Bosco Jackmonth*
Segundo anunciado no artigo imediatamente anterior posto nesta mesma estação de escritos semanais, daremos sequência aos relatos que se colhe dos episódios que tratam do suposto efeito por vezes fatídico do pensamento traduzido em causas prejudiciais sofridas pelas pessoas, compondo-se com o caso sobrevisto de Sam Londe, falecido por acreditar junto com outras pessoas nesse pensamento de morte. Ali terminou-se o texto indagando se é possível que o pensamento seja tão poderoso a ponto de causar a morte? É do que cuidaremos a seguir, relatando casos variados, colhidos de fonte notória indicada.
De pronto tracemos o sucedido com o estudante Fred Mason, cujos dizeres parciais se colhe do livro “Você é o Placebo”, da autoria de Joe Dispenza, consagrado autor igualmente de “Quebrando o Hábito de Ser Você mesmo” e “Envolve Your Brain”, que tem paixão por ensinar às pessoas como usar as mais recentes descobertas da neurociência e da física quântica para reprogramar o cérebro, curar doenças e levar uma vida mais plena, noticioso publicado que aqui se apanha, revele-se.
Dado como um dos participantes do filme “Quem Somos Nós?”, esse autor realiza palestras e workshops por todo o mundo. Igualmente desenvolveu um programa corporativo para levar seu modelo de transformação para o ambiente empresarial. Sustenta que ninguém está condenado a seguir seus genes por determinado caminho pelo resto da vida, nem avesso a combinar física quântica, neurociência, química cerebral, biologia e genética, para mostrar o que se pode fazer para mudar a si mesmo e a própria ciência e espiritualidade, nisso sustentando a oferta de conhecimento e as ferramentas necessárias para que se alcance mudar a mente, o corpo e a realidade, no que ensina o processo passo a passo assegura o escritor.
Nesta altura e circunstâncias cuidemos do longo episódio ocorrido com Fred Mason, conforme anunciado. Dá-se que, contando com 26 anos, quedou-se deprimido quando a namorada terminou o romance com ele. Nisso, viu o anúncio para o teste clínico de um novo medicamento antidepressivo e decidiu se inscrever, já que bem vinha-lhe a calhar. Tinha experiência a respeito, pois que já tivera um surto de depressão quatro anos antes, quando na ocasião o médico prescrevera o antidepressivo amitriptilina (Elavil) mas Mason foi forçado a suspender a medicação quando ficou excessivamente sonolento tendo desenvolvido dormência, entendendo que a droga era forte demais para ele, e então agora esperava que essa nova medicação tivesse menos efeitos colaterais.
Após cerca de um mês no estudo, Mason decidiu ligar para a ex-namorada. Houve então uma discussão ao telefone, que ao final, após desligar, ele impulsivamente tomou do frasco de comprimidos do teste e – olha só – engoliu os 29 que restavam, numa franca tentativa de suicídio. Arrependeu-se incontinente. Então, em desespero, saiu desabalado pelo corredor do prédio, gritando por socorro findando por desabar no chão.
Uma vizinha ouviu o grito e o encontrou caído. Contorcendo-se Mason confessou o ocorrido e o porquê, mas na verdade não queria morrer, sensibilizando-a. Socorrido, foi levado ao hospital. Chegou à emergência pálido e suando muito, com pressão arterial 80/40 e frequência cardíaca de 140. Respirando rápido, repetia sem parar: “Não quero morrer”.
Quando os médicos da emergência o examinaram, nada encontraram de errado, além da pressão arterial baixa e a do pulso e respiração acelerados. Mesmo assim Mason parecia letárgico e a fala estava engrolada. Foi-lhe administrado soro fisiológico, coletou-se amostras de sangue e urina e se perguntou qual droga ele havia ingerido. O socorrido não conseguia lembrar o nome, mas disse aos médicos que era um antidepressivo experimental, entregando o frasco que restava vazio, mas trazia informações sobre o teste clínico impressas no rótulo, mas não o nome da droga. Não havia nada a fazer além de aguardar os resultados do laboratório, monitorar os sinais vitais para garantir que não piorasse e torcer para que a equipe do hospital contatasse os pesquisadores que conduziam o teste.
Quatro horas mais tarde, quando os testes de laboratório já haviam revelado resultados totalmente normais, chegou um médico participante do teste clínico da droga. Este, após checar o rótulo do frasco vazio e examinar os registros, ele anunciou que Mason tinha tomado placebo e que as pílulas que engolira não continham droga nenhuma. Então, a pressão sanguínea e o pulso de Mason voltaram ao normal milagrosamente em poucos minutos. É que o paciente fora vítima de placebo negativo, mesmo diante de uma substância inofensiva que graças a forte expectativa causa efeitos nocivos, tudo gerado por obra do pensamento.
Resta seria possível que os sintomas de Mason foram ocasionados unicamente por ser o que ele esperava que acontecesse ao engolir um grande número de antidepressivos, ao que lhe parecia? A mente de Mason, como visto anteriormente a de San Londe, poderia ter tomado o controle do corpo a ponto de, guiada pelas expectativas do que parecia ser o cenário futuro mais provável, tornando-o real? Isso poderia acontecer mesmo significando que a mente teria que assumir o controle de funções que normalmente não estão sobre controle consciente? Caso isso seja possível, e seja verdade que o nosso pensamento pode nos deixar doentes, será que também temos a capacidade de usar o pensamento para ficarmos bem? Parece que não há dúvida sobre o poder do pensamento, não? (Continua).
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É Advogado (OAB/AM 436). Ex-funcionáro do Banco do Brasil Manaus e Rio. Comissionado pelo Banco Central como Fiscal de Bancos para atuar junto as agências bancárias voltadas para operações com moedas estrangeiras face as importações da Zona Franca. Cursou Direito, Contabilidade, Comunicação Social (Jornalismo), Corretagem de Imóveis, Oratória, Taquigrafia. Lecionou História Geral. Articulista.