14 de outubro de 2024

O Brasil que dá certo

 Conversando e convivendo com estrangeiros de experiência e cultura empresarial, histórica, é comum observar o otimismo em relação ao Brasil – embora com comentários irônicos, sem perder a ternura, quanto às nossas limitações como sociedade amadurecida e informada. A base da simpatia é a maneira de ser do povo brasileiro, alegre, cordial, despretensioso e trabalhador. E a aposta no potencial econômico tem bases sólidas. Mercado interno, potencial de crescimento.

Percebe-se, na análise do investimento estrangeiro, que este vem se retraindo naqueles que visam o curto prazo, nas aplicações financeiras, que devem fechar o ano no negativo de alguns bilhões de dólares, mas há o crescimento naqueles que maturam no médio e longo prazo. São investimentos de grande monta, em quase todos os setores, exceto o financeiro em que, na verdade, o sistema bancário de varejo hoje possui apenas um banco estrangeiro entre os dez maiores.

Uma imaturidade do brasileiro, da elite política e empresarial, é que a pauta da sociedade constatável na leitura dos meios de comunicação é absolutamente inútil, fútil, longe do que possa interessar a uma população de 230 milhões de almas. Destas, boa parte ainda está na economia informal, sem qualificação para o trabalho, com problemas na área da saúde, da habitação e da alimentação.

O Brasil vive discutindo a sucessão nas casas legislativas, a obrigatoriedade ou não da vacina, qual o melhor imunizante e a vida pregressa dos filhos do presidente, quase todos detentores de mandatos populares anteriormente à eleição presidencial. As operações espalhafatosas da Polícia Federal, sob proteção judicial, são emoções semanais. Incêndios na época seca, tradicionais aqui e no resto do mundo, virou uma novidade explorada politicamente.

O governo Bolsonaro, apesar de ele ser um colecionador de declarações e atitudes polêmicas, vem realizando uma importante, singular e espetacular mudança na economia e nos costume viciados que envolvem a vida pública do país. O país pouco sabe que a malha ferroviária está sendo duplicada com grandes ganhos na economia nos próximos anos, que a abertura da cabotagem vai permitir melhores custos no acesso de muitos produtos aos centros consumidores e permitir o aproveitamento de negócios até aqui inviáveis pelos custos de transportes. As estradas, por outro lado, estão com suas obras restabelecidas, na rede entregue à gestão privada como nas públicas federais. São dezenas os aeroportos que estarão nos próximos meses expandindo a malha aérea, via aeroportos concedidos, com ganhos econômicos e de qualidade de vida da sociedade.

O Brasil voltou a ser o principal produtor de café do mundo, e de qualidade; o açúcar é a vedete do momento; o etanol brilha, da cana, como do milho; o biocombustível avança; somos líderes mundiais no mercado da carne, da proteína animal. Pouca gente sabe que a maior empresa no mercado argentino é nossa, como no Uruguai e nos EUA, onde duas das três maiores são brasileiras. Líder na soja, passando pela primeira vez os EUA.

Estamos na liderança do minério de ferro e no petróleo, nos próximos dez anos, devemos estar entre os cinco maiores do mundo. Nossa capacidade no refino, a ser modernizada com as vendas de ativos da Petrobras, nos fará presença de destaque no mercado mundial.

É uma pena que o subdesenvolvimento prevaleça nas mentes e no comportamento dos setores mais influentes do país, sejam eles públicos ou privados. São elitistas, egoístas e alienados.

Mas o povo não é bobo…

Aristóteles Drummond

É jornalista e presidente da Associação Comercial do Estado do Rio de Janeiro

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