10 de dezembro de 2024

Crueldade humana com os animais

*Augusto Bernardo Cecílio

Rotineiramente somos agredidos com notícias de envenenamento proposital de animais de estimação, atropelamentos evitáveis, abandonos de animais por pessoas que saem de férias, além dos que “trabalharam” a vida toda dando amor e carinho para a família inteira e que agora estão velhos e são descartados porque já não servem mais. Péssimos ensinamentos que os adultos passam para as crianças, que formarão o futuro do país.

No mundo, os animais são utilizados para a alimentação, entretenimento, rituais religiosos, tráfico, tração em trabalhos pesados, caças esportivas e para utilização de pele, mas é no entretenimento que a crueldade fica mais visível ao público, quando o homem explora a beleza e os aspectos curiosos dos animais, confinando-os em zoológicos para o deleite das pessoas.

Se observarmos bem, os animais dos zôos são tristes e deprimidos. As crianças – bem mais sensíveis – em geral sentem pena dos animais. Afastados dos seus ambientes naturais, os bichos não entendem por que estão presos, e o mesmo raciocínio serve para os criadores de pássaros em gaiolas e viveiros, que não conseguem perceber ser impossível aprisionar a beleza, a arte, o canto.

No circo os animais trabalham por medo, obedecendo ao domador. O que acontece com os animais nos bastidores supera qualquer má expectativa. Seu treinamento inclui dor, humilhação, fome e sede.

O golfinho em cativeiro é outra situação grave. O oceano é seu playground onde nada até 40 milhas por dia atrás de peixes e brincando com seus amigos, e se vê violentamente arrancado de sua casa e vendido a um parque marinho onde tem que saltar através de arcos e interagir com o público pagante para receber comida. Entre os shows é forçado a esperar num pequeno tanque.

As touradas são rituais macabros. Dias antes do espetáculo, são colocados pesos sobre as costas do touro, que lhe causam muitas dores. Um dia antes o animal é posto num recinto escuro, sem água ou alimento. Dão-lhe laxantes, provocando diarreias que o desidratam. As pontas dos chifres são cerradas, tornando-se sensíveis e dolorosas a qualquer toque. Seus olhos são besuntados com vaselina, o que dificulta a visão. Quando a porteira se abre e ele entra na arena cheia de claridade, está fraco, debilitado, dolorido e sem enxergar direito. Quando o touro já não mais se aguenta de pé, chega o “heroico” matador para o golpe final. Depois corta-lhe as orelhas e a língua e as exibe, triunfante, para uma plateia ensandecida.

No Brasil, apesar dos esforços das entidades protetoras nacionais e internacionais, a “farra” do boi continua sendo praticada em Santa Catarina, e na época da Páscoa. A farra começa quando o boi é solto e perseguido pelas ruas por pessoas enlouquecidas e em sua maioria embriagados, munidos de paus, facas, lanças de bambu, chicotes, pedras, espetos, e atinge o auge quando o animal exausto tomba.

Os rodeios estão se alastrando pelo e recebem patrocínios de empresas nacionais e internacionais. As rinhas de galos e de cachorros fazem com que os animais protagonizem um espetáculo sangrento. Eles são treinados para matar, para brigar até a morte.

Por tudo isso, ao tomar conhecimento, denuncie nos distritos policias que são competentes para receber a notícia-crime, sendo indicado procurar o mais próximo do local em que o crime ocorreu, pois maltratar animal é crime.

*Auditor fiscal e professor.

Augusto Bernardo

é auditor fiscal de tributos estaduais da Secretaria de Estado da Fazenda do Amazonas e educador. Foi um dos fundadores do Programa Nacional de Educação Tributária (atualmente nomeado de Educação Fiscal).

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