Não bastasse as incertezas que levam a Economia mundial pós pandemia a sobressaltos estruturais, por aqui no Brasil o furacão não se apresenta diferente. Com precauções de toda ordem, mesmo tendo que suportar as inquietações, não somente do mercado quase paralisado, mais os clamores de uma sociedade padecendo dos rigores de causas promovidas pelo COVID-19, pelo desemprego, pela falta de perspectivas econômicas, por indefinições de políticas públicas, pela inconsistência de um sistema político falho, inconsistente e incompetente e por graus de falta de confiança do empresariado na retomada econômica da economia brasileira, se passa por grandes incertezas.
Para os economistas-pesquisadores do Clube de Economia da Amazônia (CEA) diversos são os fatores e aspectos que levam e precisam para uma Economia nacional se reerguer depois de um colapso como o provocado pelo COVID-19, principalmente em países como o Brasil, México, Argentina, Africa do Sul, Portugal, Grécia, Turquia e demais países dependentes com estruturas precárias.
Nessa vaga de incertezas, se tem no Amazonas a base de sua economia na Zona Franca de Manaus (ZFM)/Polo Industrial de Manaus (PIM) que passa por todas precariedades econômicas havidas com essa pandemia, pois se sabe que as perdas sempre acarretam consequências e para a economia amazonense que teve anunciado o encerramento no PIM, das atividades produtivas da multinalcional SONY, o que pode prenunciar a cabeça de um iceberg de saídas de empresa do PIM, haja vista, a imobilidade que cerca esse modelo de base institucional dependente de incentivos fiscais e de provável baixa mobilidade liberalizante.
Essa falta de ações reestruturantes pela Instituição SUFRAMA e por parte do Governo Estadual deixa o atual modelo ZFM/PIM em rota de risco, tanto em grave tempo de incertezas, quanto no prumo de medidas do governo federal em reforma tributária nacional. Um caso complexo.
Para a economia do Amazonas que perde e para o fator trabalho que vê diminuir o mercado de oportunidades, tem repercussão bem abrangente, na arrecadação de tributo estadual, no comércio, nos serviços e na qualidade de vida da sociedade. Sem outras conotações, haja vista, a passagem de tempo, mais de cinco décadas de existência desse modelo e nada, nenhum outro projeto foi implementado pelos governos que passaram na gestão desse Estado durante esse tempo ou foram incompetentes para formulá-los ou não fizeram proposituras de reformulação do modelo.
Como discutem os economistas do CEA, nesse cenário que se deve compreender o desempenho da economia brasileira, o país vinha de um longo período de instabilidade e baixo crescimento econômico, porém quando se vislumbrou certa probabilidade de expansão na reindustrialização e de empregos, com melhorias distributivas, ampliando os investimentos, o emprego e geração de renda, se teve o embate do COVID-19.
Além dos efeitos e consequências dessa pandemia, trava-se debate sobre as causas econômicas das perdas do dinamismo da economia e suas possibilidades e perspectivas de reativação pós pandemia, o que leva às visões liberais e desenvolvimentistas, lastreadas por reformas estruturais, as quais poderão atingir esse modelo ZFM/PIM se nada for proposto para sua reformulação.
O pessoal do CEA tende a levar discussões às transformações gerais que passará a Economia mundial, que levem em consideração aos cuidados específicos dos fatores ambientais que não dependam primordialmente do setor externo, alterando substancialmente a estrutura da economia pré pandemia.
Nessa visão, o Amazonas se coloca, sobremaneira, com perspectivas de produção de bens primarizados e manufaturados intensivos em recursos naturais, de bioEconomia e na Economia Verde. Com isso, o Amazonas teria todas as possibilidades de exportações para o mundo, sem que houvesse a interferência de decisões externas de commodities do eletroeletrônico, mas ampliando o leque de oportunidades de atrair novos investimentos externos em novos produtos de base na biodiversidade, como minérios, pescado, produtos biotecnológicos de flora e de fauna, produtos da indústria do Turismo, como forma que dependesse da competência de Governos e empreendedores privados.