10 de dezembro de 2024

Cenários do Covid-19 e como enfrentá-lo – parte 2

Divulgação

O artigo confirma o cenário pessimista de curto prazo e fornece informações úteis sobre a OMS.

O último artigo (27/03/20) apresentou pesquisa que está sendo realizada na Universidade de Manchester (Reino Unido), definiu-se o Salto da COVID19, seus valores nos países mais críticos, bem como os possíveis cenários de curto prazo do primeiro Salto do COVID-19 no Brasil: cenário otimista: poderá acontecer na 8ª semana, ou seja, entre 14 e 20 de abril/20; cenário realista: se dará na 7ª semana (07 a 13/4/20); cenário pessimista: se dará na 6a semana, entre 31/03 e 06/4/20. Este último se confirmou bem cedo, pois o primeiro Salto da COVID19 no Brasil, depois da publicação do artigo, aconteceu no dia 31/03/20 com o valor de 1087 novos casos confirmados, um crescimento de 190,64% em relação ao dia anterior quando foi registrado 374 novos casos.

Para enfrentar o vírus, é necessário obter informações vindas de fontes confiáveis, científicas, pois há uma milícia digital, que desde 2018 espalha de forma rápida, via robôs sociais e apoio dos simpatizantes, informações distorcidas, fora do contexto envolvendo pessoas e organizações que não estão alinhadas ao pensamento do grupo dominante. Por exemplo, provavelmente o leitor recebeu uma dessas 4 versões de vídeos: v1 “Bolsonaro tem razão: OMS percebeu que fez besteira e volta atrás”; v2 “Algo mudou na OMS? Agora se preocupam com os informais? Jair Bolsonaro sempre esteve certo; v3 “OMS manda trabalhar… e agora prefeitos”; versão 4 “E agora, governadores, GRUPO GLOBO e BAND, que o diretor-geral da Organização da Saúde (OMS) Tedros Adhanom Ghebreyesus está confirmando o que o Presidente Jair Bolsonaro vem falando ou alertando há semanas”.

Quem acompanha a OMS e lê as mensagens destes vídeos, percebe a má-fé da quadrilha, pois distorceram a fala de Tedros feita no dia 30/03/20 em que citou que é preciso olhar para as pessoas que precisam ganhar o pão de cada dia, mas que não defendeu o fim do isolamento social, nem voltar as ruas. Como transparência e informações educativas são úteis para proteger a população, torna-se revelante conhecer mais sobre a OMS e suas ações para enfrentar a pandemia.

Fundada em 07/04/48, sua sede fica em Genebra, Suíça,  e faz parte da ONU. Atualmente, é reconhecida como a guardiã global da saúde pública, tendo ajudado a erradicar ou enfrentar doenças, bem como crises humanitárias, graças aos seus 7000 profissionais que atuam em mais de 150 países: cientistas, epidemiologistas, especialistas em ajuda emergencial, médicos doutores, especialistas em saúde pública, gestores administrativos, economistas, especialistas financeiros, especialistas de sistemas de informação, estatísticos, etc.

Há diversos grupos de trabalho na OMS, na atual conjuntura, recomenda-se olhar o trabalho do Strategic and Technical Advisory Group for Infectious Harzard (STAG-IH), criado por recomendação do comitê de revisão que tratava do Ébola em 2005. Este comitê <https://bit.ly/3bCPI2c> tem entre 10 e 15 conselheiros temporários e tem 5 funções, três das quais são: avaliar o contexto global de doenças infeccionas, fornecer análise e conselhos sobre prioridades para a OMS formular suas estratégias e atividades, fornecer análises e conselhos sobre colaborações inovadoras e parcerias, etc. 

Nesta página <https://bit.ly/2JotvZk> há medidas protetivas ao público para prevenir a infecção e reduzir a transmissão do COVID19, sendo atualizada de acordo com novas descobertas científicas: a) lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou esfregar as mãos com álcool; b) manter distância social de 1m entre você e pessoa com tosse ou espirro; c) evitar tocar olhos, nariz e boca; d) pratique higiene respiratória, cobrindo a boca e o nariz com o cotovelo ou tecido dobrado quando for tossir ou espirrar. Em seguida descarte o tecido usado em local correto imediatamente; e) fique em casa se você não se sentir bem. Se você tiver febre, tosse ou dificuldade de respirar, procure um médico. Siga as diretrizes da autoridade de saúde local; f) evite fumar ou realizar outra atividade que enfraqueça os pulmões; g) evite viagens desnecessárias e fique longe de grupos de pessoas; h) mantenha-se informado e siga os conselhos das autoridades de saúde.

Em 12/02/20 a OMS lançou um rascunho chamado “COVID19 Strategic Preparedness and Response Plan” para ajudar as equipes e parceiros das Nações Unidas locais a trabalharem para elaborar o Country Preparedeness and Response Plan (CPRP) para apoiar o governo nacional a se preparar e responder ao COVID10. A orientação era que o plano fosse para 3 meses de período, entre 01/02 e 30/04, podendo ser alterado ao longo do tempo. O guia está disponível em <https://bit.ly/2xzOW7n> e tem estes 8 pilares: P1 (País – nível de coordenação, planejamento e monitoramento) contendo 3 passos e 12 ações; P2 (Risk communication and community engagement) contendo 3 passos e 11 ações; P3 (Surveillance, rapid response teams, and case investigation) com 3 passos e 10 ações; P4 (Points of entry) com 3 passos e 5 ações; P 5 (Nacional Laboratories) com 3 passos e 10 ações; P6 (Infection prevention and control) com 3 passos e 13 ações; P7 (Case Management) com 3 passos e 11 ações; P8 (Operational support and logistics) com 3 passos e 6 ações a serem executadas.

Recomenda-se este site <https://bit.ly/2QWpy2m> para acompanhar as últimas informações oficiais da OMS sobre o COVID19. Por exemplo, no dia 27/03/20, a OMS lançou o Health Alert, um serviço de mensagem em parceria com o Whatsapp e Facebook para manter as pessoas seguras do coronavírus. Pode ser acessado em 4 idiomas pelo WhatsApp, um deles Espanhol, basta escrever “hola” e enviar para 41225017690. Além disso, aqui  <https://bit.ly/3avHGYK> há material técnico para gestores e demais profissionais interessados sobre o assunto.

Finalmente, para enfrentar com eficácia a pandemia, é preciso liderança, transparência, reconhecer o problema, agir rapidamente em parceria com a OMS, bem como preparar as instituições e a população. Como isto não está acontecendo, estou de luto antecipado, sinto muito a falta do estadista, militar, médico e ex-presidente JK, se fosse o atual mandatário, entraria novamente para a história por ter evitado o caos, preparado a nação desde jan/20, salvando a preciosa vida de milhares, especialmente os mais frágeis, idosos e/ou humildes da nação. 

*Prof. Dr. Jonas G. da Silva – Prof. da Eng. de Produção da UFAM. Atualmente, pesquisador visitante do Instituto de Pesquisa em Inovação da Escola de Negócios da Universidade de Manchester (RU). E-mail: [email protected]

Fonte: Jonas Gomes

Jonas Gomes

Prof. Dr. Jonas Gomes da Silva - Professor Associado do Dep. de Engenharia de Produção com Pós Doutorado iniciado no ano de 2020 em Inovação pela Escola de Negócios da Universidade de Manchester. E-mail: [email protected].

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