9 de dezembro de 2024

O essencial em nossas vidas

Num mundo tão egoísta, tão cheio de afazeres, de compromissos, muitas vezes deixamos de refletir sobre o que é essencial em nossas vidas. 

Por vezes nos preocupamos muito mais com os compromissos externos, com as agendas, com o trabalho, do quer com a família, os amigos.

É hora de perguntamos sobre o que é realmente importante em nossas vidas, sobre o que eu estou fazendo para que a minha vida se torne extraordinária.

O grande filósofo grego Sócrates nos ensinou que “O homem sábio aprende observando, enquanto o homem vil aprende caindo”.

Se tem um negócio que vem “lascando” com a vida do ser humano nos últimos tempos é essa mania de se comparar com os outros.

Não precisávamos passar por tudo isso, mas a pandemia de Covid-19 nos ensinou que à vida deve ser mais simples, leve, desincompatibilizada.

A nossa arrogância é querer controlar tudo, até o nosso destino, quando na verdade não controlamos nada, nem o nosso suspiro.

O autoquestionamento liberta o ser humano da mediocridade, da covardia, da maledicência e torna a nossa vida mais significativa.

A nossa postura inconformada com o mundo, com a realidade, com as coisas que nos cercam, muitas vezes, é que cria uma postura mental perigosa.

Ao contrário, o ser humano livre é aquele que não perde a esperança, mesmo sendo submetido aquilo que parece ser inevitável, invencível, insubstituível.

Quando estamos diante do perigo, de perder a esperança ou a nossa dignidade, devemos recorrer a quem confiamos, acreditamos, a Deus, por exemplo!

A confiança, o companheirismo, o amor, a amizade, a fé, a esperança, a justiça, etc., são valores fundamentais que nos ajudam a superar as dificuldades.

Por isso perguntamos: o que é realmente importante para você, na sua vida? O amor, o dinheiro ou a amizade? Você já parou para pensar sobre isso? 

É possível conciliar dinheiro, poder e felicidade? No fundo, não é isso o grande dilema da vida? Ou você vai dizer que o poder não é afrodisíaco?

O que é que faz uma pessoa ser virtuosa? É a fé dessa pessoa? A formação? O caráter? Como ser verdadeiro num tempo de mentiras?

É possível conciliar corpo e mente sã? Ir à igreja, ao cinema, ao bar e continuar sendo alegre e feliz? Você acha que o ambiente muda as pessoas?

Quem é você e o que você espera da vida? Você acha que a política corrompe as pessoas ou são as pessoas que são egoístas por natureza?

Por que buscamos uma vida sem sobressaltos, imaculada, boa, feliz? Por que temos tudo o que temos? Por que não alcançamos o que desejamos?

Ultimamente tenho refletido bastante sobre essas questões. Talvez você esteja me achando catastrófico, certo? E eu respondo: de modo algum.

O que eu busco é entender esse grande mistério que é a vida, mesmo sabendo que eu nunca entenderei, seguirei tentando, perguntando pelo essencial.

Assim como a vida que é anterior a nós e que nos sucederá sem dificuldades, o autoconhecimento ou a busca de si mesmo deve ser o essencial em nossas vidas.

Luís Lemos

É filósofo, professor universitário e escritor, autor, entre outras obras, de "Filhos da Quarentena: A esperança de viver novamente", Editora Viseu, 2021.

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