10 de setembro de 2024

Aguardando o Determinismo Histórico (Parte 2)

Nos moldes do anunciado, in fine, quando do texto imediatamente anterior, publicado nesta mesma estação de escritos semanais, cabe então aludir melhormente àquelas expressões como foram empregadas, se ora não se peca por excesso de zelo.

Assim é que se mostra como um conceito filosófico a definir que todos os fatos acontecidos ao homem ou ao mundo tornaram-se substantivados como determinismo, conferidos por conta de acontecimentos passados, ainda que possam estar fluindo no presente, ou surgir no futuro, portando caráter natural, ou mesmo sobrenatural.

Convém elucidar, ademais, que tal designativo mostrou-se a partir do verbo “determinar”, oriundo do latim “determinare” que literalmente significa “não terminar”, “não-limitar”, ou “terminar para fora”. Dá-se que o determinismo é uma corrente de pensamento que defende a ideia de que as decisões e escolhas humanas não acontecem na esteira do livre-arbítrio, mas sim através de relações de casualidade. Logo, tudo no Universo, sendo assim, tem-se que essa apontada teoria filosófica está limitada a leis imutáveis, ou seja, todos os fatos e ações humanas são unicamente predeterminadas pela natureza, sendo a liberdade de escolha uma mera ilusão da vida.

Segue-se, na idade moderna o designativo ora aqui sub oculis era tomado como conceito para explicar o Universo, sobretudo quanto no tentar entender os fenômenos naturais. Ademais, segundo essa teoria, seria possível “prever” acontecimentos futuros baseando-se em fatos reais, pois tudo do gênero estaria interligado por propósitos em comum. Então, dá-se que a realidade é fixa, ou seja, o que está previsto para acontecer, acontecerá, sustentam as fontes confiáveis.

Disso, então, resultaram variados moldes de determinismo. É que restaram designados diversos tipos de conceitos para tal, a partir do modo como a casualidade e a determinação são apreendidas, visto como é figurado o pré-determinismo ou mecanicista, isto é a presença das causas é colocada no passado, sendo os acontecimentos presentes e futuros a razão de ser de fenômenos explicados em condições iniciais do Universo.   

No mais, agora o pós-determinismo, que é buscado na teologia. Quer dizer, um estudo filosófico dos propósitos e finalidades, elucidando-se que aqui a determinação dos fatos está no futuro, ou seja, tudo acontece de acordo com um propósito ou razão de alguma entidade divinal que, assim sendo, não pertence ao universo humano, mas à “vontade dos deuses,” por exemplo. É o que se colhe de notórios estudos.

Então, cabe apontar-se a seguir o co-determinismo, que é similar à Teoria do Caos, quando aqui nessa visão defende uma relação geradora de novas realidades. Por exemplo, buscando elucidar tais efeitos pode se transformar nos fundamentos de outras tantas diferentes aceca das causas anteriores. Nesse modelo, a propósito, o determinismo é posto no presente ou na simultaneidade dos processos. É o que se oferece em torno do segmento. 

Passemos agora a quanto figura no campo histórico a compor-se com este desafio, já que aqui, como anunciado, o determinismo ganha a condição agregada de historicismo, eis que designação conferida à doutrina filosófica que concebe tal entendimento colhido do viver humano como produto dessa evolução, dada como ciência, segundo pregam as fontes de consultas confiáveis, aludidas linhas anteriores. É de ver. (Continua).

Bosco Jackmonth

* É advogado de empresas (OAB/AM 436). Contato: [email protected]

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