A manifestação do superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, durante evento da “Semana BNDES Verde” precisa ser vista por órgãos ambientais, ONG´s, pesquisadores, pela sociedade amazonense, por todos os atores envolvidos com o setor primário, pelos 350 mil produtores rurais e, em especial, por vários países que colocam a culpa na agropecuária como a principal causa do desmatamento na região. As afirmativas do delegado federal apontam, claramente, quem são os maiores e verdadeiras culpados, quem realmente deve ser punido. Ele disse que alguns pesquisadores apontam equivocadamente a agropecuária como o principal motivo para o desmatamento, e que não vão às áreas degradadas se baseando em documentos das secretarias de ambiente regionais que são fraudados por grileiros e exploradores de madeira. Abaixo, disponibilizo o link do vídeo com toda a manifestação do Alexandre Saraiva, delegado da PF.
Algumas frases do superintendente da PF/AM
“…o que nós vemos hoje é uma destruição não para a produção agropecuária, mas para a venda da madeira…”;
“…não existe essa relação positiva entre desmatamento e aumento da produção agropecuária e agrícola...”
O comandante da PF/AM recorreu a dados do IBGE da pecuária no município de Apuí comparando com o desmatamento “…só para fazer essa distinção entre quem é o produtor rural, quem é o madeireiro ilegal, o criminoso que deve ser combatido com rigor...”
“…o que acontece hoje é que grande parte do desmatamento é promovido por uma organização criminosa que a sociedade confunde com o agricultor…”
“…se observarmos as áreas desmatadas supostamente para produção agropecuária em Roraima e no Amazonas, é que essas áreas foram degradadas, mas não servem para produção agrícola ou agropecuária, é uma terra destruída após a grilagem de terra para que a madeira seja negociada…”
“…esse processo de destruição da Amazônia para o tráfico internacional de madeira é a mola mestra dessa dinâmica e é feito por uma organização criminosa com tentáculos em vários segmentos da sociedade e do serviço público…”
Espero que, a partir desse depoimento, que vem de quem de fato tem a informação qualificada, independente, proporcione um melhor pensamento sobre o nosso produtor rural, maior respeito, não a criminalização da pecuária, e que suas demandas sejam atendidas com maior agilidade, o que não vem acontecendo, para que ele possa ter acesso aos programas federais, entre eles o crédito rural, e aos programas incluídos no Plano Safra do AM, entre eles os de mecanização agrícola.
Como disse o delegado da PF/AM, é preciso separar o verdadeiro produtor rural de quem faz parte de uma “organização criminosa” que pratica a extração ilegal de madeira e a grilagem de terra. Esse é o caminho!
https://www.youtube.com/watch?v=es52BDfjd7Q&feature=emb_logo