Essa matéria da jornalista Andréia Leite, publicada no Centenário Jornal do Commercio, com o título “Pescadores reclamam da demora no repasse de cestas básicas” está muito boa, e nos leva a várias reflexões. Aliás, no meu posicionamento, respeito quem pensa diferente, essa matéria confirma a minha defesa de que, no gigante Amazonas, acabe, definitivamente, com a distribuição de cestas de alimentos (em fardos), que seja utilizada a mesma sistemática usada para pagar o Garantia Safra, Bolsa Família, Auxilio Emergencial, ou seja, que utilize o crédito financeiro direto nas agências lotéricas da CAIXA. Recentemente, aqui mesmo nesta coluna, voltei a defender que o valor financeiro da cesta básica de alimento seja creditado direto ao beneficiário. É lógico que estamos diante da pandemia onde tem o isolamento, mas passando esse momento, ou nos lugares onde o isolamento está suspenso, não tem mais razão da distribuição ser realizada em cestas físicas por inúmeros móvitos.
No caso das 60 mil cestas, a regional da Conab/AM não tem qualquer culpa sobre um possível atraso, aliás, ninguém tem culpa. É um processo muito complexo que envolve da compra até a distribuição. É fácil eu sair de casa e comprar uma cesta básica no Baratão da Carne, DB, Rodrigues, Nova Era, Supermercado Vitória, Atacadão e por aí vai. A decisão é minha, é meu dinheiro, compro onde quiser e quantas quiser. Mas no caso das 60 mil (repito, 60 mil cestas) é recurso público, existe todo um processo burocrático para a aquisição, remoção e entrega. Tem licitação em quase todas as fases. Tem prazos legais a serem cumpridos, tem montagem, tem muita coisa envolvida numa operação desse tamanho. Tem outro detalhe, normalmente a empresa vencedora da licitação é de outro estado. As vezes uma delas não cumpre o prazo de entrega, o produto vem com algum problema. Nesse caso, como entregar uma cesta faltando um produto no continental estado do Amazonas, as vezes um produto indispensável.
Não existe essa possibilidade de enviar o produto em outro momento, o custo é altíssimo, tem que ir tudo junto e no mesmo momento. Ninguém tem culpa, muito menos a Conab, que tem regras legais e prazos a seguir na compra, remoção, montagem e distribuição. A Conab também quer agilidade, pois sabe a necessidade desses alimentos ao público beneficiário, mas nem sempre é possível, tem procedimentos a seguir, e no relacionamento com fornecedores de produtos e serviços as vezes as coisas não andam como esperado.
O próprio fornecedor tem suas justificativas, principalmente agora em tempos de pandemia onde tudo ficou mais difícil. Excelente essa matéria, de parabéns o JC, a jornalista, e todos os depoimentos prestados, pois ajudam na construção de uma caminho mais rápido, legal, transparente, com segurança ao gestor e que movimente a economia do Amazonas. Essa matéria poderia ser objeto de encontro futuro para ver a melhor forma de sermos rápidos nesses momentos emergenciais no continental Amazonas. Ouvir o ribeirinho seria o primeiro passo. Ele deveria decidir qual a melhor forma de receber o auxílio. Pra mim, recurso financeiro do valor da cesta direto nas agências lotéricas da CAIXA, é rápido e transparente. E o recurso para comprar alimentos iria beneficiar o comércio no Amazonas, no interior.