Uma cidade não é feita apenas de tijolos e concreto. Não são os prédios, não são as casas e não são as ruas. Alguns acreditam que uma cidade é a união de diversas comunidades, de pessoas que habitam uma mesma região. Outros são mais geográficos, e dizem que é uma área delimitada no globo terrestre onde são exercidas atividades comerciais, culturais e produtivas. Tem ainda aqueles com uma visão mais matemática, que apontam um número de pessoas, em uma área de terra, gerando um volume de trabalho capaz de somar esforços com percentual constante de crescimento e desenvolvimento.
Poderíamos dizer apenas que é uma “aglomeração humana localizada numa área geográfica circunscrita e que tem numerosas casas, próximas entre si, destinadas à moradia e/ou a atividades culturais, mercantis, industriais, financeiras e a outras não relacionadas com a exploração direta do solo”, como a definição encontrada no dicionário. Sem contar os poetas, capazes de enxergar além de todas essas descrições e encontrar um conceito completamente diferente do que é uma cidade.
Poderia ser o lugar que as araras vermelhas sobrevoam, cortando o céu azul e chamando atenção com seu guinchar, enquanto o sanhaçu se delicia com as frutas doces em uma grande diversidade de cores e sabores, tendo ao fundo o som suave do canto do sabiá.
Talvez se perguntar a um músico ele diria que é um lugar onde os sons se misturam, onde as matracas, tambores e chocalhos do boi-bumbá vibram em harmonia com o pandeiro, a cuíca e o tamborim do samba, e se confundem com a alegria do ganzá, maracá e caixa da ciranda. Ao mesmo tempo, a sanfona, triângulo e zabumba do forro ecoa de um lado e o violão, contrabaixo, bateria e teclado agitam os chapéus e as botas do sertanejo do outro lado.
Pode ser também uma mistura do moderno e do tradicional, onde nascem, onde crescem, onde se aprimora o que existe de mais avançado em tecnologia no mundo. Um lugar que concentra inovações, máquinas, equipamentos, fábricas e pessoas que constroem a indústria 4.0. E no mesmo lugar estão os artesãos, os guias turísticos, as voadeiras e os pescadores. Um mercado cheio de sabores, aromas e texturas, capaz de produzir tantas combinações caboclas que encantam e conquistam qualquer um. Seja um tacacá na cuia com jambu para adormecer a boca ou um açaí para deixá-la vermelha, um jaraqui frito para satisfazer a fome ou apenas uma tapioca e banana frita no final de tarde.
Também é paisagem, é rio, mata, floresta, igarapés e igapós. Ilhas, trilhas, árvores e plantas gigantes, animais exóticos, selvagens e encantadores. Cidade pode ser aquele pedaço de terra no qual se pode sentar e admirar o nascer do sol entre as árvores. Onde se pode deitar na rede e se encantar com um pôr do Sol no horizonte, atrás do rio, confirmando a toda a grandeza e a beleza feita pelo criador.
Para mim, a minha cidade é tudo isso e muito mais. É um lugar de trabalho e de história. É um lugar de festa e de riquezas. É um lugar de sonhos e de encontros. É um lugar de amor. E um lugar para ser feliz!
Parabéns Manaus!