ESTRATÉGIA & AÇÃO |
A DESGLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA MUNDIALNílson Pimentel (*)“The political, economic and social circumstances of our meeting are unprecedented. Davos will personally bring together top global leaders from all parts of society and analyze the consequences and repercussions for government policies and business strategies,” said Schwab.A devastação provocada pela pandemia COVID-19 nas economias dos países ocidentais, inclusive no Brasil, provocou rupturas nas estruturas econômicas em diversos países. E, atualmente, com a guerra na Ucrânia vem provocando interrupções nos mercados, principalmente de commodities de alimentos, acarretando mudanças nas cadeias de abastecimento. Os povos do mundo, vivem na expectativa de um mundo sem barreiras comerciais, países interconectados por uma economia justa, eficientes cadeias globais de fornecimento e redução das desigualdades e da pobreza. Contudo, a realidade se apresenta com protecionismo em expansão, interrupções nas cadeias de abastecimento, aumentos generalizados de preços e escassez de quase tudo, de alimentos a semicondutores. Na realidade o abismo que separa o real do ideal tem alimentado o processo de desglobalização na economia mundial. Esse fenômeno ganhou força com a combinação entre pandemia sanitária, com a alta das commodities e alimentos, e mais recentemente, com a guerra na Ucrânia. Conforme o cientista político Andrea Wirching, “a globalização está para a economia como a democracia está para a sociedade: ou corrige suas falhas ou corre riscos reais de extinção”. “A tese de um mundo com menos fronteiras, seja em questões econômicas, políticas ou sociais, falhou em todo o planeta”, afirmou Wirching, que atua como professor de história da Universidade Ludwig, em Munique, na Alemanha. “A desigualdade está crescendo e, no final das contas, há mais perdedores do que vencedores”, disse. Visto assim, o cenário de desglobalização que não começou agora, o que dizer da desglobalização, sendo um conjunto de fenômenos que vem ocorrendo desde a crise financeira de 2008, que chegaram para reverter, controlar, ou desacelerar o processo de globalização, objetivando uma outra Ordem Mundial. Não há como negar que os impactos da invasão à Ucrânia têm sido perceptíveis aos consumidores em todo o mundo, muito devido às sanções impostas à Rússia, sobretudo nos setores de energia e de produtos agrícolas. Assim como a Europa precisa da energia da Rússia, parte do mundo precisa de fertilizantes e de produtos agrícolas da Rússia e da Ucrânia, pois esse países são exportadores globais muito significativos de trigo, óleo de girassol, petróleo por exemplo e a interrupção dessas exportações devido à guerra e às sanções impostas à Rússia têm levado a aumentos de preços globais. Em vista da subida de preços dessas commodities como resultado da guerra, tendo como consequência disso o aumento de preços para o consumidor final, o que, por sua vez, estimula a inflação. Para os economistas pesquisadores do Clube de Economia da Amazônia (CEA)esse cenário, não apenas como a desintegração de mercados interconectados, mas o desenrolar de um processo trazido pela globalização. Como se tem assistido, certa escassez e os altos preços de alimentos básicos serão observados não apenas em países de alta renda, mas também em nações em desenvolvimento e países emergentes, como no Brasil. Mesmo com todos esses acontecimentos no mundo com reflexos nos sistemas econômicos nacionais, por aqui, existe um personagem que discursa para enganar o povo, perguntando se o trabalhador brasileiro ganha em dólar? E arremata, “vamos abrasileirar os preços os combustíveis, do gás e dos alimentos”. Desde a crise de 2008 e, devido a crise da pandemia sanitária, houve a necessidade de se restabelecer o protecionismo tarifário subsequente, a reestruturação da cadeia de abastecimento, contudo, por causa da guerra da UcrâniaXRússia, o mundo sentiu a desintegração de mercados interconectados, poderá acelerar processo de uma espécie de desglobalização. Para muitos economistas, o auge da globalização terminou. Por outro lado, as sanções econômicas contra a Rússia, a fuga de capitais de diversos países, inclusive do Brasil, também tendem levar à desglobalização. Observando-se os acontecimentos geopolíticos e econômicos, se tem a impressão que o mundo caminha para a formatação de dois blocos distintos, um formado por países da Organização do Atlântico Norte (OTAN) mais, Japão, Coreia do Sul, América do Sul, de outro lado, países autocráticos, como China, Rússia e seus parceiros comerciais mais importantes na Ásia. Todas esses cenários, tendem levar à desglobalização, por meio da tentativa de diminuir as dependências econômicas e geopolíticas. Nesse momento de redefinição das relações econômicas e geopolítica no cenário internacional, a economia brasileira se encontra em condição peculiar, com perfil baixo de presença no mercado de mercadorias manufaturadas, mas expressivo em commodities e alimentos, porém limitada em termos de acordos firmados com outras economias, principalmente fora do continente. Para reflexão, estaremos entrando em uma nova era?(*) Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected] Nílson Pimentel – (*) Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected] |
Desglobalização da economia mundial
Nilson Pimentel
Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected]
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