1 de dezembro de 2024

Incentivo para ensino de cirurgia robótica em universidades

Com o passar do tempo, nossa sociedade vai se modernizando de acordo com os aspectos naturais e tecnológicos que são aprimorados por pesquisadores e estudiosos da época. Como exemplo, posso citar a situação de filmes. Antigamente, quando você queria assistir uma obra cinematográfica, era comum você se direcionar às antigas locadoras existentes em seu bairro. No início dos anos 2000, a prática de alugar filmes tornou-se tendência mundial e ganhou força no meio da sociedade.

Hoje em dia, são poucos os estabelecimentos que ainda resistem nesse mercado. Ao invés de você sair de casa, atualmente você pode simplesmente apertar um botão e ter acesso aos milhares de filmes e séries disponíveis em plataformas de streaming. O que antes levava uma certa burocracia e tempo, hoje em dia pode ser resolvido de forma simples e rápida.

Não foi apenas o setor de entretenimento que ganhou um certo upgrade no seu funcionamento. Empenhados em agilizar os procedimentos cirúrgicos realizados no Brasil, os profissionais da área de saúde e tecnologia começaram a fazer experimentos e métodos que resguardam a vida do paciente, prezando também pela otimização de tempo gasto nessas cirurgias.

Procedimentos que antes duravam de sete a oito dias de internação em um hospital, hoje em dia, o paciente já é liberado no dia seguinte a operação. Tendo mais excelência na rede de saúde privada por conta da infraestrutura, os avanços da medicina ainda são limitados no sistema público de saúde, mesmo concentrando um número maior de usuários. 

Principalmente por conta da pandemia, muitas pessoas não conseguiram arcar com os custos de um plano de saúde, e atualmente dependem do SUS. Nos últimos dois anos, a taxa de desemprego subiu consideravelmente e impactou outros setores, como o de saúde. Quem já tinha plano particular, sentiu o aumento de custo da mensalidade e foi obrigado a escolher entre manter o recurso ou migrar para o público. Quem usufruía do serviço público, percebeu o aumento na demanda de pacientes à espera de atendimento.

Procurando formas de desafogar as filas de cirurgias, o sistema particular começou a utilizar procedimentos que otimizasse o tempo de internação e trouxesse menos danos ao paciente. Foi através da laparoscopia que tanto pacientes como médicos foram beneficiados por conta da sua tecnologia inovadora.

A laparoscopia é operação minimamente invasiva que traz inúmeras vantagens em relação à operação convencional, como menos dor no pós-operatório, melhores resultados estéticos, recuperação mais rápida do paciente, menor permanência hospitalar e menores riscos de infecções. 

Apesar de já ser realizada no Sistema Público de Saúde em Manaus, como por exemplo, na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCECON), ainda há uma grande deficiência em relação ao ensino e prática em universidades federais no país. A falta de infraestrutura e profissionais adequados prejudica a normalização do procedimento que possui uma grande responsabilidade em desafogar as filas em hospitais.

Com autoria da deputada Carla Zambelli (PL-SP), o Projeto de Lei 942/22 cria incentivos para o ensino de cirurgia robótica em instituições federais de ensino superior. Tramitando na Câmara dos Deputados, o PL afirma que as instituições que aderirem ao Programa de Qualificação Acadêmica em Cirurgia Robótica terão acesso a recursos federais para comprar equipamentos e formar professores.

Oferecendo recurso às universidades públicas, o projeto permite uma troca justa de financiamento e assistência entre a lei e profissionais da saúde, uma vez que os estudantes formados e treinados com a instrumentação terão que prestar serviços ao Sistema Público de Saúde. “A cirurgia robótica proporciona uma série de benefícios aos pacientes, sendo uma tecnologia em rápido crescimento e que consistirá no futuro da técnica medicinal cirúrgica”, finaliza Zambelli.

A capacitação oferecida através de fundos federais poderá não só ajudar a população mais carente, mas também, promoverá a inclusão novas tecnologias oferecidas pela saúde brasileira. Incentivar a adoção de novos métodos que agilizem os procedimentos operatórios é também apostar na formação completa de novos profissionais da área de saúde.

André Zogahib

Presidente da Fundação Amazonprev Professor Dr. da Universidade do Estado do Amazonas

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