11 de dezembro de 2024

Mortalhas e caixões

Muita calma nessa hora! Este artigo não tem a finalidade precípua de ser macabro e nem soturno. É apenas uma pequena lembrança do nosso futuro. Mas, como se lembrar de algo que ainda não aconteceu? Simples: não ter ocorrido não quer dizer que não vai ocorrer, com certeza. E, a nossa última roupa será uma linda mortalha e nossa última casa será um caixão, de madeira. É triste? É dramático? É tétrico? Pode ser, mas, é real. E, recordemos que mortalha não tem bolso e caixão não tem gaveta. Logo, não seremos postos no descanso eterno com alguns milhares de dólares e algumas Ferraris. E o que quero dizer com isso? Mais simples ainda: viva, agora, este momento, estas emoções! Gaste seu dinheiro, com você e com quem você ama e depende de você. Pense em que tudo que você faz, tem uma finalidade: dar prazer! E se você faz um bem a alguém, isso é extremamente prazeroso mesmo. Pelo menos, eu penso assim. E, acredite: boas ações nem sempre são caras, em termos de dinheiro e poder. Então, viva a vida. Viva a sua vida e não se espelhe em ninguém. Não inveje ninguém. Não queria o que é dos outros. Quer ter objetivos? Tenha. Mas, cuidado, pois se não alcançar, você terá a sensação de derrota e se tornar um inútil frustrado. Quer perseguir seus sonhos? Tudo bem, mas, lembre-se que é melhor “cair das nuvens, do que do terceiro andar”, adaptando Machado de Assis. Tudo bem que eu nunca tive, na vida, objetivos, metas e sonhos. Eu quase segui a música do Zeca Pagodinho, onde ele diz “deixa a vida me levar, vida leva eu”. Claro que sempre tive obrigações e compromissos. Nada de muita irresponsabilidade e estupidez. E lutei, e luto, a vida toda, com as “armas” que tenho. Uns nascem ricos, outros nascem bonitos e outros nascem inteligentes. Raro encontrar as três características em uma só pessoa. Mas, existem, sim. Mas, qual a sua definição de ser rico? Em uma aula, um aluno me fez esta pergunta. Eu iniciei a resposta argumentando as nossas idades e os lustros entre elas, para que a turma entendesse que um velho estava apresentando a sua visão sobre a questão. Todos entenderam e respondi: rico é aquele que paga suas contas. Concorda? Discorda? Mas, a vida segue. Com cervejas! Geladas !

Carlos Alberto da Silva

Coronel do Exército, na Reserva, professor universitário, graduado em Administração e mestre em Ciências Militares

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