No meu livro “Pingo nos Is”, página 102, tem documento do Ministério da Agricultura, datado de 03 de julho de 1979, que recebi quando representava o Amazonas na Câmara Federal, em Brasília. Diz o ofício 173: “…Informamos a Vossa Excelência que o senhor Ministro aprovou a construção do armazém frigorífico e do Terminal Pesqueiro de Manaus, assim como a rede de armazéns metálicos da Cibrazem…”. De 1979 até hoje, ano 2022, já passamos 43 anos sem frigorífico e sem terminal pesqueiro, o que demonstra, no meu ponto de vista, que algo não está correto no setor pesqueiro do estado. Arrisco dizer que é a falta de união das diversas lideranças que envolvem o setor, a disputa por votos em momentos eleitorais, esquecendo das verdadeiras melhorias ao pescador artesanal.
Essa “novela” não acaba, e vejo que o terminal pesqueiro de Manaus que nem inaugurado foi, já está incluído em edital de concessão pelo governo federal. E os milhões investidos na obra que nem inaugurou. Parece que R$ 18 milhões. Quem paga essa conta?
Nessas quatro décadas, inclusive também com registros no meu livro “Pingo nos IS”, o assunto ocupou várias vezes as manchetes dos jornais do estado. Em nada prosperou, entrou governo e saiu governo e as soluções não apareceram. Quem perdeu? O pescador artesanal, que elegeu nesse período vários parlamentares para o defender.
Parece ironia, na terra da riqueza do peixe extrativo não dispomos de um Terminal Pesqueiro para recebimento, beneficiamento e estocagem desse produto de alto valor nutricional que, em épocas de safra, os de menor valor de mercado continua sendo desperdiçado.
É muito triste esse descaso!
Lembro, com saudade, do meu amigo Pedro Falabella, que sempre lutou por essa causa. De acordo com notícias vinculadas na mídia local, o governador Wilson Lima, diante dos entraves que envolvem o terminal construído ao lado da Panair, já sinalizou a construção dessa estrutura em outro local. Quando for concluída a obra, sugiro que esse terminal leve o nome de “Pedro Falabella” por todo seu envolvimento com o setor pesqueiro do estado.
Fico torcendo para avançar, pois não somente beneficiará o pescador artesanal, mas o piscicultor, o manejador de pirarucu e o consumidor, pois envolve segurança alimentar