O nobre carpinteiro de Nazaré era um extraordinário escultor de almas. Numa época plena de preconceitos e discriminações, ele acolhia a todos. Frequentava a casa de amigos, conhecidos e até de desconhecidos, e com eles fazia as refeições. Enquanto se alimentava, oferecia o pão da vida aos que partilhavam a refeição. Conhecedor das limitações humanas, amou incondicionalmente a Humanidade. Ofertou o conhecimento da espiritualidade como dádiva generosa para que o indivíduo tivesse a chance de recomeçar, de tentar outra vez e outra mais. Refinado na arte de pensar, ensinava tesouros de sabedoria com poucas palavras. Estimulando os seres humanos a pensar, convidou a que observassem os pássaros do céu e as flores dos campos. Nas entrelinhas, Ele ensinava que o indivíduo deve aprender a olhar para a natureza e desfrutar da sua beleza. Deve abrir seus olhos para a transcendentalidade da vida e não somente mantê-los fixos nas coisas da Terra. Profundo conhecedor da alma humana, trabalhava a emoção das pessoas. Tomou da lâmina do seu exemplo, para entalhar nas suas almas o exato cumprimento do dever. Por isso se fez pequeno, ao ponto de somente admitir estar acima dos seus irmãos em essência quando foi cravado na cruz. Ouvia perguntas absurdas e pacientemente trabalhava nos recônditos da alma dos que o buscavam. Tomou de uma semente de mostarda para falar do vigor da vontade fortalecida para o bem. Serviu-se de imagens da natureza para as lições da sabedoria. Tudo para ensinar que nas pequenas coisas se escondem os mais belos tesouros. Escultor de almas, trabalhou pacientemente as pessoas consideradas escórias da sociedade. A todas ensinou a arte de bem-viver. Trabalhou com pessoas difíceis para mostrar que vale a pena investir no ser humano. Finalmente, ensinou com seu exemplo que a felicidade não está nos aplausos da multidão ou no exercício do poder. Através de sua conduta expressou que a felicidade se encontra no pensamento bem irradiado e no bom uso do livre-arbítrio.
