Como liderança, aprender a delegar é uma real necessidade, um grande desafio e uma super oportunidade. Uma real necessidade porque é através da delegação que se faz possível a realização da atividades do dia a dia em busca de mais resultado e desenvolvimento das pessoas, um grande desafio porque nem sempre é fácil e simples entender as habilidades para quem podemos e devemos delegar e garantir a realização efetiva da entrega, e uma super oportunidade para:
- Ter mais tempo para tarefas que somente você, líder, pode fazer.
- Oportunizar o crescimento e aprendizado da equipe.
- Demonstrar na prática que você confia no time.
Certamente a lista não se esgota por aqui, pois inúmeros são os benefícios de uma liderança capaz de delegar e fortalecer sua equipe através do empoderamento.
Mas porque tantos não delegam? Dentre alguns motivos, os que mais tenho visto:
- Acreditam que ninguém faria como eles fariam, e com este pensamento ficam presos às tarefas operacionais e rotineiras que poderiam perfeitamente serem feitas por outras pessoas.
- Por necessidade de se sentirem reconhecidos diretamente pela realização da tarefa acumulam ações para terem os “confetes” da realização.
- Por excesso de controle, centralização e quererem ter tudo em suas mãos não permitem que outros conheçam todas as etapas ou detalhes para tomada de ação e decisão.
- Não confiarem nas pessoas e não se sentirem seguros em permitir que outras pessoas façam a atividade e tenham a responsabilidade de cumprir determinadas missões.
- Medo de perderem espaço por compartilhar informações. Infelizmente ainda é comum ver líderes que retém conhecimento com receio de serem deixados para trás.
Eu realmente não vejo estes como motivos significativos e continuo acreditando que delegar é por natureza, educativo, e faz com que o líder aperfeiçoe-se como formador, como educador, pois aguça de forma prática sua capacidade de identificar os diferentes perfis da equipe, perceber os mais aptos para determinadas atividades, estimular através de sua orientação e treinamento o crescimento em competências técnicas e comportamentais das pessoas através do assumir, mais e mais responsabilidades, motivar, avaliar, gerenciar recursos, corrigir, fornecer feedback e demais comportamentos de liderança eficaz.
Para isto, é importante entender se a pessoa quer e sabe fazer a tarefa, e o líder consiga identificar se existe este domínio técnico e comportamental para realização do que for delegado. Pessoas sem domínio técnico e sem comportamento precisam mais de acompanhamento do que delegação. Pessoas com motivação e com atitudes sem habilidades precisam primeiro de treinamento. Pessoas que sabem, mas não querem fazer, precisam de feedback e orientação. A delegação efetiva acontece para as pessoas que sabem e querem fazer.
Diante disto, é possível dizer o que precisa ser feito, como deverá ser feito e qual o prazo combinado para esta entrega. Como a fórmula que reforça: “Eu peço que você entregue X (dizer de maneira clara e específica o que será entregue), no tempo Y (deixar claro o prazo da entrega) sob as condições W (combinar os requisitos de satisfação, expectativas de formato, qualidade).
Acredito que com esta fala direcionada e cuidadosa é possível fazer entender e programar pontos de acompanhamento.
De maneira simples, também gostaria de registrar o que eu percebo que o líder pode PARAR de fazer para que a delegação seja ainda mais efetiva, em um acrônimo assim:
P – Propor tarefas sem objetivos claros.
A – Administrar cada detalhe da tarefa.
R – Receber a delegação de volta para você.
A – Apresentar prazos pouco realistas.
R – Repassar a mesma tarefa para várias pessoas.
É relevante lembrar que a delegação é um caminho de maior produtividade e aproveitamento das capacidades instaladas do capital humano. Todavia não é apenas um conceito romântico de gestão de pessoas e nem sempre será simples fazer de modo a respeitar o sistema de gestão organizacional, as políticas e práticas internas de recursos humanos, os estilos de lideranças instalados na empresa, pois precisará de um terreno mobilizado para um esforço em treinamento e desenvolvimento das equipes, investimento em potencial para resultados de curto, médio e longo prazo, disponibilidade de compartilhar poder, desapego pessoal de rotinas e status e outros olhares.
Eu acredito que vale muito para sua liderança mergulhar em técnicas e ferramentas que aprimorem suas capacidades nesta direção. Que tal? Conte comigo!