12 de dezembro de 2024

Não vacile na hora da entrevista (inclusive on-line)

O ambiente da entrevista de emprego não é dos mais confortáveis. Por isso, muitas pessoas acabam cometendo erros que podem valer a vaga. Normalmente, os candidatos não têm consciência de que estão cometendo uma falha, e isso os leva a armadilhas.

Outro forte motivo para que os deslizes apareçam é o nervosismo. Quando a pessoa está muito nervosa, fato comum quando se sente avaliada, costuma apresentar comportamentos negativos e prejudiciais às suas pretensões.

Lembre-se, então, de que o corpo também fala e é preciso prestar atenção não só naquilo que você fala, mas também na postura que tem durante a entrevista. Uma forma de perceber insegurança é através da voz trêmula, quando a pessoa senta muito no canto da cadeira ou quando ela não olha nos olhos, por exemplo. A antipatia é percebida quando a pessoa balança a cabeça em negativa, vira os olhos em sinal de protesto ou fica tão retraída a ponto de ficar instransponível. E o temido nervosismo aparece quando a pessoa gagueja, usa vícios de linguagem, transpira demais, fica com a voz embargada ou os olhos mareados.

Porém, por mais que seja difícil controlar esses sintomas, há formas de evitar que os erram apareçam. O principal ponto é o autoconhecimento. Quando você sabe quais são os pontos a desenvolver fica mais fácil se preparar para as perguntas. Quem se conhece faz isso de forma natural e madura. Outro aliado é o preparo para o processo seletivo. Quanto mais você participa de processos seletivos, melhor você vai se comportando neles, porque você vai adequando o que julgou que não foi tão positivo quanto você gostaria.

Saiba ainda quais são as características do cargo para o qual você está se candidatando. Veja, por exemplo, que tipo de competências e experiências são exigidas para que o profissional assuma a função. Dessa forma, você poderá dirigir as suas respostas e o rumo da conversa para as suas qualificações que se adequem ao que a empresa necessita.

Veja a seguir os erros mais comuns durante as entrevistas de emprego.

Agir com arrogância

Durante a entrevista, não é legal parecer uma pessoa que se basta ou que é a melhor de todas. Para concorrer a uma vaga, é positivo demonstrar que se tem autoconhecimento suficiente para saber onde pode contribuir e o que pode melhorar, afinal ninguém se basta.

Quando o candidato se apresenta com ar prepotente e vaidoso, acaba criando resistências e antipatias desnecessárias. As demonstrações são fáceis de identificar: cabeça levantada, olhar vindo de cima para baixo, gestos medidos e artificiais e preocupação excessiva com a aparência são algumas delas.

Esconder-se do entrevistador

Nem se gabar demais, nem se esconder demais. Não se preparar para a entrevista e não saber trazer bons exemplos de comportamento, ou traduzir sua experiência em resultados, são pontos negativos. Se o candidato se apresentar de maneira tímida, desconfortável e hesitante pode dar a impressão de pessoa frágil, que não tem domínio sobre o que fala e, consequentemente, compromete sua credibilidade.

Os sinais, nesse caso, são vários, como fugir constantemente com os olhos, esfregar as mãos nervosamente e cruzar e descruzar as pernas.

Falar demais e se perder nas respostas

Fale de maneira natural e espontânea. Alguns candidatos falam muito e acabam se perdendo na resposta e cansando o entrevistador, que tem um tempo para falar com a pessoa. Isso pode contar pontos negativos. Por isso, mostre energia, envolvimento e interesse ao falar. Mas não é para subir no palanque e fazer um discurso. Lembre-se sempre da naturalidade.

Parecer indeciso

Não mostre que você deixou-se levar pela vida. Isso dá a entender que você teve escolhas conscientes. Este tipo de candidato demonstra que aceitou de bom grado tudo o que a vida lhe ofereceu, mas não tomou a frente fazendo escolhas, e, em geral, não tem um plano do que quer para a sua carreira.

Usar vícios de linguagem

Eles são típicos dos candidatos que estão nervosos. Mas você deve evitá-los ao máximo. Não use ‘né?’, ‘tá?’ ou ‘entende?’ ao final das frases. Expressões como ‘tipo assim e ‘na verdade’ e outros ruídos desnecessários como ã e é nas pausas das frases também não são bem vistos.

Cuidado com as palavras rebuscadas e redobre a atenção com os estrangeirismos. Você pode usar termos técnicos, mas não exagere. Lembre-se de que o entrevistador não é especialista na sua área.

Abusar da presença de espírito

Usá-la em alguns momentos é até proveitoso, mas não tente bancar o palhaço. Excesso de brincadeiras só atrapalha. A ironia fina e o humor sutil demonstram inteligência e preparo intelectual. Piadas pesadas e de humor rasteiro estão vetadas, já que podem levar à vulgaridade.

Mentir

É importante que você faça uma lista dos desafios profissionais que superou e dos resultados que conquistou. Mas não minta, pois isso será uma grave falha na avaliação do recrutador. Dê informações que o valorizem, mas não as invente.

Boa semana!

Fiquem todos com Deus!

Paula Pedrosa

É CEO, Headhunter, Jobhunter e Coach de Carreira da Paula Pedrosa Headhunter & HR Solutions. Colunista de carreira, mercado e imagem corporativa do Jornal do Commercio

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