11 de setembro de 2024

Conscientização sobre as mudanças climáticas

Esse mês, mais especificamente no dia 16 de março foi celebrado o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas. Sabemos que em um País cheio de desafios, mais recentemente por conta da pandemia, incertezas econômicas, desemprego, desacordo entre poderes, desigualdades e preconceitos, essa “reflexão climática” pode até passar por algo invisível e distante para a sociedade como um todo, no entanto, a mesma é de suma importância e merece a atenção de qualquer pessoa que habite nosso planeta.

Não tenho nenhuma pretensão em esgotar o assunto e nem mesmo citar divergências políticas e/ou cientificas em torno do tema, mas o fato que precisa ser reconhecido é que mudanças climáticas estão acontecendo, ainda que muitos semeiem a dúvida ou subestimam a conexão entre a atividade humana e suas consequências, o que gera uma certa hesitação em começar a agir.

Posto isso, apresento aqui alguns pontos que merecem ponderações, p.e essas hesitações caminham na direção contrária as conclusões das principais instituições científicas nacionais e internacionais sobre as mudanças climáticas (IPCCOMM, NCAUK MET OfficeAcademia Nacional de Ciências), que em linhas gerais afirmam que temperatura global aumenta a níveis sem precedentes, este aumento de temperaturas globais contribuem para eventos climáticos extremos, e se tornam mais frequentes e severos, mas, o fato é que internamente, parte de nossas lideranças políticas não tem como certo que a atividade humana, é a causa principal das mudanças climáticas, o que leva a ações quase que sem repercussões.

Hoje argumentar sobre mudanças climáticas é praticamente interagir com diversas áreas de conhecimento, tais como agricultura, desastres naturais, direitos de populações tradicionais, entre outras, mas me permitam enfatizar em um dos maiores patrimônios que o estado do Amazonas possui, as Florestas, e colocar o seu principal inimigo neste contexto climático, o desmatamento. O corte raso, queima indiscriminada de árvores e incêndios florestais contribuem com o aquecimento do planeta, influenciando em eventos climáticos locais como as secas e inundações mais frequentes e piores.

Alguns pesquisadores, cientistas e lideranças afirmam que ao longo do tempo, o aumento do desmatamento, provavelmente, provocará no futuro um aumento da temperatura e a mudança dos padrões de chuvas em nossa região amazônica, afetando florestas da região, disponibilidade da água, biodiversidade, agricultura e a saúde humana.

O fato é que o embate do verdadeiro e falso ainda persiste e leva a hesitações em começar a agir, propor mudanças de comportamentos e inovações, isso praticamente é desconsiderar um enorme acervo de trabalhos científicos, pronunciamentos e sobretudo o agrupamento formal e informal de indivíduos que demonstram preocupações e propõem soluções, como forma de minimizar e se adaptar a esses efeitos.

Sérgio Gonçalves

é doutor em Ciências do Ambiente / Economia Ambiental – Universidade Federal do Amazonas

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