As eleições municipais de 2020 tiveram em final de primeiro turno mais ou menos de acordo com as expectativas levantadas pelas pesquisas de preferência do eleitorado de Manaus no período que antecedeu e mesmo durante a campanha eleitoral, quando 11 candidatos buscaram a preferência dos eleitores para assumir a cadeira de Arthur Virgílio Neto a partir de janeiro.
Assim, o candidato pelo Podemos, Amazonino Mendes, garantiu a disputa do segundo turno tendo como adversário Davi Almeida (Avante). No entanto, a diferença de votos, que as pesquisas mostravam ou indicavam que poderia ser grande, foi um número mínimo, 15.094, pouco mais de um por cento.
Amazonino Mendes ficou com 23,91%, enquanto David Almeida teve 22,35% dos votos válidos depositados nas urnas no último domingo, dia 15 de novembro.
As surpresas que apareceram na apuração das urnas e que começou com o atraso de mais de duas horas na divulgação dos resultados da eleição, em todo Brasil, tiveram vários focos.
Entre esses focos está a eleição, em Manaus, do jovem de 19 anos, candidato pelo Pode, Amom Mandel, que fez a promessa, durante a campanha, que parece ser dura de cumprir: ele prometeu que plantaria uma muda de árvore para cada voto que recebesse. Ora Amom recebeu exatos 7.537 votos, então, além de ter que cumprir as demais promessas de campanha, tem essa que marcou seu perfil perante seus eleitores na campanha eleitoral.
Em eleições anteriores, no Amazonas, havia um ditado de que no dia seguinte à eleição, os derrotados deveriam seguir viagem, sem mandato, no barco do balatal. Folclórica, talvez, mas hoje já não faz mais sentido.
Primeiro porque de onde se extrai o látex, a região era conhecida como de balatais, com suas seringueiras, já não existe como em outros tempos e a extração acontece de forma diferente, assim como sua exploração e até a maneira como os trabalhadores são contratados para fazer a extração do látex, mesmo assim, o barco com destino ao balatal, em 2020, deve ter saído lotado de Manaus no último domingo. Pelo menos 23 vereadores não se reelegeram.
Enquanto jovens Amom se elegeram com mais de sete mil votos, mesmo sem nenhuma experiência política ou de eleição, há outros como Jack Serafim, que conseguiu pelo menos uma suplência em sua estreia como candidato a vereador pelo PSDB.
Atrás de Serafim, ficaram políticos muito conhecidos em vagas de suplentes, pois não conseguiram se eleger para uma cadeira titular de vereador à Câmara Municipal de Manaus (CMM). Pode-se citar, por exemplo, Reizo Castelo Branco, Mário Frota, Lúcia Antony, Mirtes Sales, Fabricio Lima, Jairo da Vical, Massami Miki, entre tantos outros.
Para se ter uma ideia de como os jovens e mesmo os estreantes na política manauara ganharam espaço na Câmara Municipal de Manaus, basta dizer que esta foi renovada em cerca de 56%, isto significa que pelo menos 23 vereadores não conseguiram se reeleger.
É possível que o desempenho do parlamento municipal, de seus atuais integrantes, tenha deixado muito a desejar, e é aí que a democracia, por meio do voto do povo, mostra seu valor e faz suas escolhas.