Um governo que procura as soluções nos atalhos em tempo algum terá os resultados necessários para o crescimento do país. O que assistimos nos últimos meses é a busca de medidas saneadoras, caracterizadas pelo imediatismo como a do “carro popular” que poderá beneficiar um segmento apenas — elas jamais recolocarão o Brasil no comércio mundial. Ter um produto de circulação mundial significa que este possui os avanços tecnológicos necessários ao seu consumo com êxito. Subsidiar uma produção deve ser consequência de prévio estudo, analisando como dar-se-á a participação desse produto no mundo — considerando o resultado das metas a serem atingidas. Criar algo para atingir somente uma classe, por exemplo, o carro popular é um caminho evitado pelos países desenvolvidos. Assim, essa medida certamente nasceu de cabeças desajustadas que buscam enganar os ingênuos; e afasta o país dos elevados objetivos de uma nação que, antes, seguia um modelo de desenvolvimento concreto. Basta de mediocridade.
Contudo, o governo federal diante das revezes anuncia uma reforma tributária em que propõe um modelo tido como mais “eficiente”. Esperamos que o aguardado crescimento beneficie a população com geração de empregos e aumento na renda do trabalhador. Se houver o fim da cumulatividade com certeza as exportadoras e as importadoras tornar-se-ão mais competitivas. De nada adiantou o BNDES conceder crédito subsidiado, porque a economia toda vez precisou de um modelo austero e duradouro de crescimento. Retornar à mediocridade será o “caos”. Ao alcançar algo melhor com a futura criação do imposto único denominado IBS, espera-se que a insegurança jurídica diminua e os benefícios tragam novas oportunidades.
Mas enquanto o governo federal estiver resolvendo criminalizar deputados da oposição e cassar mandatos; receber presidente genocida, colocar no STF militantes petistas, enfraquecer várias instituições, eliminar o direito de propriedade, impor a censura — com certeza estaremos vendo o triunfo da ilegalidade e da corrupção; bem como o enterro do Estado Democrático de Direito. Esquecer que não há espaço para ditaduras — todas estão no lixo — é provocar uma situação cujo enfrentamento advirá como meio de defesa do brasileiro que é honesto e trabalhador.
O presidente constantemente é visto com bajuladores e interesseiros, porém, deveria estar preocupado com a queda da aprovação de seu governo de 39% para 37% e o aumento de sua rejeição de 26% para 28%, conforme o IPEC — tudo em apenas cinco meses. O que a maior parte da população brasileira sabe é que as “urnas” não o elegeram.
Contudo, não enfrenta o povo e sabe que seu governo desce ladeira abaixo. Teme a vaia e se isola da população. Por quê?
Manaus/AM, 13 de junho 2023
JOSÉ ALFREDO FERREIRA DE ANDRADE
Ex-Conselheiro Federal da OAB/AM nos Triênios 2001/2003 e 2007/2009 – OAB/AM