14 de outubro de 2024

Desenvolvimento regional – eis a questão – IV (Turismo – continuação)

O TURISMO como instrumento (oportunidades/possibilidades) econômico para o Desenvolvimento Econômico Regional (DER), nos dá a ideia de compreensão desse fenômeno sociocultural dos povos e as categorias que dão formas a essa máxima expressão de lazer do ser humano, com viagens, deslocamentos, errâncias, mobilidades humanas, negócios, romagens, êxodos, fugas e demais fatos da vontade de mobilidades socioantropológicos do homem. Assim, sendo melhor compreender as características do TURISMO como relacionado com o advento da sociedade moderna, observando-se que não se tinha essas ocorrências antes (exceto as expulsões por guerras ou dominações), mas com o advento do Capitalismo as viagens por lazer, negócios se intensificaram e se fortificaram com o advento do consumo de massa, o que se vislumbrou às possibilidades de mudança social em um campo de turismo com todos os agentes que compõem as atividades econômicas que o envolvem.

E, para os economistas pesquisadores do Clube de Economia da Amazônia (CEA), de alguma forma, algumas questões relacionadas com os aspectos econômicos da mobilidade das viagens turísticas são contemplados, inferindo- -se os diversos efeitos econômicos desses deslocamentos e da permanência dos viajantes nos os locais visitados, no que se refere a oferta e demanda turística, incorporando o efeito multiplicador e efeito demonstração dessas atividades. Com o questionamento do campo científico do turismo provocou outras questões, por exemplo, como enquadrar aspectos interdimensionais do Turismo, e que se configuram como conceitos socioantropológicos independentes, como a hospitalidade, o acolhimento e o lazer? Assim, o Desenvolvimento Econômico Regional (DER) e o Desenvolvimento do Turismo (DT) não são visões concorrentes, mas se justapõem em compreensão de seus efeitos e das possibilidades de provocar mudanças socioantropológicas e econômicas de grande importância para a região local.

Então, os agentes econômicos da Cadeia Produtiva da Indústria do Turismo jogam os jogos das relações sociais e do poder, utilizam capitais (sociais, culturais, potenciais naturais (como cachoeiras, rios, lagos, montanhas, cavernas, vales, canyon, os elementos da natureza (pôr do sol, o nascer do sol), simbólicos, como Parques Temáticos, etc) para corroborar com essa disputa, no conflito inerente ao campo do Turismo. Os agentes estão em posições que podem representar algum nível de poder (dominação, subordinação, monopolização, etc) nos campos, em que se sobrepõem e se interconectam, no campo turístico propriamente real. Por isso que, que os agentes dessa Indústria do TURISMO, nesse campo são representados pelos turistas e pelas comunidades receptoras, protagonistas da questão turística, pois são dinamizados pelas empresas hoteleiras, transportadoras e operadores, por órgãos governamentais, pela  sociedade civil e por organizações não governamentais (ONGs).

Sem embargo de outras análises, o pessoal do CEA, sustentam que a INDÚSTRIA DO TURISMO é um negócio no sistema econômico que requer conhecimentos, estratégias, recursos financeiros, sistemas estruturais, capital humano, persistência e continuidade no negócio, pois as atividades da Cadeia da Indústria do TURISMO, são processos completos, globais, nas quais as estruturas sociais daquelas sociedades que induzidas são transformadas em sua qualidade de vida, mesmo que isso seja uma questão complexa e indique uma análise relativizadora das questões culturais da sociedade local.

A Indústria do Turismo produz e necessita de vários tipos de informações e comunicação. Algumas informações são estáticas e outras são dinâmicas, algumas são usadas por demandantes antes da viagem e outras são usadas durante a viagem. Estes diferentes tipos de informações de viagem exigem diferentes tipos de Tecnologias de Informação para processá-las e distribuí-las. De fato, a informação é considerada um dos mais importantes parâmetros qualitativos para a eficiência do serviço.  Na atualidade, com os estragos e déficits causados na economia mundial, pela pandemia da COVID-19, diminuídas as vantagens locacionais, devido ao grande desenvolvimento dos transportes e comunicações, as grandes cidades e, mesmo as cidades médias, passam a concorrer entre si, procurando gerar mais atratividade, quer para os investidores quer para os “consumidores”, alguns tipos básicos de estratégias podem ser apontados para vencer a competição interurbana, até ambiental ou apenas dinamizar a sua economia regional: 

1) a exploração de vantagens particulares (Recursos Naturais próprios, ambiental natural, patrimônio arquitetônico) para a produção de bens e serviços; 

2) disputa por funções de comando e de controle no campo de investimentos (capacidade de atração de investidores), Informações, Comunicações e Governo; 

3) atração de consumidores através das inovações culturais, grandes equipamentos comerciais e de lazer, novos estilo de arquitetura e urban design (praças, pontes, logradouros públicos de grande arquitetura diferenciada).

E, como vantagens particulares a existência de espaços naturais privilegiados, como no caso do AMAZONAS (atividades de floresta, ecoturismo, pesca esportiva, patrimônio histórico, cultural, política de City Marketing, turismo de negócios, etc), que podem ser vendidos como produto raro e único incomparável, auferindo a chamada “monopoly revenue”. E, quando se trata da economia urbana, o grande empreendedor deve ser o Município, assim sendo, deve abandonar sua posição de gerenciador da cidade e assumir posturas de investidor/empreendedor, visando a promoção do desenvolvimento econômico regional, com um planejamento estratégico voltado ao desenvolvimento das atividades da Indústria do TURISMO na região local.

Nilson Pimentel

Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected]

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