12 de dezembro de 2024

Medalha de Ouro

Falta liderança, sobram conflitos

Envolvido por profunda gratidão, hoje receberei a Medalha de Ouro Cidade de Manaus, como reconhecimento pelos relevantes serviços prestados à sociedade manauara. Trata-se da maior honraria concedida pela Câmara Municipal de Manaus, o que aumenta ainda mais a nossa responsabilidade para com a capital do Amazonas. 

   Agradeço ao Vereador Professor Samuel Monteiro, autor da propositura, pelo carinho e companheirismo pelos longos anos em que trabalhamos juntos como professores, e pela fraterna amizade. Agradeço, também, aos parlamentares que aprovaram essa homenagem. 

   Aliás, homenagem que vem carregada de simbolismo porque envolve as categorias dos professores e dos auditores fiscais, e que alcança a todos os servidores que atuam na Sefaz e na Seduc, indistintamente, duas secretarias essenciais para a sociedade. 

   Numa atuei como professor, e noutra atuo como auditor, com carreiras paralelas e com mais de 30 anos em cada profissão. Foram tantos os acontecimentos marcantes, com tantas conquistas que nem sempre foram fáceis, e com a certeza de que fizemos o possível para acertar, mesmo sabendo que errar também faz parte de quem tenta. 

   Tudo começou no início nos anos 80, na escola Senador Petrônio Portella, na sala de aula ou como diretor eleito pelo voto direto. Sim, naquela época houve eleição para escolher o gestor.  

      Lá, além das atividades rotineiras, realizamos diversas campanhas educativas de prevenção às drogas, às doenças sexualmente transmissíveis, de preservação ao patrimônio público e particular, além de promover o intercâmbio com a comunidade, com o oferecimento de cursos gratuitos através do Senac e de outros parceiros.  

   No início de 1990 fui nomeado para a Sefaz, assumindo o cargo de auditor fiscal, e no final de 1997 fui indicado pelo Coordenador de Administração Tributária, auditor Risonaldo Lima, para representar o Amazonas na primeira reunião nacional do incipiente Programa Nacional de Educação Tributária, hoje Educação Fiscal. O tema mexeu comigo. Daí em diante foi uma longa jornada de cidadania.    

   Autorizado a montar o Programa no Amazonas, demos os primeiros passos em busca de parceria com a Educação, promovendo um enorme intercâmbio entre as diversas instituições que hoje formam o Grupo Estadual de Educação Fiscal, sob a coordenação da Sefaz, em parceria com a Seduc, Semed, Semef e Receita Federal do Brasil.  

   Essas parcerias foram fundamentais para a implantação e consolidação do Programa em Manaus e no Amazonas, que hoje colhe frutos junto aos estudantes do Ensino Fundamental e Médio, universitários e servidores públicos federais, estaduais e municipais.  

   Em dezembro de 2003, já como presidente da Affeam (Associação dos Funcionários Fiscais do Estado do Amazonas), fui convidado a escrever artigos semanais e encarei o desafio, tentando transformar assuntos áridos em algo mais palatável, impostos, por exemplo. 

   Os preciosos espaços semanais são fundamentais para se expandir a cidadania fiscal e promover reflexões acerca de assuntos de urgência social, sem jamais esquecer do fato de ser servidor público e mostrar, sempre que possível, o quanto somos importantes, mesmo a despeito de tantas campanhas difamatórias.  

   Na Sefaz, coordenei em 1999 a Campanha Eu quero a nota!, em 2015 participei da equipe multidisciplinar que formatou e implantou a Campanha Nota Fiscal Amazonense, e em 2020 publiquei o livro “Outros Olhares Sobre a Educação Fiscal”, lançando luz sobre o Programa e dando maior visibilidade a esse assunto.  

   Por fim, compartilho essa honraria com todas as pessoas que direta ou indiretamente colaboraram para que os objetivos das tarefas a nós confiadas fossem alcançados. 

Augusto Bernardo

é auditor fiscal de tributos estaduais da Secretaria de Estado da Fazenda do Amazonas e educador. Foi um dos fundadores do Programa Nacional de Educação Tributária (atualmente nomeado de Educação Fiscal).

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