Como todos sabem o mercado de proteína animal é enorme e crescente no mundo. No futuro, o mundo será dominado por países que sejam maiores produtores de proteína animal para consumo humano, esta será a tecnologia revolucionária dominante. Os seres humanos precisam se alimentar diariamente, não serão carros, tvs, notebooks, celulares, chips, drones, etc, que alimentarão o mundo. Há alguns anos conheci um professor pesquisador da University of Colorado Denver/USA, que ao meu convite esteve no Amazonas para conhecer a realidade, à época, do pescado regional nessa imensidão da Bacia do Rio Amazonas, estivemos em diversas sub-regiões do Estado e se conheceu bem a sistemática da pesca extrativa nos rios e a forma de comercialização no maior mercado regional, Manaus (principalmente, durante as noites, no porto de descarga do pescado na Panair e visto os containers de lixo cheio de peixes descartados). Após as diversas anotações, e observado como o desperdício é desproporcional ao consumo per capita, inadequações, no armazenamento nos barcos de transporte desse pescado, no modus operandi na comercialização, no transporte do peixeiro até as feiras ou mercados que vendem ao consumidor final, o pesquisador americano, após observações de todas essas fases, se vira para mim e diz: “realmente, vocês são ricos, desperdiçam, jogam no lixo literalmente, um produto mais caro que ouro – a proteína animal da melhor qualidade”. Essas palavras me deixou perplexo e ecoam no meu pensamento até hoje, transformando e direcionando parte de meus estudos aos nossos peixes, (como atividade econômica de relevada importância ao mercado de alimentos). Uma interrogação me acompanha:! “como o Amazonas, com todo esse manancial de peixes naturais dos rios e lagos e com máximas oportunidades e possibilidades para a aquicultura, não é vanguarda dominante nesse mercado? Essa prática é que já vem de longas datas. A aquicultura, sendo uma atividade econômica em meio aquático para criação de peixes, mariscos, quelônios, jacarés dentre outros animais, tem buscado, através de conhecimentos científicos inovativos, novas técnicas de cultivo, aumento gradual da produção de pescado em todo o mundo. Ressalte-se a importância do pescado para a economia como um agribusiness de grande potencial de geração de riquezas para o PIB (Produto Interno Bruto), emprego e como fonte de proteína para grande parcela da população mundial, cuja demanda crescente estimula o crescimento da produção de pescado via aquicultura, também, tendo em vista o aumento populacional no mundo, e por outro lado, os estoques pesqueiros naturais (de rios, lagos e mares) estarem em declínio, superexplorados. No Brasil, que possui elevado potencial para produção aquícola, o estado do Amazonas é a região que mais possui todas as possibilidades e disponibilidades para a prática e domínio da aquicultura para os mercados regionais e exportação. Conforme o Relatório da FAO/ONU (Organizações das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), a mais nova edição do SOFIA 2020 (State of the World Fisheries and Aquaculture), a produção de pescado em 2018, alcançou cerca de 179 milhões de toneladas com isso atingiu 25% de crescimento da aquicultura entre 2008 e 2017 enquanto a pesca (continental e marítima) foi de 7%, no mesmo período. De acordo com estudos da FOA (Food and Agriculture Organization) comprovam que a proteína do peixe e outros animais provenientes da aquicultura já abastecem metade da demanda mundial e, que a expansão da produção, alavancada por novas tecnologias inovativas, da aquicultura há indícios que atenda o crescente mercado de proteína de peixe, como a mais saudável para a saúde humana. Segundo, a Professora doutora Fabiana Pilarski, do Centro de Aquicultura da UNESP, (Universidade Estadual Paulista-SP) um dos maiores desafios da humanidade em futuro próximo será garantir alimentos em quantidade e qualidade, adequadas para um a população crescente no mundo, que segundo previsões ainda no século XXI a população mundia será de 9,5 bilhões pessoas, haja comida para tanta gente e a proteína do pescado aquícola é a grande esperança disso. No entanto, se tem alguns estudos científicos que buscam compreender o impacto da redução dos estoques pesqueiros (em águas de rios, lagos e em mares) sobre o consumo de pescados das populações no mundo e as relações com a segurança alimentar e nutricional. Como o artigo publicado na Revista Nature, “Fall in fish catch threatens human health”, marca que mais de 10% da população mundial pode enfrentar deficiências de micronutriêntes e ácidos graxos com a diminuição desses estoques nos próximos anos, comprometendo a oferta de pescados para consumo humano: “Considerando nutrientes encontrados apenas em alimentos derivados de animais, como vitamina B12 e ácidos graxos ômega-3 DHA (…), calculamos que 1,39 bilhão de pessoas no mundo (19% da população global) são vulneráveis a deficiências porque os peixes compõem mais de 20% de sua ingestão desses alimentos em peso”.
Estratégia e Ação
Nilson Pimentel
Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected]
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