2020 foi um ano diferente e o que mais marcou foi que aprendemos a lavar as mãos, nem isso sabíamos fazer direito. Entendemos que o uso de uma máscara não era somente para nos proteger, mas para proteger o próximo. Percebemos o quanto um abraço faz falta. Choramos por nossa fragilidade diante de um vírus. 2020 foi um ano diferente.
Se fizermos uma retrospectiva dos últimos 12 meses em janeiro tínhamos inúmeros planos traçados. Em fevereiro ainda aproveitamos o carnaval. A partir de março tudo mudou. Não só aqui, mas no mundo todo. Quem pôde ficou em casa, nem todos puderam fazer isso, aliás, muitos nem casa tinham ou têm para ficarem. Se lembrarmos, em abril e maio, até álcool gel faltou e máscaras passaram a ser artigos de luxo. Foi o início das lives solidárias para ajudar os mais necessitados.
Nos meses que se seguiram, após maio, milhares de mortes foram anunciadas, até hoje isso ocorre, só que passou a ser algo normal morrer de covid e as notícias diárias não nos causam mais espanto ou solidariedade. Continuamos nossas vidas e um “novo normal” passou a exigir uso de máscaras e alguns cuidados para tentar evitar o contágio. Acreditando ou não na pandemia, sim existem os que negam, nossas vidas foram alteradas de forma definitiva.
Vivemos agora um estágio de saturação da covid, no sentido de que muitos parecem não acreditar que serão contaminados se não respeitarem o distanciamento social, o uso de máscara e álcool gel. Infelizmente pagaremos por isso, aliás, já estamos vendo os resultados. Em dezembro o número de contaminados e mortos voltou a subir. O medo no início da pandemia deu lugar ao ceticismo em relação ao contágio.
Nesses meses de pandemia somente nossa esperança de que o amanhã será melhor permanece conosco. O amanhã é 2021. Antes mesmo do novo ano chegar já temos notícias de vacinas. No plural mesmo, vacinas. Pessoas já receberam as primeiras doses e países estão se mobilizando para a vacinação em massa. Não sabemos ao certo como as questões sociais e econômicas serão tratadas ou quando a vacina chegará até nós, mas temos esperança de que tudo será melhor em 2021.
Não nos resta mais muita coisa além da esperança. É esse sentimento que nos impulsiona a continuar, mesmo que tudo pareça sem solução. Não temos o controle de inúmeras situações. A classe que tem o poder de conduzir o no nosso país não inspira confiança e muitos foram e estão sendo presos, mesmo durante a pandemia e outros estão “batendo cabeça” e em guerra política por mais poder. Ainda tem quem pergunte qual o motivo de tanta angustia e ansiedade, talvez seja pelo fato não se tratar de uma gripezinha.
É a esperança que nos faz acreditar em conseguir um novo emprego, em voltar às aulas da faculdade, em conseguir o que comer, em ter uma casa para voltar, em sair das ruas. É a esperança que nos faz elaborar novos planos, em ser solidário, em ser um cidadão melhor. É a esperança que me permite sonhar com um futuro melhor. É a esperança que me permite sorrir, mesmo quando nada parece que vai dar certo.
Acreditamos que 2021 será o ano da esperança. Não resolveremos os problemas sociais e econômicos do país. Ainda teremos as nossas desigualdades sociais, com crianças nos sinais e pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. Continuaremos com as notícias de pessoas sendo presas por corrupção e nossos ônibus permanecerão lotados na hora de ir e voltar do trabalho. Certamente iremos ver pessoas em campanha contra a vacinação.
Independente de pandemia ou de um ano “novo” a esperança irá continuar conosco assim como nossos problemas, nossas alegrias, nossas tristezas. E como 2021 é o ano da vez, vamos ter esperança e acreditar nele. No ano que vem nos acreditaremos em 2022. Depois em 2023, 2024, 2025…