Ao embalo do pós-jogo da Taça América, los hermanos tanto se entregaram ao tangamento que se confundiram no festejar o resultado da partida. Por supuesto, é que ao invés de mirar no título romanticamente, os “ojos verdes” voltaram-se mais para o placar adverso ao Brasil, mais desejado que tudo, que era mesmo a busca dos eternos rivais, entre tantos que temos, inclusive uruguaios. Animaram-se quando se deram conta de início que logo poderiam contar com algo a seu favor e que vai posto em seguida. Isso foi tudo, ou quase, ao lado do risível lance havido no gol tipo o dos jogos de fim de semana entre solteiros x casados. Sucede, los muchachos, viram como um golaço… É o que estampa o noticiário da imprensa de lá ! Pode?
Inegável, os jogadores brasileiros mesmo os renomados mostraram que entravam em campo já em desvantagem motivacional, logo em seguida balbuciando jogadas que de resto lhes são alheias sobretudo no lance do tento oferecido que fosse de outra feita sobrarlhes-ia denodo como bem se sabe. Mas, agiam como se desejassem voltar para dentro do armário. Foi tudo estranho. Não fosse exagero se diria de um haical aborrecido de Millôr Fernandes tecido pelo acaso. “Tiro e queda. Pá Pum”. Ou, então, um decreto de Nelson Rodrigues que “foi obra do sobrenatural do Almeida.”
Bem se viu no curso do jogo, como se dessa vez os nossos jogadores não tivessem recebido o apoio de ordem psicológica, o que era comum em copas passadas. Indaga-se, não se oferece mais esse serviço à seleção? Será que tal apoio restou substituído por palestra religiosa? Saiu mais barato o discurso? Se o foi acabou não funcionando o apelo destes degredados filhos de Eva mesmo com salve-rainha e mãe de misericórdia. Na próxima, convoque-se Pai- de- Santo baiano. São de tamanha eficácia que João Saldanha assegurava manejo não usado nos Ba-Vi clássicos que terminariam sempre empatados…
Deu-se mesmo um vale de lágrimas, como se num estado equivalente, ou pior, se diante de um cenário tomado por adversidades. O nome disso: a arbitragem uruguaia, composta por juiz, bandeiras e, não bastasse, o VAR! Não, perdemos mas a arbitragem desta vez não nos roubou. Não foi preciso! Bastou apenas o desalento sub-reptício, no caso de algum lance não muito claro a nosso favor. Vai que a decisão nos seria contrária, bastaria consultar o VAR. E isso se deu mesmo, não? Quer dizer, nos negaram a chance de sermos mais uma vez o impávido colosso que Osório Duque-Estrada inscreveu no nosso Hino Nacional.
É que o VAR se tornaria o AVATAR com todo seu poder místico, sem chance de um protesto não mais que o inútil jus sperniandi. Cabe oportuno registro de monta, verbis ‘’ Avatar (Do sânscr.avatara, descida (do Céu à Terra) pelo fr.avatar. S.m. 1.Filosofia Reencarnação de um deus e, especialmente, no hinduísmo, reencarnação do deus Vixnu. 2. Tranformação, transfi- figuração, metamorfose”. Na passagem há inclusive, texto de Júlio Ribeiro, in A Carne, p.91. Ou seja, no encontro houve “tango sobrando pra pouca polca-mancada” o que nunca pegou como nosso ritmo. O samba nem entrou em campo…
Por fim, se é fato a inexistência daquele aludido amparo emocional ao jogadores, urge seja retomada a prática. A propósito, é de se recomendar o “Livro Sem Medo de Vencer”(Editora Gente) da autoria de Roberto Shinyashiki onde esse psiquiatra mostra com objetividade algo ou alguns dos mecanismos que levam o ser humano a vencer; ao sucesso; ainda que não pareça imaginável antever o técnico Tite portando um livro… (Fim)