Aristóteles Drummond
O Lula do terceiro mandato não é aquele que parecia amadurecido e mais pragmático na condução do governo da campanha eleitoral. Sua experiência e habilidade não se fizeram notar na formação de sua equipe de governo. Aceitou indicações sem considerar competência, qualidades éticas e morais. Pensou em obter base parlamentar mas não no Brasil.
Lula, que tanto criticou o governo Bolsonaro, formou uma equipe caricata, desunida e sem rumo. Não tira os olhos do retrovisor, insistindo em criticar e agredir seu antecessor. Ele foi eleito para governar e não para prorrogar a campanha eleitoral.
Não tem um programa para garantir segurança ao agronegócio, assustado com a volta das invasões de inspiração marxista promovidas pelo MST. Não acena ao capital com disponibilidade para investir na indústria e assiste impassível a crise nas grandes redes do varejo, que dependem da retomada do crescimento.
A esperada reforma tributária aponta mais para aumentar carga fiscal do que simplificar e facilitar a vida do contribuinte e do empreendedor. Nada é feito para descongestionar o judiciário de milhões de ações envolvendo questões tributárias. A pauta nacional está mais para o emocional do que para o racional. Até agora só se tratou de gastar e não de crescer.
Nada ocorre no sentido de se perceber um projeto de desenvolvimento econômico e social com base do que ocorre nos países mais adiantados. Pelo contrário, a identidade buscada é com aqueles que atravessam dificuldades em função de prioridade a ações ideológicas.
Até aqui temos assistido a um festival de ressentimentos, intolerância, revanchismo e cumplicidade com o erro, em um projeto de desgastar os setores da sociedade que garantem a ordem, como o militar, e o progresso, como os empresários.
Lula deveria atentar para uma nova realidade, diferente daquela que permitiu seus dois mandatos e as duas eleições de Dilma Rousseff. Tanto em termos econômicos como sociais.
Bolsonaro não ouvia ninguém e Lula ouve as pessoas erradas.