11 de dezembro de 2024

Esforço da Embrapa e IDAM pode ficar pelo caminho sem apoio da área ambiental

Essa parceria do IDAM e EMBRAPA é uma notícia que me anima, e muito, pois é treinando, capacitando e transferindo tecnologia ao técnico de campo e ao produtor rural que poderemos avançar no agronegócio familiar e empresarial, mas só ganhará volume se tiver o apoio da área ambiental na agilidade de procedimentos para viabilizar o acesso ao crédito rural ao produtor rural que vai querer colocar em prática o que aprendeu dos especialistas do IDAM e dos pesquisadores da EMBRAPA.

Portanto, só merece elogios e nosso reconhecimento essa parceria entre o Sistema Sepror/IDAM e a EMBRAPA. As presenças do Olenilson/Embrapa e do Pedro Chaves/IDAM, colaboradores comprometidos e dedicados, nesse projeto é a certeza do sucesso e de novos avanços.

O que me deixa triste é que, todo esse esforço para aumentar nossa produção agropecuária vem esbarrando na área ambiental (já vem de outras gestões, de outros governos) que ainda não encontrou a forma de agilizar a dispensa e/ou licenciamento ambiental no estado que tem 97% de florestas preservadas. O entrave continua, mas ainda tenho esperança que na atual gestão do governador Wilson Lima essa novela terá seu capítulo final e, no meu entendimento, só com o uso da tecnologia resolveremos este assunto no Amazonas que tem dimensões continentais. Se já é usada a tecnologia para identificar queimadas, e multar corretamente os que comentem erros, o que falta para usar a tecnologia para liberar dispensas e/ou licenciamentos. Como disse acima, esse problema já vem de vários anos, de décadas, entendo a limitação de estrutura dos órgãos, nada contra os gestores, reconheço as responsabilidades de cada um, mas não podemos ficar patinando nesse assunto por mais tempo. O interior precisa de atividades produtivas urgentemente para aquecer a economia, e sem acesso ao crédito rural isso não vai acontecer. Tenho certeza que temos inteligência suficiente para superar esse gargalo para o bem do produtor rural, sem ferir as regras e as legislações, mas não estamos evoluindo.

Que essa solução não seja mais postergada, porque continuamos ocupando o último lugar no acesso ao crédito rural no Brasil. Até no Pronaf Agroecologia nosso desempenho é vergonhoso, quase inexistente. O produtor que vai receber a nova tecnologia do IDAM e da EMBRAPA vai precisar de acesso ao crédito rural para tocar sua propriedade, colocar em prática o que aprendeu, mas com esse entrave de décadas na área ambiental não vamos evoluir, não vamos aumentar o emprego e renda no interior, nem diminuir a extrema pobreza no volume e na velocidade que tanto precisamos. Se tem bilhões do crédito rural sendo aplicados nos outros estados, certamente com aval da área ambiental, o que falta no Amazonas? Faço essa afirmativa com base nos dados disponibilizados pelo site do Banco Central do Brasil.

Thomaz Meirelles

Servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]

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