Desde a 2ª Guerra Mundial o mundo não havia sofrido grave estress e nível máximo de incerteza. O mundo está em novo tipo de guerra, a virológica, gravemente letal, com ampla abrangência global que atinge todas as pessoas em diversas sociedades, talvés seja mais econômica para o país que a detona. As economia de todos países do mundo já sofreram impactos irreversíveis, não existem parâmetros que identifiquem e mensurem os danos causados e quanto maior for o tamanho dessa pandemia, maiores serão os impactos negativos.
A economia mundial passará por uma crise sem precedente! A economia brasileira, certamente, não escapará de uma recessão, ainda sem diagnósticos de sua extensão!
Para os pesquisadores do Clube de Economia da Amazônia (CEA), os segmentos que já estão afetados são dos informais (serviços e bens), são essencialmente urbanos, que representam aqueles que precisam trabalhar diariamente para obter alguma renda, e aqueles em vulnerabilidade social (pobres sem renda) sendo que, quaisquer ajuda de programas governamentais se mostram insuficientes e correm o risco de não atingir a ponta.
Por outo lado, os economistas do CEA indicam que a taxa de inflação certamente cairá tendo em vista a queda as atividades econômicas, baixo consumo e redução da oferta, assim como, aqueles produtos de consumo de grande escala, como os combustíveis, e etc tendem à redução de preço no decorrer do andamento da crise, com grave contração efetiva das receitas públicas. Todos esse eventos provocam uma forte desvalorização da moeda (real), aumentam a saída de capitais com queda acentuada nos investimentos produtivos e, consequentemente, aumento significativo do desemprego.
Como se tem demonstrado, os níveis de governos serão obrigados a realizar grandes investimentos e gasto em ações na saúde pública e em programas de estímulos e amparos as atividades econômicas, notadamente aquelas atividades essenciais. Contudo, a vertente social é o que mais se vê reflexo, haja vista, o lockdown horizontal, o distanciamento social e, a não aglomeração de pessoas como a maior arma contra a transmissibilidade do Covid-19. Observam, também, que em termos econômicos essa crise afetará de forma desproporcional as micro, pequenas e médias empresas, que terão maior dificuldade de lidar com a dramática queda de suas vendas e entrada de receitas, pois esse segmento são aquelas que mais empregam, inclusive muitos trabalhadores sem carteira assinada.
Vários especialistas comentam que o Brasil corre sério risco de acontecer uma grave crise social, notadamente nas grande cidades, onde se concentram grandes contigentes populacionais que sobrevivem na linha da pobreza e abaixo dela, pois, caso as autoridades não garanta a sobrevivência dessas pessoas e, também não se controlará a pandemia, estes contingentes irão para as ruas buscar ´renda´ de alguma forma. Por outro lado, o que foi visto na economia internacional, essa pandemia ocorre em período em que as economias apresentavam baixo ou lento crescimento, com baixo níveis de investimentos, fuga de capitais de economias em depreciação, como o Brasil e demais países da Armerica do Sul, com desvalorização da moeda, aumento da taxa cambial, queda da inflação, individamento alto da famílias, queda nas taxas de juros, baixíssimo volume de importações em geral e, principalmente, de commodities o agronegócios, acarretando graves impactos em todos setores da economia, notadamente com choque na oferta e quase paralização da demanda, podendo o mercado brasileiro chegar a ter efeito deflacionário em geral.
Na economia global se teve diversos impactos, quando os principais países atingidos pelo Covid-19 proibiram as exportações de produtos essenciais ao combate à disseminação do vírus, principalmente componentes de produtos médico hospitalares, no caso da União Européia (UE) foi intrarregional. Contudo, é que outros países extrabloco da UE, como os Estados Unidos importam cerca de 20% dos principais produtos relacionados ao COVID-19, causando efeitos negativos nas cadeias de produção desses produtos.
Outra questão se refere aos efeitos econômicos sobre as cadeias produtivas dos países em função do cenário de estagnação das trocas comerciais que vem aumentando. No Brasil, cerca de 65% das importações são de bens intermediários, seguidos de bens de capital, ao redor de 20%, incluindo aqueles destinados aos produtos necessários ao combate ao Covid-19.
Em 2019, segundo a SECEX/Ministério da Economia, 23% das compras brasileiras na China foram de bens de capital e 64% de bens intermediários (insumos), No entanto, a participação da China nas importações totais de bens de capital do Brasil foi de 30%, e de 18% para bens intermediários, todos os dois valores referentes à média de 2018-2019. Uma explicação para esse resultado é que as importações de bens intermediários da China se concentram em alguns setores, como material de transporte, telecomunicações e eletroeletrônicos, tanto que, o crescimento das importações chinesas supera o das importações globais. Entretanto, na comparação entre o primeiro bimestre de 2019 e 2020, as importações chinesas recuaram para 0,5% e as globais cresceram 2,6%, isso demnstra que o COVID-19 afetou as exportações de bens intermediários da China para o Brasil.
Atualmente, para os economistas do CEA, a principal questão tratada agora será como os países irão enfrentar a pandemia, e isso é mais urgente requrendo uma governança global com respostas de políticas públicas efetivas. Contudo, os possíveis impactos com seus possíveis efeitos econômicos no Brasil de uma quebra nas cadeias de fornecedores via importações, sendo que, observando-se as cadeias globais de valor, o Brasil sempre demostra indicadores de uma economia fechada, com baixa participação de insumos importados. E, para aqueles macroeconomistas, nada melhor que exercitar os multiplicadores com as matrizes de insumo produto, por região ou setorial, no caso do Amazonas, a matriz do Polo Industrial de Manaus (PIM), nos setores mais importantes, como o eletroeletrônico.
Todos os eventos da crise do coronavírus, atinge inevitavelmente todas as economias globais, e observem que no Brasil, mesmo que tenha alta de preços de produtos em alguns segmentos, porém sem condições de gerar mais inflação, pois o choque de oferta vem acompanhado de um choque de demanda, de natureza contracionista. Assim, no Brasil pode ser constatado que a demanda cai por motivos de precaução, pelas dificuldades provocadas pelas políticas que estimulam o distanciamento social e possivelmente por mudanças nas prioridades das pessoas, e aquelas situações precárias do desemprego e da pobreza. Não obstante todos os eventos do Covid-19, aprofundidade e duração desse crise aind são difíceis de se prevê, pois trata-se do cisne negro mais imprevisível da História da humanidade da economia global. Observando a economia brasileira, para muitos especialistas, para 2020, a projeção de crescimento do PIB –Produto Interno Bruto, será de 2,1% para 0,02%. Muitos sacrifícios serão imposos a todos brasileiros, mesmo que a crise Covid-19 tenha passado.
*Nilson Pimentel é Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected].
Fonte: Nilson Pimentel