regular e construtivo para que ele entenda suas áreas de melhoria e sinta-se apoiado no seu desenvolvimento à medida que o programa avança. Tendo também consciência sobre os aspectos que não estão avançando e porventura as possíveis consequências.

Perceba que o caminho de decisão de continuar ou demitir requer um diagnóstico completo, com uma avaliação abrangente que inclua autoavaliação do colaborador, feedback de colegas, e análise de resultados de desempenho. São essas informações que levarão um plano de ação específico e mensurável com metas claras para o colaborador, incluindo prazos e check-ins regulares para avaliar o progresso.

Importante reforçar que monitorar o progresso em relação ao plano de ação é crucial, pois se houver melhorias substanciais, considerar continuar o desenvolvimento. Caso contrário, avaliar se a falta de progresso é devido a falta de esforço ou à incapacidade de atingir as metas estabelecidas. São essas preciosas análises no decorrer do plano que vão solidificando a tomada de decisão mais permanente.

Diante disto, se não perceber o progresso a decisão de demitir se faz e com ela a importância de realiza-la com humanização, incluindo: transparência na comunicação, planejamento da transição e quem sabe até um apoio pós-demissão.

Transparência na comunicação de demissão envolve fornecer informações claras, honestas e completas sobre os motivos da decisão, de forma direta e respeitosa, face todo o processo feito até então me parece que não terá tantos problemas de entendimento, mas cada pessoa é única e todo cuidado é pouco. É essencial que você explique as razões que levaram à demissão, garantindo que o colaborador compreenda plenamente a situação. Além disso, como reforcei é importante oferecer apoio durante a transição, como aconselhamento sobre o próximo passo ou informações sobre benefícios de desligamento. Esse tipo de abordagem promove um ambiente de confiança e respeito mútuo, mesmo em momentos difíceis.

Sobre os aspectos do planejamento da transição é importante pensar sobre responsabilidades para minimizar o impacto na equipe e nas operações. Isso pode incluir a designação de um temporário ou a redistribuição de tarefas.

Sobre os aspectos do apoio pós-demissão, talvez seja possível negociar na empresa um auxílio na recolocação ou aconselhamento de carreira, como forma de ajudar a manter a reputação da empresa e o moral dos colaboradores restantes.

Fica evidente que a decisão não é imediata e sem esforço, pois requer maturidade de gestão e manejo de liderança para utilizar ferramentas e estratégias neste processo e para que não incorra de surpresa nesta encruzilhada novamente procure sistematizas algumas práticas de gestão de pessoas para que sistematicamente já consiga acompanhar e agir mais prontamente, como:

  • Avaliações de Desempenho Estruturadas: Utilizar avaliações de desempenho regulares e estruturadas para monitorar o progresso e identificar problemas antes que se tornem críticos.
  • Sistemas de Gestão de Talentos: Implementar sistemas de gestão de talentos que ajudem a identificar, desenvolver e reter colaboradores com alto potencial.
  • Cultura de Feedback: Promover uma cultura onde o feedback contínuo é valorizado e incorporado ao dia a dia da empresa.
  • Ferramentas de Análise de Dados: Utilizar ferramentas de análise de dados para rastrear o desempenho e identificar tendências que possam necessitar de intervenção.

Perceba que a decisão de insistir ou demitir um colaborador é multifacetada e deve ser tomada com base em uma análise criteriosa e cuidadosa. Um líder eficaz precisa equilibrar a compaixão com a necessidade de manter a produtividade e a moral da equipe. Implementar estratégias e ferramentas adequadas pode ajudar a tomar decisões mais informadas e justas, beneficiando tanto a organização quanto os indivíduos envolvidos. Ao manter um diálogo aberto e empático, o líder não só preserva a dignidade do colaborador, mas também fortalece a confiança e o respeito dentro da equipe, promovendo um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.

Neste caminho, vale sempre ressaltar a importância de reavaliar estratégias e tomar decisões assertivas, com um tom de reflexão sobre a coragem necessária para reconhecer quando é hora de seguir novos caminhos.

Cintia Lima

Psicóloga, Master Coach e Mentora Organizacional

@psi.cintialima

 

Cíntia Lima

é Psicóloga, Master Coach e Mentora Organizacional [email protected] - 92 981004470

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