Depois de ler a entrevista do Dr. Everton Rabelo Cordeiro, que recentemente assumiu a Chefia Geral da Embrapa Amazônia Ocidental, publicada nas páginas centenárias do Jornal do Commercio, renovei minhas esperanças. Quem me conhece, sabe que sempre fui defensor do setor primário. Na Câmara Federal, defendi a bandeira da agricultura familiar. Sempre acreditei nesse caminho, também sempre defendido com competência pelo saudoso amigo Eurípedes Ferreira Lins, e sua FAEA, hoje comandada pelo jovem Muni Lourenço.
Se eu tivesse o “poder divino” da multiplicação, colocaria nas 62 prefeituras do Amazonas pessoas com o conhecimento do pesquisador Everton Cordeiro. Impressionou-me a riqueza de conhecimento, e as várias pesquisadas já desenvolvidas e disponíveis na Embrapa. Não precisamos inventar a roda. O portfólio está à disposição dos interessados na sede da entidade na estrada Manaus-Itacoatiara.
Disse o novo Chefe Geral da Embrapa: “…A Embrapa precisa ser procurada, com o PIM esqueceram o órgão…”
Para mim, muita coisa que foi dito pelo Dr. Everton foi novidade, e a que mais impressionou foi sobre a reversão sexual do tambaqui, e que as fêmeas ganham mais peso que os machos. Essa descoberta trouxe um incremento de 30% na produção dessa espécie.
Outra informação que me deixou perplexo é a produção do dendê no estado vizinho do Pará. Fiquei envergonhado! Lembrei do saudoso governador José Lindoso, apaixonado pela produção agrícola, que iniciou uma grande plantação de dendê no município de Tefé, mas as autoridades que os sucederam abandonaram aquele projeto. É de se ressaltar que 90% da produção está no Pará. Também foi surpreendente ouvir do Everton que 90% da produção de guaraná está na Bahia. Inaceitável!
Paramos no tempo e no espaço, perdendo nossa hegemonia em vários setores, mas jamais vamos perder as esperanças. A boa notícia anunciada foi o registro da patente do “roto desperfilhador” utilizado no plantio da bananeira que alavanca a produção.
Ganhei o dia com as revelações das pesquisas da Embrapa trazidas ao conhecimento da sociedade através das páginas centenárias do Jornal do Commercio. São pesquisadores que trabalham, silenciosamente, nos laboratórios de uma das mais importantes entidades públicas do agronegócio brasileiro.
Espero que os prefeitos eleitos e reeleitos procurem a Embrapa, estruturem a secretaria municipal de produção para fazer chegar na ponta, ao produtor rural, identificando as tecnologias já existentes e que se encaixem com o potencial do município.
Como disse no início, a entrevista com o Everton renovou minhas esperanças, ainda mais porque tenho visto o governador Wilson Lima muito próximo do setor primário e resgatando conquistas históricas ao lado do secretário Petrucio Magalhães.
Vamos em frente!